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Partido de Touadéra lidera corrida para o Parlamento

O partido do Presidente da República Centro-Africana (RCA), Faustin Archange Touadéra, o Movimento Corações Unidos, lidera a corrida à Assembleia Nacional, com 25 lugares, de acordo com os resultados provisórios oficiais do escrutínio realizado a 14 de Março, citados, ontem, pela AFP.

24/03/2021  Última atualização 08H20
A formação política do actual Chefe de Estado tem já garantidos 25 lugares no Parlamento © Fotografia por: DR
Na semana passada, a RCA realizou a segunda volta, numa minoria de círculos eleitorais e a primeira volta em muitos outros. As eleições presidenciais e legislativas, que se realizaram numa primeira fase, a 27 de Dezembro, não puderam ser realizadas em segurança na maioria do país devido a uma ofensiva rebelde que pretendia impedir a reeleição do Chefe de Estado.

No final do mês de Dezembro, menos de um terço dos eleitores tinha conseguido ir às mesas de voto devido à insegurança, o que, ainda assim, não impediu a proclamação da reeleição do Presidente cessante, com 51,3 por cento dos votos de uma minoria dos 1,2 milhões de eleitores recenseados.

Desta primeira data, em que foram também realizadas as eleições legislativas, foram apenas eleitos 22 deputados dos 140 que ocupam a Assembleia Nacional. As autoridades centro-africanas optaram por realizar uma segunda volta para uma parte dos círculos eleitorais, enquanto que, para outros foi estabelecida uma nova primeira volta.

Ontem, a Autoridade Nacional das Eleições (ANE) anunciou novos resultados das eleições de 14 de Março, que, aliados aos de 27 de Dezembro, elevaram para 25 o número de deputados eleitos pelo Movimento Corações Unidos (MCU). Estes resultados mais recentes têm, ainda, de ser validados pelo Tribunal Constitucional, após a análise de recursos.

No total, e caso o Tribunal Constitucional assim valide os resultados de 14 de Março, ficam já preenchidos 91 lugares, mais que os 71 deputados necessários para um quórum mínimo, o que possibilitará a realização da primeira sessão oficial a 2 de Maio.
É, porém, ainda difícil perceber para que lado vai pender a constituição da Assembleia Nacional centro-africana , não apenas por faltarem pre-encher 49 lugares, mas também pela dependência de rótulos e da orientação dos candidatos que se assumiram como independentes.

Por enquanto, os candidatos independentes surgem atrás do MCU como a principal força política, sendo que, o partido de Touadéra necessitaria de mais 45 deputados para obter, por si só, uma maioria absoluta. Desde meados de Dezembro, seis dos mais poderosos grupos armados controlam dois terços da RCA, que está em guerra há oito anos.

 
Oposição perde força

Esses grupos fazem parte da Coligação dos Patriotas para a Mudança (CPC, em francês), que lançou uma ofensiva contra o Governo de Touadéra. Os rebeldes estão a recuar desde 13 de Janeiro, quando realizaram uma ofensiva sobre Bangui, a capital do país.
A coligação perdeu força face a uma frente mais bem equipada, com 12 mil capacetes azuis da ONU, que estão no país desde 2014, mas, também centenas de militares rwandeses e paramilitares russos.

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então Presidente, François Bozizé, por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas na anti-Balaka.
Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes do país a abando-narem as suas casas.
A CPC é agora liderada por FrançoisBozizé, de acordo com um anúncio feito no domingo pelo porta-voz do movimento.

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