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Parlamento da Líbia dá “luz verde” ao Governo

O Governo de transição da Líbia, resultante de um processo patrocinado pela ONU e que deve contribuir para retirar o país do caos e organizar eleições no final de Dezembro, obteve, quarta-feira, a confiança do Parlamento, anunciou a AFP.

12/03/2021  Última atualização 09H40
© Fotografia por: DR
Após dois dias de intensos debates, o Parlamento eleito aprovou a equipa de Abdel Hamid Dbeibah por 121 votos entre os 132 deputados presentes, segundo imagens transmitidas em directo pela televisão.
"Agradeço-vos pela confiança”, reagiu o milionário de 61 anos, designado Primeiro-Ministro em 5 de Fevereiro por 75 responsáveis líbios de todas as partes reunidos em Genebra sob a égide da ONU, juntamente com um Conselho Presidencial de três membros.
Os deputados líbios estavam reunidos desde segunda-feira na cidade de Sirte, a meio caminho entre as regiões rivais do Leste e do Oeste, e debateram longamente a composição do Governo de Dbeibah, a repartição geográfica dos postos e o calendário do Executivo.

A ONU tinha saudado na segunda-feira uma "sessão histórica” e uma "etapa crucial” para a unificação do país. "Este será o Governo de todos os líbios”, prometeu o Primeiro-Ministro, num breve discurso após a votação.
"A Líbia é uma e unida”, proclamou Dbeibah, originário de Misrata (Oeste).
O presidente do Parlamento, Aguila Saleh, por seu turno, saudou "um dia histórico”. O Primeiro-Ministro apresentou um Governo "representativo de todos os líbios”, composto por dois vice-Primeiros-Ministros, 26 ministros e seis ministros de Estado. Dois ministérios decisivos, Negócios Estrangeiros e Justiça, foram entregues a mulheres, uma decisão inédita na Líbia.

Dbeibah deverá agora unificar as instituições líbias e conduzir a transição até às eleições de 24 de Dezembro, programadas no quadro do processo das Nações Unidas.
Depois do derrube e assassinato de Muammar Kadhafim, em 2011, a Líbia mergulhou no caos, com divisões e lutas de influência no contexto de ingerências estrangeiras.

O fim dos combates no Verão e o lançamento de um processo político sob a égide da ONU reavivou a esperança de um relançamento da economia do país do Norte de África rico em petróleo.
O Primeiro-Ministro deve também responder às expectativas dos líbios, cujo quotidiano é marcado pela escassez de dinheiro, gasolina e electricidade e por uma inflação galopante. As infra-estruturas estão destruídas e os serviços falham.
Os desafios são enormes após uma década de violência desde a intervenção internacional, com cobertura da NATO, desencadeada em Março de 2011 e concluída em Outubro do mesmo ano com a morte de Kadhafi, perseguido até ao seu reduto de Sirte.

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