A primeira pedra para a construção da Casa do Artista e Palácio da Música e do Teatro, na antiga instalação da Assembleia Nacional, em Luanda, foi lançada, sexta-feira, pelo ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, marcando, desta forma, o início das obras daquele espaço cultural.
De acordo com o engenheiro Hermenegildo Campos, a área bruta da construção é de 24 mil metros ao quadrado. "Este espaço distribui-se em cinco unidades principais, uma relacionada com a Casa do Artista, onde se prevê acomodar, aproximadamente, 80 artistas com idades já avançadas e que estarão no final das suas carreiras”, disse.
Além disso, continuou, tem a unidade da área administrativa e suporte, a sala de teatro, exposição e demais eventos, a unidade para a formação artística, e, por último, o estabelecimento e área técnica. "A sala principal de teatro, que é a peça central do projecto, terá a capacidade para albergar cerca de 600 pessoas”, declarou.
Quanto a antiga instalações da AN, o engenheiro afirmou que algumas partes do edifício serão recuperadas, enquanto outras serão demolidas.
"As alterações serão com base nas funções que se pretendem adoptar no espaço, por isso não há outra alternativa se não a demolição de certas zonas e, obviamente, far-se-á toda a articulação tendo em conta os outros edifícios que estão ao redor”, concluiu.
O ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, ao intervir no acto, começou por agradecer o Presidente da República, João Lourenço, pelo facto de lhe proporcionar a oportunidade de proceder ao lançamento da primeira pedra da futura mais digna instituição das artes no país.
Segundo o ministro, com estas instituições abrem-se ainda mais espaço para a emergência do génio criador no meio social. "Com esta construção, os artistas passarão a ter um maior espaço de dignificação das suas profissões”, afirmou.
Este é um dia de júbilo para os fazedores de arte, continuou, que são grandes intervenientes sociais, que no passado se destacaram, muitos deles, por ajudar na Independência e Reconciliação Nacional. "Além disso, hoje, direccionam as suas inspirações criativas visando o bem-estar social dos angolanos, através do primado da paz, do espírito de angolanidade e do progresso económico, que, aos poucos, começa a evidenciar-se”.
O ministro Filipe Zau disse que o mundo está em constante mutação, onde o conhecimento do passado e actual rapidamente se degradam, por isso os artistas de todas as áreas terão de cuidar da sua auto-superação escolar com humildade.
O governante explicou que é com este pensamento construtivo, que o Executivo angolano, preocupado com o trabalho e as condições dos artistas, passou a equacionar um conjunto de projectos e políticas direccionadas para uma maior empregabilidade e apoio social aos mesmos, dos quais destacou para muito breve o Centro Cultural do Huambo, a médio prazo o Centro Cultural de Luanda e, daqui a dois anos o futuro Palácio da Música e do Teatro, com a Casa do Artista, onde irá surgir a primeira Orquestra Sinfónica Nacional em Angola.
Zeca Moreno, presidente da UNAC-SA elogiou a iniciativa
Artistas
dão nota positiva ao projecto
O presidente da União Nacional dos Artistas e Compositores - Sociedade de Autores (UNAC-SA), Zeca Moreno, em nome dos artistas angolanos, tomou a palavra durante o acto, tendo considerado o projecto marcante para todos os artistas angolanos e para a sociedade em geral.
Segundo o presidente da UNAC-SA, o projecto vai dignificar a classe artística nacional no futuro, o que mostra o empenho do Executivo em atender aos anseios dos artistas angolanos.
Contudo, finalizou, o meu apelo é que a iniciativa não se fique por aqui. "Há que agora pensar na forma profissional como deverá ser gerida esta casa no futuro”.
Por outro lado, o actor Raul do Rosário disse estar satisfeito com o projecto, pois é algo pelo qual a classe artística lutou durante anos. "Há muito que desejávamos ter espaços públicos de exibição de artes com uma dimensão que dignifica a classe angolana, que pudesse estar e apresentar as suas obras”.
Raul do Rosário declarou que em breve, em Angola, poder-se-á fazer espectáculos de outras dimensões, acrescentando que um outro anseio que a classe artística tem é o de trazer as artes ancestrais para os palcos modernos, de forma a fazer uma mistura das artes antigas com as novas. "Temos agora aqui a oportunidade de ter um espaço como esse para fazer isso e eu espero do fundo do coração que seja o primeiro exemplo e depois passe para todo o país”.
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