Política

País reafirma compromisso com a Agenda 2063 da UA

César Esteves

Jornalista

O Presidente da República, João Lourenço, reafirmou ontem, durante o II Fórum Aswan, sobre o tema “Recuperação pós-Covid-19: reforçar a paz e o desenvolvimento sustentável em África”, o compromisso do país com a Agenda 2063 da União Africana (UA).

06/03/2021  Última atualização 11H33
Presidente da República discursou no II Fórum Aswan sobre recuperação pós-Covid-19 © Fotografia por: Kindala Manuel| Edições Novembro
A Agenda 2063 tem como princípio o desenvolvimento sustentável, a coesão social e a paz para o encontro de soluções africanas para os problemas africanos, como refere a Carta da UA. Ao intervir no evento, decorrido por videoconferência, a partir de Luanda, o Presidente João Lourenço ressaltou que o país tem desenvolvido, nos últimos anos, um conjunto de mecanismos inclusivos para o reforço da coesão nacional.

 O Chefe de Estado disse que este acto está a ser levado a cabo com o envolvimento de todos os angolanos no processo de construção de uma paz sustentável e duradoura, capaz de trazer reflexos económicos e sociais positivos na vida de todos os cidadãos.  "Apesar dos efeitos negativos causados pela pandemia da Covid-19, estamos a executar acções que visam a promoção sustentável, o desenvolvimento socioeconómico e um conjunto de políticas que têm permitido a inclusão económica e social das famílias mais vulneráveis”, realçou. 

João Lourenço encorajou os esforços conjuntos para a paz e a segurança regional, de modo a continuarem como prioridades na agenda dos países africanos. Neste particular, destacou as acções específicas que o país tem levado acabo para garantir a implementação efectiva, através do diálogo, entre os países da sub-região.Apontou a realização da segunda edição da "Bienal de Luanda-Fórum Panafricano para a Cultura de Paz”, como uma clara afirmação da confiança dos Estados na construção de novos caminhos para concretizar a cultura de paz em África, cujo compromisso Angola assume desde 2019 e que foi reafirmado, recentemente, na última cimeira da UA.

João Lourenço considerou de extrema importância o engajamento e empenho de todos os actores políticos e da sociedade civil africana na compreensão total dos desafios enfrentado, para que se transformem em acções efectivas na melhoria dos indicadores de desenvolvimento que propiciam o bem-estar para todas as comunidades africanas. 

"É neste espírito que saudamos a realização deste Fórum e convidamos as altas entidades da política, empresários, intelectuais e a sociedade civil africana, a aderirem a esta grande iniciativa, para, juntos, enfrentarmos os desafios do futuro”, frisou. 

Resposta inovadora e ambiciosa à crise da Covid-19
O Presidente da República realçou que os temas agendados para o encontro, uma iniciativa do Governo egípcio, apelam a uma resposta inovadora e ambiciosa a uma das crises mais graves que a Humanidade conhece e que atinge milhões de pessoas em todos os continentes, devido à emergência sanitária, desaceleração do crescimento económico e, consequentemente, uma retracção do desenvolvimento humano e sustentável. 

João Lourenço realçou que esta situação tem provocado uma fragilização do tecido social, o empobrecimento acentuado das famílias, aumento do desemprego, sobretudo juvenil, e a redução das oportunidades do mercado informal.  Perante este quadro, acrescentou, a acção para o futuro necessita de "respostas inovadoras e ambiciosas" para enfrentar esta grande crise que, apesar da sua complexidade, pode constituir, também, uma oportunidade para forjar uma plataforma de acções conjuntas entre as nações.

"No início da pandemia, antevia-se, para os países africanos, um cenário de catástrofe humana sem precedentes, agravado pelas múltiplas condições de vulnerabilidades estruturais existentes, propícias a inverter os progressos conseguidos nas últimas décadas na luta contra a pobreza e contra o crescimento das desigualdades sociais”, aclarou. 

Não obstante a presença deste problema, João Lourenço disse que, felizmente, os países têm conseguido resistir, através de medidas de biossegurança, tratamentos e cuidados sanitários, acesso aos testes e início de uma ampla cobertura de imunização, através das vacinas, cujo acesso deve ser considerado como um bem público global e disponível para todos.

O Fórum Aswan para a Paz e o Desenvolvimento Sustentável decorreu, de quarta-feira até ontem, no Cairo, sob o lema "Moldando o novo normal de África: recuperando-se mais e reconstruindo melhor”. 

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