Economia

País mantém liderança da produção de banana

Marcelo Manuel | Ndalatando

Jornalista

Angola mantém, há seis anos, a liderança da produção de banana em África, com 4,4 milhões de toneladas por ano, seguida pela Tanzânia, com 3,2 milhões, indicam dados apresentados, ontem, em Ndalatando, pelo Instituto de Investigação Agronómica (IIA), replicando uma informação semelhante divulgada, em Dezembro último, pelo Programa das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

04/05/2021  Última atualização 11H00
Produção elevada gera expectativas do surgimento de um “petróleo verde” em Angola © Fotografia por: Edmundo Eucílio| Edições Novembro
Um documento apresentado no Conselho Científico do IIA iniciado, ontem, naquela cidade, acrescenta que esses números colocam  Angola no sétimo lugar a nível do mundo, onde a produção é liderada pela Índia, com 29 736 931 toneladas por ano.
O encontro atribuiu o re-sultado ao combate constante às pragas e introdução de variantes melhoradas, desde 2002, com o chefe do Programa de Investigação Hortofrutícolas do IIA, Alberto Londa, a apontar o Bengo, Benguela, Uíge e Cuanza-Norte como as províncias que detêm os maiores níveis de produção.Os números, frisou o responsável, tornam Angola num país auto-suficiente e detentor de segurança alimentar no domínio da ba-nana, tendo como principais destinos da exportação a República Democrática do Congo, Namíbia, África do Sul, Portugal e Espanha.

O responsável disse que as plantas cultivadas em Angola chegam a pesar entre 45 e 50 quilos, referências tidas como aceites se comparados com as normas internacionais de produção, que exigem 50 a 60 quilos por cada bananeira.Adiantou que há possibilidades de aumento da produção da banana de mesa no Litoral de Angola, se forem melhorados e aumentados projectos de produção, através de irrigação, enquanto o Norte e Leste do país apresentam potencialidades naturais para o cultivo da variedades de banana-pão."Podemos transformar a banana no petróleo verde de Angola, gerando uma economia diversificada que permita a arrecadação de divisas”, disse. Alberto Londa sublinhou que a espécie "Ndondi”, em sua opinião, pouco explorada, possui alto valor económico para a produção do álcool utilizado no fabrico de bebidas, detergentes, desinfectantes e perfumes.

O conselho científico do Instituto Nacional de Investigação Agronómica decorre até quarta-feira na Estação Agrária do Quilombo e propõe-se a discutir a capacidade de pesquisa científica dos investigadores do ramo e a implementação de projectos científicos.Participam do encontro técnicos da instituição das províncias de Luanda, Cuanza-Norte, Malanje, Benguela e Huambo.Em Dezembro último, quando estes dados foram divulgados pela FAO, o empresário José Macedo, da Nova Agrolíder, disse que das cifras serem altas, os ganhos ainda são reduzidos devido aos altos custos de produção, embora haja a vantagem de permitir a arrecadação de alguma re-ceita em divisas.O empresário e promotor da Feira da Banana disse que a Nova Agrolíder produz, anualmente, cerca de 70 mil toneladas, exportando 1.200 toneladas para Portugal e Espanha, bem como  160 para a África do Sul.
  Investigação agronómica considerada insuficiente

Ao intervir no Conselho Científico, o secretario de Estado para Agricultura, João da Cunha, considerou a pesquisa agrária em Angola insuficiente para aumentar a produção, o que é agravado por prolongados períodos de seca e ao baixo nível tecnológico dos produtores.Nessa perspectiva, João da Cunha recomendou maior envolvimento dos investigadores na pesquisa e desenvolvimento de sementes e plantas resistentes às alterações climáticas, para o desenvolvimento da agricultura nas províncias com potencial.

Para atingir esse estágio, prosseguiu, é imprescindível a melhoria das capacidades de investigação, com a criação de um ambiente tecnológico favorável à realização de pesquisas científicas apoiado em parceria entre instituições, incluindo as do ensino agrário médio e superior.Realçou o facto de o Conselho Científico coincidir com a fase de arranque, no país, do Projecto de Aumento de Produtividade da África Austral (APPSA), como uma oportunidade de adequação do funcionamento do Instituto de Investigação Agronómica (IIA).Angola manifestou o interesse em integrar o APPSA e elegeu o cultivo da mandioca como produto de excelência, devido ao potencial e à importância em termos de produção, área cultivada e contribuição para a segurança alimentar e nutricional.

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