Opinião

Os jovens formados e o mercado de trabalho

Depois do fim da guerra em 2002 no país, escolas de ensino médio e superior formaram milhares de jovens, que optaram pelos mais diversos cursos, na perspectiva de conseguirem empregos, logo após a sua formação.

16/04/2021  Última atualização 06H35
Criaram-se no país  muitas instituições de ensino médio  e  superior,   e  se terá pensado que a quantidade  de quadros  formados era a panaceia para se resolverem muitos problemas do país.  Não se pensou, entretanto, na estrutura e dinâmica do nosso  mercado de trabalho, que não estava  em condições de absorver um número elevado de  quadros. O crescimento do número  de quadros formados pelas diferentes escolas superiores e  médias do país não  foi acompanhado  por um aumento  de empresas, de grande e média dimensão, com solidez para recrutarem  quadros formados  em Angola.

Formaram-se milhares de quadros no país e a pergunta  que  hoje se faz é: para onde vão trabalhar esses técnicos  superiores e médios? Que não se pense que este  problema  do desemprego de quadros  formados só ocorre em Angola. Há países que estão  a prestar atenção ao ensino técnico-profissional para que os jovens possam ter oportunidades  diversas de emprego .  

Os países que estão a apostar no ensino técnico-profissional  chegaram à conclusão de que  o ensino médio e superior não deve estar  alheio à actividade  económica.  Entenderam que a formação académica deve estar alinhada, em condições normais, com a economia, no que diz particularmente respeito à  actividade empresarial.  É importante que as nossas universidades e escolas médias  estejam atentos  aos processos produtivos da nossa economia. 

 Importa valorizar o ensino técnico-profissional no nosso país, devendo-se incentivar os jovens a aderir a cursos que possam permitir que sejam  mais rapidamente  absorvidos pelo  mercado de trabalho. Devemos estudar a nossa realidade económica  e  agir em função dela, para que  se possam tomar decisões correctas, no sentido de termos um ensino capaz de  satisfazer os anseios  dos que  se formam.  

Temos hoje no país um elevado número de desempregados   jovens  que estão formados em diferentes cursos superiores e médios. Ter  um curso superior ou médio  no país  não  é garantia  de obtenção imediata de um emprego. Quem emprega as pessoas são geralmente as empresas.  As escolas, médias e superiores, precisam de  conhecer bem  as exigências  das empresas, para que  façam  programas curriculares  que vão  ao encontro  da realidade do mercado do trabalho.  

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