Opinião

Os bancos comerciais e o crédito

Sabe-se que os bancos comerciais são historicamente instituições que, sob diversas formas, contribuem para o crescimento económico de qualquer país.

15/02/2021  Última atualização 11H03
Os investidores recorrem frequentemente os bancos para poderem obter das instituições bancárias capitais que os aforradores (poupadores) nelas depositam, a fim de poderem alavancar sectores produtivos, com ganhos para toda a economia.
 Se houver muitos investidores, haverá mais projectos produtivos e haverá, consequentemente, muitos empregos, o que é bom para a economia.

 A grande questão que se coloca em Angola é a seguinte: por que razão os bancos comerciais angolanos têm relutância em emprestar dinheiro a potenciais investidores?
Sabemos que uma das grandes funções dos bancos comerciais é conceder crédito, fazendo uso dos dinheiros dos aforradores, que fazem depósitos, sob regras variadas.

Outra grande pergunta que se faz é: o que leva os bancos comerciais em Angola abandonarem praticamente a sua função tradicional - a de transformar depósitos em crédito, para maximizar lucros, por via dos juros, preferindo comprar títulos de divida pública e pagar multas que são impostas pelo banco central, que fixou percentagem de crédito que a banca comercial deve obrigatoriamente conceder ao público?

 Há muita polémica à volta deste assunto, com economistas renomados da nossa praça a defenderem por exemplo que o Banco Central ( BNA) não deve intervir na gestão dos bancos comerciais, pois, em sua opinião, a banca comercial tem, em economia de mercado, de ter autonomia para decidir, à luz das análises de risco de crédito que fazem, se devem conceder ou não empréstimos.
Não sendo pacífica a questão, e sendo os nossos bancos necessários para, nesta fase de crise económica e sanitária, alavancar a economia, é preciso que se encontre um qualquer mecanismo para levar as nossas instituições bancárias a financiar a nossa economia.

 A verdade é que os nossos bancos comerciais não querem mais ter na sua carteira de risco uma elevada percentagem de crédito mal-parado e é por isso que há uma elevada contracção ao nível dos empréstimos bancários. A propósito desta contracção coloca-se mais uma pergunta: será que se justifica essa contracção nos empréstimos bancários, sabendo-se que os bancos têm estado bem em termos de maximização e lucros? A resposta a esta questão terá de se encontrar talvez nos interesses de cada banco comercial, até porque, em termos de gestão desta ou daquela instituição bancária, cada caso é um caso.

 Será que o mecanismo de aplicação de multas aos bancos comerciais que não dão crédito até certa percentagem é a mais eficaz? Não será necessário rever esse mecanismo e estudar-se um outro que satisfaça ao banco central, à banca comercial e aos que querem tomar de empréstimo dinheiros desta?

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