Neste mês dedicado à juventude, propusemo-nos trazer, à ribalta, parte da história de vida de mais um jovem angolano, que, fruto da sua determinação e resiliência, construiu um percurso empresarial digno de respeito, podendo ser, por isso, um exemplo a seguir para quem pretender trilhar os mesmos caminhos.
Em quase toda parte da cidade de Luanda, bem como em outras cidades de Angola, é comum ver mototáxis circulando. Em busca de melhores condições de vida, Augusto Kalunga viu-se obrigado a se tornar um mototaxista, superando o preconceito de familiares e amigos para garantir o sustento da sua família e cobrir outras necessidades.
A Organização das Nações Unidas (ONU) vai intensificar os esforços para erradicar, até 2030, os casos de Fístula Obstétrica, que assola mais de 500 mil mulheres e meninas no mundo inteiro.
Este ano, a ONU realizou uma campanha sob o lema "20 anos depois, progressos sim, mas ainda insuficientes. Aja agora para eliminar a fístula em 2030”, para reafirmar o compromisso global com a prevenção da fístula e tratamento holístico, incluindo o reparo cirúrgico e reintegração e reabilitação social.
O objectivo da ONU é que os profissionais de Saúde sejam melhor qualificados no atendimento obstétrico de emergência e possam ajudar a prevenir a devastadora lesão do parto da fístula obstétrica.
O Dia Internacional do Fim da Fístula Obstétrica, assinalado ontem, foi proclamado através da Resolução 67/147, adoptada na Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 20 de Dezembro de 2012. A data é celebrada anualmente a 23 de Maio, como forma de destacar as principais causas desta complicação do trabalho de parto.
Por ocasião da data, o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), lembra que a fístula é um dos ferimentos mais sérios e trágicos durante o parto, mas é também inteiramente prevenível e 500 mil mulheres e meninas no mundo vivem com o problema.
Neste dia, a agência da ONU para saúde sexual e reprodutiva ressalta que o problema, que atinge meio milhão de meninas e mulheres no mundo, é inteiramente evitável. A fístula obstétrica, esclarece, afecta mulheres durante o parto em vários países da África Subsaariana, Ásia, nos Estados Árabes, América Latina e Caraíbas.
Embora qualquer mulher possa padecer de fístulas, a doença é mais frequente no continente africano, onde o parto em casa e a falta de acesso a cuidados obstétricos é uma realidade. A falta de meios leva a que as vítimas mantenham esta condição por anos, levando ao seu isolamento social e agravamento da pobreza.
A lesão mais grave e trágica do parto
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), a fístula obstétrica é uma das lesões mais graves e trágicas do parto e, quando não tratada, pode gerar infecção, doença e infertilidade.
A fístula obstétrica é uma ruptura no canal vaginal que causa incontinência e vazamento das fezes, que leva à exclusão social de milhares de mulheres. As principais causas são partos prolongados e obstruídos, especialmente onde o acesso a cuidados obstétricos é restrito. Em alguns casos, trabalhos de parto com obstruções podem levar à morte da mãe ou do bebé.
Os médicos aconselham as mulheres a fazerem a ressonância magnética, método que permite diagnosticar e identificar o trajecto da fístula e avaliar, mediante cortes em diferentes planos, as alterações que eventualmente possam coexistir nas estruturas pélvicas adjacentes, permitindo um planeamento adequado do tratamento cirúrgico.
Quanto às causas, as fístulas podem ser de natureza congénita ou resultarem de uma doença, infecção, lesão ou cirurgia. As doenças inflamatórias intestinais, como a colite ulcerosa e a doença de Crohn, associam-se com frequência à formação de fístulas. A diverticulite intestinal é outro factor de risco.
Existem casos de fístulas que são derivadas de abuso e violação sexual, complicações traumáticas e cirúrgicas, como do aborto ou de cesariana.
De acordo com os especialistas, a única solução para evitar a fístula é ir às consultas pré-natais e ter os partos no hospital.
Mulheres marginalizadas e isoladas
Devido à abertura anormal criada para a bexiga ou para o recto, uma mulher com fístula sofre de constante incontinência urinária e fecal. Os fluidos causam um odor desagradável e podem causar ulcerações ou queimaduras nas pernas, causando o afastamento das pessoas.
Muitas mulheres acabam marginalizadas, estigmatizadas e isoladas. Outras também podem sofrer de problemas de saúde mental, devido aos estigmas às quais são sujeitas. De acordo com o FNUAP, 90 por cento das gravidezes envolvendo fístula resultam em partos com natimortos. A agência da ONU está preocupada com os sistemas de saúde e comunidades que estão a falhar no combate à fístula.
Afastamento social e discriminação
A marginalização social e discriminação de género também criam riscos. Muitos casos de fístula ocorrem em áreas pobres e com poucos serviços para mulheres e raparigas carentes.
O FNUAP sugere três soluções de baixo custo para prevenir a fístula, incluindo o acesso a tempo dos cuidados obstétricos de qualidade, além de atenção aos recém-nascidos, profissionais treinados em trabalho de parteiras e parteiros e o acesso universal a contraceptivos.
A agência da ONU lembra que serviços de saúde podem ajudar a reduzir a fístula ao rastrear a prevalência, corrigir os fossos no cuidado e assegurar o acesso universal à saúde de qualidade.
O FNUAP ressalta que os investimentos e uma liderança política ousada podem ajudar a erradicar a fístula. Por isso, a agência quer mais apoio para eliminar a fístula até 2030, como parte dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
A Campanha Global para Eliminar a Fístula é uma tentativa de transformar a vida das mulheres e meninas vulneráveis.
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