Economia

OPEP+ aumenta produção para 500 mil barris/dia

Os Estados-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os parceiros não-OPEP, liderados pela Rússia, decidiram, ontem, aumentar a produção deste mês em meio milhão de barris por dia (mb/d), ajustando a oferta de 7,2 milhões para 7,7 mil milhões de barris.

06/01/2021  Última atualização 09H05
© Fotografia por: Paulo Mulaza| Edições Novembro
De acordo com o comunicado distribuído à imprensa no final da reunião, realizada durante dois dias por videoconferência, o grupo concordou em fazer ajustes no nível de produção em Fevereiro e Março, observando-se a quota atribuída a cada Estado-membro em Dezembro. 
Os ajustes na produção para Abril e os meses subsequentes vão ser decididos durante as próximas reuniões mensais, no quadro do mecanismo de cooperação (DoC). Por outro lado, a reunião da OPEP e parceiros (OPEP+) reiterou a necessidade de continuar a monitorar de perto os fundamentos do mercado, incluindo o fornecimento não-DoC e o seu impacto no balanço global do petróleo e na estabilidade geral do mercado. 

Conforme apreciação dos participantes, os altos níveis de conformidade observados nesse período contribuíram, significativamente, para o reequilíbrio e a estabilidade do mercado internacional. Foi nessa base que, entre Maio e Novembro de 2020, os Estados-membros participantes da OPEP e não-OPEP contribuíram para reduzir a oferta global em aproximadamente 1,9 biliões de barris, incluindo ajustes voluntários, que foram fundamentais para o reequilíbrio dos preços no mercado.
De acordo ainda com o comunicado final, emitido pelo Secretariado da OPEP a partir de Viena de Áustria, foi ainda reafirmado o compromisso contínuo dos países participantes da Declaração de Cooperação (DoC) com um mercado estável, no interesse mútuo dos países produtores. De igual modo, saiu reforçado do encontro o compromisso com o abastecimento eficiente, económico e seguro aos consumidores e um retorno justo do capital investido. 

A declaração final do encontro, que inaugurou a presidência angolana da OPEP, liderada por Diamantino Azevedo,lembrou a decisão tomada por todos os países participantes na reunião extraordinária em 12 de Abril de 2020, para ajustar para baixo a produção geral de petróleo bruto, as decisões unânimes tomadas no encontro de 6 de Junho e os resultados saídos do anterior encontro em 3 de Dezembro. Um dos destaques referenciados pela reunião tem a ver com os eventos sem precedentes de 2020 e o impacto chocante da pandemia da Covid-19 na economia e nos mercados mundiais. 

Nesse sentido, a organização elogiou os países participantes da DoC por realizarem os maiores e mais longos ajustes de produção de petróleo bruto da história, em resposta aos desafios excepcionais do mercado resultantes  da pandemia, considerando que o aumento das infecções, o retorno das medidas de bloqueio mais rígidas e as crescentes incertezas levaram a uma recuperação económica mundial mais frágil, que deverá continuar ainda este ano. Por outro lado, o encontro reconheceu a necessidade de devolver, gradualmente, dois milhões de barris por dia (mb/d) ao mercado, cujo ritmo vai ser determinado pelas condições globais. 

A reunião da Opep, encerrada ontem, agradeceu aos países participantes, em particular os Emirados Árabes Unidos e Angola, que tiveram um desempenho acima do esperado. Reiterou, ao mesmo tempo, a importância de aderir à conformidade total e compensar os volumes sobreproduzidos, de acordo com as declarações das 11ª e 12ª reuniões de ministros, a fim de atingir o objectivo de reequilíbrio do mercado e evitar atrasos indevidos ao processo. 

Foi solicitado aos países com baixo desempenho que apresentem, até dia 15, ao Secretariado da OPEP, os respectivos planos para a  compensação necessária pelos volumes produzidos em excesso. A próxima reunião  realiza-se em 3 de Fevereiro, depois a 3 de Março, para preparar o encontro de ministros de 4 de Março. 
Angola preside desde 1 de Janeiro deste ano o grupo OPEP, integrado por 13 países. A OPEP+ é o grupo formado pelos 13 mais outros 10 não membros, organização co-presidida pela Arábia Saudita e Rússia, os maiores produtores de cada uma das partes. Os 23 países são também conhecidos como os signatários da DoC - Declaração de Cooperação. É neste mecanismo de concertação onde são acordados os aumentos ou reduções da quantidade de petróleo à disposição do mercado.   

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Economia