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ONU pede cessar-fogo durante o Ramadão

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou, quinta-feira, às partes em conflito no Sudão para que aceitem um cessar-fogo durante o Ramadão, numa altura em que a crise humanitária está a atingir “proporções colossais”.

08/03/2024  Última atualização 12H08
Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres © Fotografia por: DR
"Dentro de alguns dias, começa o mês sagrado do Ramadão. Por isso, hoje, a partir desta tribuna, lanço um apelo. Apelo a todas as partes no Sudão para que honrem os valores do Ramadão, cessando as hostilidades”, declarou Guterres, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU.

"Esta cessação das hostilidades deve conduzir a um silenciamento permanente das armas em todo o país e estabelecer um caminho firme em direcção a uma paz duradoura para o povo do Sudão”, acrescentou.

O vice-embaixador britânico, James Kariuki, anunciou que apresentou um projecto de resolução do Conselho que apela a "um cessar-fogo imediato antes do mês sagrado do Ramadão e apela às partes para que permitam o acesso sem entraves da ajuda humanitária através das fronteiras e das linhas da frente”.

O diplomata britânico disse esperar que a resolução seja votada hoje, sendo que o Ramadão começa no início da próxima semana.

Os combates, que decorrem desde 15 de Abril do ano passado, entre o Exército do general Abdel Fattah al-Burhane e as forças paramilitares de apoio rápido (RSF), do general Mohammed Hamdane Daglo, antigo segundo comandante das Forças Armadas, causaram milhares de mortos nesta nação, onde a grande maioria é muçulmana.

"A crise humanitária no Sudão é de proporções colossais. Metade da população – cerca de 25 milhões de pessoas – precisa de ajuda humanitária para sobreviver. Mais de 14 mil pessoas foram mortas, um número que é provavelmente muito mais elevado na realidade”, sublinhou António Guterres.

Segundo o português, "os sistemas de água e de saneamento estão a colapsar e as doenças estão a multiplicar-se”.

Cerca de 18 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar aguda: "este é o número mais elevado alguma vez registado durante a época das colheitas, e os números deverão aumentar ainda mais nos próximos meses”, alertou. "Já estamos a receber relatos de crianças que estão a morrer de subnutrição”, afirmou.

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