A União Africana (UA) manifestou preocupação com "a tensão entre comunidades locais" no Norte da Etiópia e apelou ao "fim das hostilidades" que já obrigaram pelo menos 50 mil pessoas a deslocarem-se, segundo a ONU.
Pelo menos 21 pessoas morreram na sequência de um naufrágio que ocorreu no Rio Lufira, na zona sudeste da República Democrática do Congo (RDC), tendo 11 dos passageiros conseguido salvar-se, noticia hoje a agência espanhola EFE.
A votação no Conselho de Segurança da ONU de um projecto para um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza foi adiada para amanhã, disseram, ontem, fontes diplomáticas, a fim de permitir a continuação das discussões.
A votação de amanhã terá lugar depois de a Rússia, China a Argélia terem vetado uma proposta de resolução apresentada no Conselho de Segurança da ONU pelos Estados Unidos para um cessar-fogo imediato em Gaza.
O Conselho de Segurança, que há anos se encontra largamente dividido sobre a questão israelo-palestiniana, só conseguiu aprovar duas resoluções sobre o assunto desde 7 de Outubro do ano passado, essencialmente humanitárias. Os resultados são escassos: a ajuda a Gaza continua a ser largamente insuficiente e a fome é iminente. Várias outras resoluções políticas foram rejeitadas por vetos norte-americanos, por um lado, e russos e chineses, por outro, ou por um número insuficiente de votos. Também na sexta-feira, a França defendeu um acordo no Conselho de Segurança da ONU com base num texto francês.
Segundo uma fonte diplomática, o texto mais amplo e a mais longo prazo incluiria a consolidação de um eventual cessar-fogo, a libertação de reféns, o papel da Autoridade Palestiniana e da ONU em Gaza após a guerra e o relançamento de um processo político.
A Rússia e a China vetaram o projecto de resolução proposto pelos Estados Unidos, um texto que recebeu 11 votos a favor, uma abstenção - da Guiana - e três votos contra, entre eles da Rússia e da China. dois membros permanentes do Conselho de Segurança com poder de veto, além da Argélia.
A resolução, proposta após mais de cinco meses de guerra, marcou a primeira vez que os Estados Unidos pediram um cessar-fogo imediato em Gaza no Conselho de Segurança, após terem vetado vários projectos apresentados por outros países.
Israel mantém a operação a Rafah
O Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, rejeitou os apelos dos Estados Unidos para que fosse cancelada a prometida invasão terrestre da cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde existe uma grande concentração de civis deslocados.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, terminou a viagem ao Médio Oriente sem conseguir progressos nas conversações, antes de, nesta semana, uma delegação israelita se deslocar a Washington, a pedido do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Netanyahu disse que Israel está pronto para "fazer tudo sozinho" em Rafah, se necessário. Apesar das tensões, a administração Biden continuou a fornecer ajuda militar crucial e apoio diplomático, mesmo quando a guerra de Israel contra o grupo islamita palestiniano Hamas matou mais de 32.000 pessoas em Gaza e levou a um agravamento da crise humana.
Israel alegou que Rafah é o último reduto do Hamas e que as forças do grupo têm de ser eliminadas para que Israel possa atingir os seus objectivos de guerra.
Em Rafah encontram-se actualmente mais de um milhão de palestinianos sem abrigo que fugiram dos combates em outras zonas de Gaza e os EUA, tal como a maior parte da comunidade internacional, receiam que uma invasão terrestre israelita ponha em perigo a vida dos civis e impeça o fluxo de ajuda humanitária para o território. Netanyahu transmitiu a Blinken que Israel está a trabalhar de formas a retirar os civis das zonas de combate e de responder às necessidades humanitárias em Gaza, onde os funcionários que prestam ajuda internacional garantem que toda a população está a sofrer com um cenário de insegurança alimentar e que a fome está iminente no norte.
"Também disse que não temos forma de derrotar o Hamas sem entrar em Rafah", afirmou Netanyahu. "Disse-lhe que espero que o façamos com o apoio dos EUA, mas, se for necessário, fá-lo-emos sozinhos", acrescentou o Primeiro-Ministro de Israel.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que terminou a sexta visita ao Médio Oriente desde o início da guerra, em Outubro do ano passado, disse aos jornalistas que os EUA partilham o objectivo de Israel de derrotar o Hamas, embora considere que a ofensiva em Rafah não seja a opção defendida.
"Uma grande operação terrestre em Rafah não é, na nossa opinião, a forma de o conseguir e fomos muito claros quanto a isso", frisou o enviado dos EUA, segundo o qual Israel enfrenta um isolamento crescente se avançar.
"Arrisca-se a matar mais civis. Arrisca-se a causar mais estragos na prestação de assistência humanitária. Arrisca-se a isolar ainda mais Israel em todo o mundo e a pôr em risco a sua segurança e posição a longo prazo", disse Blinken. As autoridades americanas defenderam que outras opções são a única forma de evitar uma catástrofe civil na Faxia de Gaza.
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