A galeria nacional This Is Not A White Cube integra um conjunto de 14 seleccionadas para marcar presença na 1-54 Feira Internacional de Arte Africana Contemporânea de Marrakech, a decorrer entre quinta-feira e domingo, em Marrocos, com obras de Cristiano Mangovo e outros 26 artistas plásticos.
A presente edição da feira acontece pela primeira vez em dois espaços, em simultâneo, estando agendada para o estonteante hotel La Mamounia, considerado como um dos melhores do mundo, a exposição das obras promovidas pela galeria internacional angolana, além do espaço artístico DaDa, onde estarão patentes obras em representação de outras galerias.
Segundo informações a que o Jornal de Angola teve acesso, este ano, a galeria vai apresentar uma exposição colectiva que integra peças de arte de Cristiano Mangovo, o nigeriano Samuel Nnorom e o brasileiro Cássio Markowski.
Com este projecto, a galeria pretende gerar um diálogo entre países com afinidades coloniais e históricas, reflectindo sobre o conceito de descolonialidade e por formas a promover uma reflexão sobre como a arte africana contemporânea se tem afirmado à escala global.
A feira está a ser desenvolvida especificamente para como uma extensão da presença dos artistas na edição anterior, e reflecte sobre a emergência de uma visão crítica do colonialismo e sobre a importância que a diáspora africana materializou nas obras desses artistas, em projectos curatoriais, pesquisas e estudos documentais associados assumem a produção de um discurso histórico renovado da arte na contemporaneidade.
"Cássio Markowski, Cristiano Mangovo e Samuel Nnorom são artistas cujas diversas práticas convergem na intersecção da exploração cultural e da narrativa profunda”, nota a galeria em conversa com este jornal, para acrescentar que a nova etapa emocionante testemunha o sucesso da feira e atesta o seu verdadeiro compromisso com a dinâmica cena artística marroquina.
A 1-54 Feira de Arte Contemporânea Africana deste ano, além da presença da galeria This Is Not A White Cube, estarão presentes a CDA Gallery, Myriem Himmich Gallery, So Art Gallery, e African Arty (Marrocos), Galerie 208, Revie Projects, Christophe Person e The Bridge Gallery (França), M CONCEPT Gallery e Galerie Atiss Dakar (Senegal), Reiners Contemporary Art (Espanha), Gallery 1957 (Gana/Reino Unido), Portas Vilaseca Galeria (Brasil), Kó (Nigéria) e The African Art Hub (Reino Unido).
Perfil do artista angolano
Natural de Cabinda, Cristiano Mangovo vive e trabalha principalmente entre Luanda e Lisboa, fruto dos regulares compromissos profissionais alcançados após concluir formação em Belas Artes, pela École des Beaux-Arts de Kinshasa (RDC). Tem também formação em Cenografia Urbana e Performance.
Mangovo cresceu como um refugiado na RDC e passou maior parte da sua carreira profissional em Luanda, onde adoptou a frase angolana "Protejam-se e protejam os outros também”, que se tornou o tema central do seu trabalho artístico. As suas pinturas, esculturas, instalações e performances de Mangovo são inspiradas na vida urbana quotidiana e apelam frequentemente à necessidade de proteger as pessoas mais fracas diantes das mais fortes, apelando às sociedades mais equilibradas com melhores condições humanas para todos.
O artista desenvolveu vários estilos e simbolismos em suas pinturas e colagens ao longo dos anos, mas sempre com um toque surrealista distinto. Nos anos mais recentes, o seu trabalho tem sido dominado por um estilo expressionista, pintando personagens deformadas com rostos multifacetados, duas bocas, por vezes múltiplos olhos abertos sem uma forma completa da vida real. Em vez disso, ele mostra suas personalidades, movimentos e ideias orientadoras por meio de sombras projetadas nas costas. Por um lado, seus personagens deformados evidenciam suas necessidades e defeitos. Mas, por outro lado, as suas bocas duplas, simbolizando a sua liberdade de falar, e os seus olhos abertos, indicando a sua abertura e alerta para ver e a capacidade de se guiarem pelas suas ideias, representam uma esperança optimista de que podem superar os seus desafios.
Mangovo recebeu reconhecimento pelo seu trabalho, ganhando a sua primeira exposição individual em 2013 pela Fundação Arte e Cultura de Luanda, que percorreu a Art BAI. Em 2014, foi galardoado com o Prémio Mirella Antognoli da Embaixada de Itália em Angola e da Alliance Française, bem como com o prestigiado prémio Angolano ENSA Art, edição 2018. Desde então, ele expõe em mostras individuais e colectivas em todo o mundo. Entretanto, no seu país de origem, foi reconhecido, entre outras, com uma exposição retrospectiva individual e a instalação "Riquezas de África”, em 2017.
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