Na ocasião, o director da Fundação Agostinho Neto, Victor Bungo, sublinhou que a organização que dirige pretende com esta actividade, divulgar a faceta artística de António Agostinho Neto para as novas gerações em todas as províncias do país, através do contacto com os seus escritos, inserido nos festejos do seu centenário, comemorado a 17 de Setembro do ano passado.

"Nos poemas de Agostinho Neto está espelhado o processo de luta de libertação nacional, um instrumento que deve estar ao alcance dos jovens. Estas obras já foram traduzidas de português para Kimbundo, Kikongo e Chokwe, por isso a nossa próxima acção será o lançamento destas obras em todo território nacional”, avançou.

O sociólogo Zolana Avelino, que testemunhou o acto, caracterizou a obra de António Agostinho Neto como uma literatura de combate e intervenção social, tendo em conta o contexto de colonização em que foi produzida.

"Através das obras Renúncia Impossível, Sagrada Esperança e Amanhecer, podemos considerar Agostinho Neto como poeta sociopolítico, porque, para ele escrever significava lutar. Obras que, segundo alguns especialistas, foram realizadas sem grande atributo, porque o autor rejeitava toda a subjectividade, abstracção e lirismo, exaltando apenas a realidade objectiva dos musseques, a sua miséria e os problemas sociais”, frisou.

Por seu turno, o secretário provincial da Brigada Jovem de Literatura no Zaire, Agostinho Dias Zantoto, considerou o lançamento da "Obra Poética Completa” de António Agostinho Neto, em Mbanza Kongo, como uma oportunidade ímpar para a juventude local ter contacto com a sua poesia.

"Há esta necessidade que a obra de António Agostinho Neto seja conhecida em todo o país, numa altura em que se debate com a perda dos valores morais, comodismo e fuga das responsabilidades, atribuindo a culpa ao outrem”, disse.