No alto da minha ignorância, encho-me de brios para defender Patrícia Faria, cidadã angolana de mérito, no meio da multidão enfurecida por causa das decisões tomadas pelo Conselho de Disciplina da Federação Angolana de Futebol (FAF), na apreciação dos indícios de viciação de resultados e corrupção desportiva, suscitados no áudio vazado nas redes sociais.
Hoje, celebra-se, em todo o mundo, o dia de um dos órgãos mais importantes do corpo humano, o coração, uma data criada, em 2000, pela Federação Mundial do Coração, instituição que congrega, no seu seio, todas as Sociedades de Cardiologia do planeta.
Eu acabava de sair de uma cadeira, da cadeira que eu menos gosto. A cadeira de dentista, marcado pelo tempo em que meu pai me levava ao dentista em Nova Lisboa e me arrancavam dentes sem anestesia. No entanto, a cadeira, disse-me um estomatologista, é democrata. O quê? Sim. Deixa-lhe abrir a boca…
Afinal a Dipanda está a continuar aqui. Tem os que vão continuar. Mas tem os que vão entrar na primeira cabunga. No meu tempo era a primeira atrasada e depois a primeira adiantada. Havia dois instrumentos didáticos: a vara de bambu e a palmatória de "cinco olhos.”
Desde a nossa independência quantas escolas foram feitas e quantos alunos passaram por elas? É um bom passa tempo para os que só dizem mal e…às vezes têm duas nacionalidades e os filhos a estudar na Melói, com casa própria…tudo com dinheiro que vai daqui pelas formas mais diversas…são heróis do mar!
Mas reparem nesta imagem a forrar Angola de batas brancas e mochilas, algumas com rodas. Os mais pequenos vão acompanhados por familiares adolescentes.
O filho da empregada gatinhou, começou a andar e a falar aqui. Depois arranjei-lhe uma cadeira com escrivaninha como essas dos congressos. Foi gastando papel. Desenhava abstracto. Depois letras e números. Outro dia comprou-se o material escolar, os preços variam, quanto mais fora da cidade menos caro. Aí, a mãe equipou o meu amigo e veio aqui vai dar de bata e mochila. Foi um grande dia, almoçou comigo com elegância. Dei-lhe quinhentos kwanzas para guardar na mochila e prometi-lhe um telemóvel daqueles que só recebem.
E fico a pensar que estas meninas e meninos saíram de ventres de mulheres angolanas. Os pilares desde que o homem existe com consciência de ser e estar. Os pilares que todos os dias fazem renascer a esperança quando há um novo parto. Também ir à escola é renascer. Deviam gravar depoimentos dos caloiros. E das professoras e dos professores. Como ensinam. Se batem ou não batem. Se acabou a sórdida e criminosa gasosa. Se há actividades extra escolares como canto, música, ginástica, teatro e desportos. Se há merenda. Ó donos de bananais! Quem dá uns cachos de bananas para as escolas? Ó donos de padarias! Quem dá pão para as escolas?
Antigamente que quer dizer anteontem, as crianças levavam para a escola latas vazias de leite. Sentavam-se nas latas. Não havia carteiras. O país vivia uma guerra burra. Até se fazia pão burro.
Quantos que estudaram sentados em latas hoje são doutores? E quantos não terão guardado as latas? Seria bom fazermos um pequeno museu das latas com as paredes enfeitadas de fotografias dos que estudaram sentados nas latas, artes plásticas e música. Quem aceita o desafio? A liberdade começa na escola. E os livros escolares? Isso é outra conversa que não conta para este dia de festa. Estou esperando mais uma semana para o meu amigo que eu trato por colega me contar como foi esse primeiro dia de "serviço.”
Escrevi, no hino da alfabetização (se calhar já deitaram fora para desmemória passada): "só é livre quem estuda e ensina para aprender…”
Também já dei aulas. Paguei o meu sétimo ano dando explicações. Em Portugal dei noções de Comércio e na Suécia dirigi um grau académico de literaturas africanas em língua portuguesa. Sempre que ensinei aprendi. Ainda fui director da Faculdade de Letras do Lubango para, criminalmente, a matar e fazer o ISCED que podia ser feito sem matar as letras Foi um aprendizado surreal pela interferência do governador sempre bêbedo ao ponto de eu lhe ter torcido o braço e levá-lo para a cama. Eternizei-o dando o nome àquele pai violento do "Quem me dera ser onda.”
A escola pública devia ser absolutamente gratuita, incluindo o material escolar, a merenda e a saúde. O futuro é agora. Amanhã é ontem.
Também seria interessante inventarmos um jornal para onde a miudagem mandaria os seus trabalhos.
Todos os anos, os melhores alunos deveriam ter direito a fazerem uma pequena viagem de avião. Para além disso, as excursões interprovinciais deveriam começar a ser programadas já agora.
Tenho saudades da minha escola 33 em Nova Lisboa, perto do sapalalo, o único prédio com primeiro andar e da Rua do Comércio onde meu pai teve a primeira livraria da cidade.
Tenho saudades e nostalgia. Precisava vestir uma bata e uma mochila com uma maçaroca assada lá dentro misturada com a ardósia, o livro, o caderno e o lápis.
Só pelas ruas se pintarem de branco valeu a pena o 11 de Novembro!
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