Chama-se Valquíria Dias. Com apenas 22 anos começou a escrever a sua história no livro do sucesso, com uma tesoura nas mãos.
Diferente de muitas crianças, Valquíria nunca sonhou ser professora, polícia, médica ou qualquer outra profissional. Queria apenas ter a sua própria empresa. A veia do empreendedorismo já tinha nascido com a jovem.
"Eu sempre quis ter a minha própria empresa, o meu próprio negócio”, disse.
A jovem, residente em Luanda, trabalhava como assistente numa perfumaria. Com o surgimento da pandemia da Covid-19, em 2020, a loja viu-se obrigada a diminuir o número de colaboradores.
"Quando a loja em que eu trabalhava diminuiu o pessoal e eu fui abrangida, comecei a pensar no que fazer e decidi realizar o meu sonho - ter o meu próprio negócio. Pensei em várias possiblidades, desde pastelaria, cabelereiro, decoração, mas nunca me passou pela cabeça fazer corte e costura. Foi então que ouvi a minha tia a conversar com uma amiga sobre o assunto e me interessei”, lembrou.
Sem perder tempo, Valquíria decidiu fazer a formação, que durou quatro meses e, em seguida pôr em prática o que aprendeu. Fez três peças, que o seu afilhado, a mãe do menor e ela própria, usaram num evento familiar (as primeiras roupas que produziu). O que a jovem costureira não sabia era que, naquele dia, começava uma nova etapa da sua vida profissional.
Valquíria Dias contou que, no início, teve de enfrentar algumas barreiras, dentre elas, a falta de um smartphone para a divulgação do seu negócio nas redes sociais e conseguir os materiais necessários para a produção das peças.
"Para me ajudar, a minha tia ofereceu-me um telefone que ela usava. Apesar de não ter a melhor qualidade de imagem, já dava para auxiliar no meu trabalho”, disse.
Nesse processo, precisou de apenas 60.000 kwanzas para o investimento no início do seu negócio, por já ter uma máquina doméstica de costura, antiga, do seu avô, no quintal de casa.
Já com a sua marca criada, "Akyra Atelier”, Valquíria lembra que o maior número de pedidos que já recebeu foi de 83 peças numa única encomenda.
"Este foi o maior número de peças que recebi, até ao momento, em um só pedido, mas já houve meses que produzi apenas uma peça e outros que não tive nenhum pedido”, revelou, tranquila.
Com uma atitude persistente, apesar das dificuldades, a jovem empreendedora foi expandido o seu negócio, aumentou a clientela, comprou uma máquina profissional e actualmente produz roupas para algumas instituições, tais como colégios e clubes desportivos, "fora os clientes particulares, que são a maioria”.
Questionada sobre quanto consegue lucrar com as instituições para as quais presta serviços, tímida, Valquíria respondeu: "Não é o valor exacto, mas já consegui lucrar mais de 100.000 kwanzas”, revelou.
E ainda sobre lucros, a costureira explicou que a sua mensalidade varia muito, em função do número de pedidos. Entretanto, segundo disse, é possível fazer mais de 80.000 kwanzas.
Valquíria Dias almeja ver a marca "Akyra Atelier” estampada num letreiro, à entrada da sua loja de roupas criadas por ela, expandir o seu negócio pelo país a dentro e poder formar e empregar muitos jovens.Seja o primeiro a comentar esta notícia!
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