A poucas semanas das eleições, os potenciais candidatos à corrida eleitoral em Angola ainda não apresentaram os seus manifestos ou propostas de programas de governação que, por norma, são instrumentos que permitem ao eleitor saber as estratégias e os programas que serão gizados no sentido de dar tratamento aos problemas que o país enfrenta em várias dimensões por parte do partido político vencedor.
A rede de transportes aéreo, marítimo, fluvial, rodoviário e ferroviário, de Cabinda ao Cunene, funcionando com eficiência que sirva para as pessoas se movimentarem, é crucial para desenvolver o país. Tudo, hoje, em termos económicos, gira em torno da mobilidade de pessoas e bens e essa realidade apenas se efectiva, com ganhos e custos comportáveis.
Os ruídos das coisas fazem parte da vida real das pessoas, enquanto que ao murmúrio das gentes, que já houve alturas que denominámos de “mujimbo”, passou às redes sociais e esvaziou-se: ajudam a consolidar a opinião publicada, mas só serve interesses políticos quando coincide com os interesses do poder, caso contrário é “fait divers”, qualquer coisa de anedóctico que esquecemos tão logo lemos o post seguinte
O ruído das coisas e o
murmúrio das gentes fazem parte das alegrias, do caos e dos dilemas da vida
quotidiana: o copo de vidro que vibra ou a folha de papel que voa; a garrafa
que agitamos ou a mesa que chia; a porta que fecha ou a janela que abre; os
gritos das crianças a brincarem no quintal ou os cânticos do coro da igreja ao lado;
as palavras de ordem nos comícios e as músicas de campanha, todos eles nos
ajudam a compor a casa dos sentidos da nossa existência e, desfrutando com eles
ou rejeitando-os, a definir o lugar que ocupamos, numa sociedade dada.
Nem sempre são perceptíveis
e, por isso, por vezes, passam despercebidos: se tornam parecidos às correntes
de ar e quase ninguém dá por eles. "Desconseguem" preencher o vazio,
mas estão aí para distrair-nos, uns animam, outros deprimem. Alguns deles mesmo
sendo breves e, se calhar, até mesmo escorregadiço, se estivermos atentos,
conseguimos distingui-los ainda que camuflados entre muitos: o paradoxo entre
os silêncios que fazem ruídos e os ruídos que participam dos silenciamentos dão
corpo às narrativas ausentes.
Pelo seu ritmo e volume, os
batimentos do coração emitem um som que difere daquele que sai do ventre quando
vazio; o ruído da máquina de lavar ligada e a trabalhar não é o mesmo o que a
geleira emite; o rádio ligado soa diferente do televisor; a vara mágica com a
qual fazemos o batido de frutas faz-se notar de um modo diferente do ferro de
engomar; ao arrastar-se pelo chão a vassoura e a pá fazem ruídos diferentes:
podemos compor o nosso dia-a-dia através da banda sonora dos objectos que
utilizamos.
Todo corpo emite um som específico
em função da matéria que o compõe, das variações de temperatura, do facto de
estar cheios ou vazios, ao rolarem ou ao ser arrastado sobre uma superfície,
mas, também, pelos gestos que incidem sobre ele: se é ruído, murmúrio, fala ou
discurso isso é algo que devemos descodificar caso-a- caso. Predominam os sons
de um barulho inglório e decadente, dos que anestesiam com festas.
Pode acontecer que um ou vários corpos, coisas
ou gentes emitam sons quando induzidos por outrem e, por isso, são de um tipo
que não podemos perder nem ignorar: funcionam como caixas de ressonância e,
nesses casos, não sendo neutrais obedecem a um propósito específico, amiúde
diferente da própria vontade deles. Não agem como sonâmbulos: pode ser reflexo
da educação e das convicções.
Sobre o ruído das coisas e o murmúrio das
gentes pouco se tem escrito. Os ruídos das coisas fazem parte da vida real das
pessoas, enquanto que ao murmúrio das gentes, que já houve alturas que
denominaámos de "mujimbo”, passou às redes sociais e esvaziou-se: ajudam a
consolidar a opinião publicada, mas só serve interesses políticos quando
coincide com os interesses do poder, caso contrário é "fait divers”, qualquer
coisa de anedóctico que esquecemos tão logo lemos o post seguinte.
Entre o ruído das coisas e o murmúrio das gentes deverá interpor-se, no espaço público, a opinião fundamentada e o juízo com critérios.
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