O julgamento do “caso Lussati”, que envolve militares e funcionários civis ligados à então Casa Militar do Presidente da República, desde há algum tempo redenominada Casa Militar, começou ontem em Luanda no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda.
Quando correu a fuga para o domínio público do "draft" do documento que estava a ser "cozinhado" pelos juízes do Tribunal Supremo americano, um facto sem precedentes no sistema de Justiça dos Estados Unidos ao mais alto nível, muitos encararam tal incidente como uma tentativa de sectores pró-aborto medirem a pulsação e a reacção pública, ante a perspectiva de revogação da histórica decisão judicial conhecida por Roe v Wade.
Não é preciso fazer-se muitos exercícios para notarmos que houve, nos últimos tempos, uma degradação das operações no campo das finanças internacionais, basta observar a instabilidade dos mercados e o pessimismo dos agentes económicos para dizer que é necessário repensar o sector financeiro mundial.
Na semana passada a última divulgação do índice de preços do consumidor (CPI) dos Estados Unidos da América colocou a economia internacional e os mercados globais em estado de choque, anunciando uma nova crise financeira da dívida soberana. Os bancos centrais em todo mundo estão perante o maior desafio inflacionista dos últimos tempos que exigirá certamente uma resposta robusta em termos de política monetária que enfrenta, igualmente, o maior desafio desde a crise financeira de 2008.
Não era espectável pelos analistas que a inflação americana fosse escalar para níveis de 8,6% representando o maior nível desde Dezembro de 1981, resultando numa pressão excessiva sobre as taxas de juros em todo o mundo, esperando-se um impacto significativo em todas economias, particularmente a europeia, em que os países da periferia da Europa acabam de apresentar os primeiros sintomas de fragilidade com a elevação vertiginosa da dívida soberana.
Toda esta situação fez que o Banco Central Europeu marcasse uma reunião extraordinária, na qual o Comité de Política Monetária do Banco Central Europeu (IBC) decidiu elevar a taxa de juro no mês de Julho, para 25 pontos base, estando prevista para o mês de Setembro a elevação da referida taxa para 50 pontos base. Por outro lado, de forma a conter o ímpeto inflacionista na Europa, o IBC irá suspender a partir do mês de Julho o processo de aquisição de activos financeiros, ou seja a compra de dívida soberana oriunda de países da Europa, de forma a refrear o processo inflacionista. Portanto, implementar uma política monetária restritiva, eliminando as operações de flexibilização quantitativa (quantitative easing), em que o Banco Central compra títulos públicos e privados com o objectivo de aumentar a oferta de dinheiro na economia gerando o seu "aquecimento, facilitando aos agentes económicos, o acesso a empréstimos e financiamentos e estimular o consumo.
O sector financeiro internacional reagiu com a subida das taxas de juro de referência, tornando os custos de crédito mais caros (quer no mercado interbancário quer para o cliente final), o que poderá abrandar o crescimento económico, uma vez que o sector empresarial irá esperar por melhores momentos para realizar grandes projectos de investimentos. O liberalismo económico e financeiro de per si resulta em graves danos à economia mundial, sendo as famílias e as empresas a parte mais penalizada, vendo ruir os seus projectos e expectativas.
Vejamos que a interdependência das economias é tão forte que a mínima alteração da conjuntura reflecte-se sobremaneira na cadeia global, causando o pânico dos agentes económicos. Portanto, a potencial recessão está na base do abrandamento do crescimento da economia que poderá impactar nas taxas de desemprego, prevendo-se que esta crise poderá reforçar o número de desempregados com maior incidência nos países desenvolvidos. O desemprego galopante é um dos efeitos negativos que persiste perante um estado de crise financeira, sendo hoje um problema fulcral nas economias ocidentais (mesmo estando a crescer a taxa de criação de emprego não acompanha a retoma). É preciso mudar este rumo e reduzir a expressão do desemprego nas economias, tarefa hoje que não só se ocupa a gestão política (com a preocupação do controlo dos défices e implementação de políticas de fomento económico) como organizações privadas com ou sem fins lucrativos, académicos e investigadores.
O sentimento de crise pode afectar também os índices de confiança da comunidade empresarial, o que de certa forma corrói os índices de incerteza principalmente na Europa e nos Estados Unidos da América. Por outro lado, podemos verificar nas economias em desenvolvimento um aspecto preocupante que é o declínio das exportações, induzido por dois factores, o primeiro a redução significativa dos preços das matérias-primas, e a desaceleração da importação de produtos e serviços provenientes destas zonas, muito influenciada pela queda do consumo dos países exportadores, que de certa forma agrava, a baixa confiança dos consumidores e investidores. O resultado é a redução significativa dos projectos de investimento, portanto o desafio passa também pelo rigor ao nível da gestão macroeconómica bem como das políticas de controlo orçamental, ou seja, melhorar progressivamente o ambiente de negócio, e a qualidade da gestão pública, sendo que os investidores esperam por uma conjuntura mais favorável nos próximos tempos.
* Economista
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