O petróleo continua a ser a principal fonte de equilíbrio e o motor do crescimento da economia angolana.
Angola acaba de acolher a 8ª edição do Congresso e Exposição Africano de Petróleo e Gás, um evento que reuniu, na capital angolana, de segunda a quinta-feira, especialistas de vários países que deixaram os seus subsídios sobre o futuro da exploração e utilização prática dessas duas matérias-primas no nosso continente, na perspectiva de uma melhor estruturação e desenvolvimento das economias.
A transição energética, como assunto que tem vindo a dominar a agenda política internacional, não ficou à margem das abordagens que foram feitas, porém assentes no realismo de que o continente africano não vai poder implementá-la à mesma velocidade com que os outros, mais desenvolvidos e melhor preparados, o estão a concretizar. Além de que, mesmo aí onde foram já verificados avanços consideráveis na mudança da matriz energética, o petróleo e o gás ainda têm papel predominante como fonte de produção de energia para muitos ramos da actividade económica.
E, por assim ser, como resultado da guerra russo-ucraniana e das consequências que despoletou, assistimos a um renovado interesse do consumidor europeu em relação à exploração e produção de petróleo e gás nos países africanos. É, ao mesmo tempo, uma oportunidade para reforçar o sector, com novos investimentos, mas também para projectar uma melhor utilização dos produtos derivados e trabalhar para a construção de um mercado africano auto-sustentado.
Defender este ponto de vista não significa esquecer ou pôr de lado as preocupações em relação às emissões de dióxido de carbono. Nos dias que correm, cada vez mais os processos tecnológicos vão conhecendo novos desenvolvimentos científicos que estão a permitir reduzir o nível de emissão de gases prejudiciais ao ambiente.
É, fundamentalmente, na utilização de petróleo e gás como matéria-prima para a produção de energia onde maior é o volume de emissão de dióxido de carbono. Todavia, como matérias-primas, o petróleo e o gás não funcionam apenas como combustível.
A sua grande diversidade de aplicações permitiu ao homem descobrir que a partir desses dois produtos poderia obter outras tantas quantidades, quase infinitas, de derivados. Fruto desse pensamento a indústria química deu um salto e surgiu a indústria petroquímica, um novo sector económico que se desenvolveu rapidamente e, com base no petróleo, passamos a ter o fabrico de plásticos, de fibras artificiais, etc., que impulsionaram o aparecimento de outras indústrias também, como a têxtil (produção de tecidos de nylon e de composição mista de fibras artificiais e naturais), a de produtos farmacêuticos e a de cosméticos.
Graças à sua maior versatilidade e resistência, o plástico invadiu praticamente várias indústrias e consegue substituir, com resultados satisfatórios, componentes na indústria aeronáutica, materiais no ramo da saúde, na indústria destinada ao fabrico de mobiliário, na indústria automóvel e, até mesmo, a indústria militar recorre ao seu emprego.
Por seu turno o gás, inicialmente descoberto como fonte de energia, não tardou a ser melhor pesquisado. Dos estudos feitos o homem concluiu que também podia ser utilizado como matéria-prima nos sectores químicos e petroquímicos, principalmente para a produção de metanol e de fertilizantes, para a produção de amônia e ureia. Estes últimos produtos muito importantes e de aplicação na agricultura, cujo emprego com rigor permite aos grandes produtores garantir colheitas com elevado padrão de qualidade e, sobretudo, em grandes volumes.
Os maiores produtores mundiais de cereais e de carnes são, também, dos maiores consumidores de fertilizantes. A Rússia, a Ucrânia, o Brasil, os Estados Unidos, a Argentina, a China, entre outros, consomem anualmente toneladas e toneladas de fertilizantes para assegurar a manutenção dos seus volumes de produção de trigo, milho, feijão, etc., bem como de carnes diversas.
O Brasil fez questão de garantir (e tem estado a receber) que a guerra russo-ucraniana não iria impedir as remessas de fertilizantes por parte da Rússia, que, por seu lado, tem no país latino-americano um dos seus principais compradores.
Quer o petróleo quer o gás contribuíram para pôr de parte o carvão como principal fonte de energia. E essa é a percepção generalizada que o cidadão comum tem. Mas são muito mais do que isso. Há um mundo infinito de utilidades que o petróleo e o gás podem dar e que o homem continua a descobrir.
Ou seja, ainda que se faça a transição energética e deixem de ser utilizados para a produção de energia, o petróleo e o gás continuarão a ser essenciais à obtenção de outros produtos indispensáveis à vida humana, como bem ficou provado nas linhas atrás traçadas.
O pânico ou a inquietação que as abordagens sobre a transição energética por vezes suscitam, em relação à perda do valor comercial do petróleo e do gás, parecem, pois, não se justificar. O homem cultivou uma enorme relação de dependência com esses dois combustíveis fósseis que vai para além da sua utilização como fonte de energia, pelo que não é de imaginar que, mesmo quando se concretizar a mudança de matriz energética - que é coisa que ainda vai levar muitas décadas a acontecer -, o mundo se ponha de acordo para selar os poços de exploração de petróleo e gás.
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