Os traços histórico-culturais de Angola desde as ancestralidades civilizacionais, às lutas pela conquista da independência, à paz e aos elementos caracterizadores dos novos tempos de desenvolvimento do país vão ganhar, doravante, maior impulso e representatividade no Museu das Civilizações Negras, em Dakar, Senegal.
Segundo o cantor, o Kuduro é responsável “por retirar boa parte da juventude da marginalização das ruas, tendo ganhado grandes proporções a nível internacional, graças à intervenção do director criativo e produtor Corion Dú”.
"Gostaria que ele estivesse aqui para dar força à expansão universal do estilo, pois foi com a sua paixão pelo estilo que criou o projecto denominado I Love Kuduro”. No dizer de Pai Banana, "a ausência do produtor Coreon Dú causou uma baixa no estilo Kuduro, que antes era consumido em grandes eventos”. Por outro lado, o músico manifestou agradecimento ao canal 100 da BEKuduro "que não desistiu da expansão do estilo, reactivando, consagrando e dando oportunidade aos novos talentos”.
Acrescentou que, recentemente, tem se verificado que "muita gente está a trabalhar para o estilo”, o que no seu entender é um ponto positivo, mas realçou que também há "muita gente a escrever letras obscenas, sem pensarem nas crianças que também são consumidores do estilo Kuduro”.
Sendo este o estilo mais consumido no país, e fazendo jus ao seu próprio slogan "Todos os kuduristas estão sob a minha responsabilidade”, Pai Banana garantiu que está a trabalhar para "pôr ordem” no seio dos colegas. "Peço aos meus colegas que saibam dar o devido valor a um estilo que tem ajudado muita malta jovem”, disse.
O kudurista sublinhou que se sente satisfeito "pela visibilidade que os fazedores de Kuduro estão a alcançar a nível da governação do país, visto que muitos, hoje, ganharam casas e outros estão a receber terrenos na denominada Vila dos Kuduristas”.
Essa é mais uma razão, segundo o artista, que o leva apelar aos colegas para apostarem em "conteúdos que engrandeçam a sociedade e a mudança de mentalidade”.
O cantor Pai Banana frisou que está atento aos programas de rádio que valorizam o estilo Kuduro. "Estou atento às programações e ao reconhecimento do estilo porque me sinto responsável neste sector. Na minha grande preocupação constam também aqueles que estão a tentar tirar a essência do Kuduro com a introdução do estilo Afroshouse. Isso não permite uma boa composição nas letras do Kuduro, que é mundialmente respeitado por nascer de forma original e criativa”.
Pai Banana salientou que o Kuduro permite fazer músicas educativas, mas, segundo reiterou, "hoje parece que estamos a perder a essência, a maioria das composições são obscenas”, ao contrário de outrora, "quando o estilo era feito com amor”.
"Sou da segunda geração de kuduristas e gostava que os meus filhos encontrassem a arte no ponto em que foi criada, pois aprendi muito com o Tony Amado, Sebem, Queima Bilha, Rei Tanaice, Virgílio Fire e outros. Também bebi bons ensinamentos do Puto Prata, Bruno M, e até hoje tenho como grande fonte de inspiração o inesquecível Nagrelha”.
O músico garantiu que reprova os artistas que nas suas músicas "incentivam a sociedade a fazer uso de estupefacientes”, o que, no seu entender, torna-se mais preocupante porque "alguns desses artistas têm muitos fãs”.
Pai Banana assegurou que está "muito atento” às inovações que surgem no seio do Kuduro. "Felicitei, recentemente, o filho do Nagrelha, Mirelson, pelo convite que fez ao general Higino Carneiro, para fazerem uma parceria musical no estilo Kuduro e pelo facto do general ter aceitado. Escrevi, nas minhas redes sociais, ‘estamos de parabéns, pois o estilo acabou de ser aderido por um dos ricos do nosso país, quem sabe vem para alavancar mais o estilo’. O Kuduro é isso, atiçar e bifar o outro (Risos)”.
O kudurista não se esqueceu de prestar homenagem ao seu colega Nagrelha. Disse que o mesmo deixou um grande vazio e que o seu lugar nunca será preenchido, pois "era o grande rosto do estilo e a sua ousadia será permanente”.
Vem
aí o segundo álbum
O cantor deu a conhecer que está a trabalhar no seu segundo álbum, que deverá sair a público em Dezembro do ano em curso. O álbum terá 12 faixas musicais e contará com a produção de Preto, Fino, Mangolá, Lorigan e Alexandre Pity.
Acresceu que "hoje, as músicas em disco já não são tão consumidas” e por esta razão está a negociar com a plataforma Kisom para a comercialização do álbum. Garantiu que já investiu "alguns mil kwanzas” para as fases de gravação, produção, promoção, distribuição e comercialização.
Pai Banana está no mundo do Kuduro há mais de 20 anos e conta com um álbum no mercado, "Vida no Gueto”, lançado em 2012. Reconheceu que, até aqui, viveu de polémicas e que, neste momento, os fãs estão a exigir de si "mais presença”. Considera-se um "Business man” e confessou que a música lhe tirou dos relvados dos campos de futebol, pois é "um apaixonado pelo desporto e, quando criança, tinha a certeza de que o futebol seria a minha carreira”.
Pai Banana considera-se um bom apreciador de música e reconhece o talento de vários colegas seus fora do estilo Kuduro, como os Força Suprema, Anselmo Ralph e C4Pedro. Disse que o quotidiano é a razão das suas composições e lamentou "todos os pactos feitos no mundo dos artistas”. Apelou à criação de "boas canções de formas a resgatar a juventude”.
O artista Pai Banana responde pelo nome civil de Carlos do Amaral. Nasceu aos 12 de Fevereiro de um ano que prefere não revelar "para continuar a ser confundido pelas novinhas”.
Pai de um casal que responde pelos nomes individuais Amada e Sílvio, o músico confessou-se "actualmente solteiro, em busca de um amor próspero”.
Justificou que está solteiro pelo facto de não gostar de envolver-se "com as colegas do mesmo círculo”, pelo que procura "por uma mulher anónima, que seja humilde e trabalhadora”.
Natural do Luena, província do Moxico, Pai Banana é filho de José Segunda e Maria Augusta do Amaral.
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