Qualquer partido ou político que não penetra no mais absoluto âmago do Marketing político ou eleitoral, não domina, nem os aplica, vai ser, “tarde ou cedo”, derrotado do “tapete político” no primeiro round, recebendo um K.O. e experimentando dores intermináveis. Portanto abdicar destas ferramentas (Marketing Político e Eleitoral) constitui um desacerto de estratégia política. Mas conhecê-laspressupõe estudá-las enquanto conhecimento científico.
A comissão do Congresso norte-americano que investiga a invasão do Capitólio, a 6 de Janeiro de 2021, numa tentativa de apoiantes do ex-Presidente de impedir a certificação dos resultados das eleições presidenciais de Novembro de 2020, obteve quarta-feira um dos mais importantes depoimentos de testemunhas e que pode ser decisivo para incriminar Donald Trump.
Vão e vêm anos a se comemorar o 5 de Maio como o Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura Lusófona. Essa data foi definida na 40ª Conferência Geral da UNESCO e vem sendo comemorada desde 2009 a nível da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em defesa de um ideal de comunidade, bem como do pluralismo imbuído nos falantes do português.
O projecto CPLP em defesa da
lusofonia enquadra-se na política de disseminação, promoção e imposição
ideológica, política, linguística e cultural portuguesa, porém, entendemos como
uma nova forma de colonização de seus estados membros. Para a nossa reflexão
sobre a efeméride no contexto angolano, ,impõe-nos levantar os seguintes
questionamentos: que significado tem essa data para os falantes do português
angolano? Como são avaliados os falantes das variedades linguísticas do
português angolano? Como essa data é vista e comemorada em Angola? Tentaremos
direccionar a nossa reflexão apoiando-nos nos questionamentos acima.
Entendemos que a língua
portuguesa, língua legitimada para o uso em todas as esferas da vida social,
não passa de uma bandeira política na medida em que acaba prestigiando uns e
silenciando outros. Dito de outra forma, a homogeneização linguística e o
tradicionalismo no uso da língua promove a opressão dos falantes das diferentes
variedades da língua portuguesa minorizados pela política
linguística-educativa. O multilinguismo e o multiculturalismo angolano, muitas
vezes são negligenciados por linguistas e professores de língua portuguesa,
constituindo um desafio para a formulação de políticas linguísticas eficazes
que legitimem a diversidade linguística. Por mais que se tente construir uma
Nação monolingue no país, as marcas de
identidade anulam o centralismo linguístico que tende a veicular uma doutrina
linguística que nada tem a ver com o contexto. Portanto, precisamos admitir o
pluricentrismo linguístico entendido como o reconhecimento das variedades
linguísticas da língua portuguesa, evitando a marginalização das várias formas
de falar o português que muitas vezes a escola marginaliza e usa em promoção do
preconceito, ditando o "certo” e o "errado”. A aceitação da variedade constitui
uma acção de legitimação das práticas linguísticas dos sujeitos.
No nosso entender, o facto
de o português ser descrito pela Constituição da República de Angola como a
língua oficial e reforçado pela Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino -
32/20 - não nos faz perder de vista que a variação linguística é um facto e
jamais escaparemos dela, por isso, a
escola, a imprensa radiofónica, televisiva e escrita precisa abrir espaços para
essas discussões. A escola tem trabalhado com uma língua utópica, uma língua
portuguesa ideal, aquela que se quer que falemos e se esquecem da língua
portuguesa real, a praticada pelos sujeitos na sua convivência diária. Nessa
perspectiva, somos apologistas de que a defesa de uma angolanidade passaria
pela validação das formas de falar encaminhando os sujeitos a perceber as
circunstâncias de uso de cada uma das formas/normas existentes. Jamais o ideal
imposto pela gramática prescritiva anulará a gramática descritiva da língua. É
com esse exercício de reconhecimento, aceitação e validação das variedades
linguísticas como elemento internalizado no indivíduo que estaremos a dar corpo
ao pluricentrismo linguístico.
É notório a escola reforçar
o estigma às variedades linguísticas do português angolano por adoptar o
tradicionalismo linguístico enraizado na norma europeia do português. Essa
sobrevalorização do português europeu em relação ao português angolano e suas
respectivas variedades no sistema de ensino-aprendizagem mostra o quão carente
andam as políticas educativas, desde os materiais didácticos aos planos
curriculares de ensino da língua portuguesa nas instituições de formação de professores,
que promovem o centricismo linguístico em vez do pluricentrismo linguístico.
Uma experiência que julgamos que valeria a pena para pensar o ensino da língua
portuguesa seria trabalhar com as práticas contextuais que se podem extrair de
músicas, placas publicitárias, entrevistas, entre outros para se trabalhar a
questão das variedades linguísticas. A língua deve ser ensinada tal qual se
fala dando a possibilidade dos seus respectivos enquadramentos. Os materiais
didácticos de língua portuguesa precisam ser revistos e inseridas discussões
relativas às variedades e variações linguísticas do português angolano de modos
a incluir os alunos e fazê-los compreender como funciona e como usar o
português ideal e o português real. A anulação desse pressuposto alimenta o
discurso de que " a língua portuguesa é difícil”.
Aqui, adianta fazer menção
que a realidade heterogénea não deve ser sustentada por meio de construções
estereotipadas, carregadas de complexo de superioridade e/ou inferioridade.
Porém, urge a escola reconhecer a democracia linguística que se ancora no
pluricentrismo que respeita a diferença.
Embora o país faça parte da CPLP, constitui um desafio para a academia, professores, decisores de políticas linguísticas, políticas curricular e políticas do livro didáctico levantar discussões em torno da variação linguística em Angola. Aponta-se também as ínfimas abordagens sobre o trabalho com a variação linguística em sala de aula, principalmente nas instituições de formação de professores, que contribuiria para a redução do preconceito em torno da língua que falamos no país. A escola precisa ser mais democrática e plural, promovendo debates em torno da riqueza que há na heterogeneidade linguística. A língua é a prática social de grupos situados e é usada e adequada em função das circunstâncias de comunicação. A língua transporta elementos de identidade social de seus falantes. Concluímos que o Dia Mundial da Língua Portuguesa para os angolanos não tem tido qualquer significado e não tem merecido as comemorações necessárias de modo a contribuir para o pluricentrismo linguístico que caracteriza o país.
Dia da Língua Portuguesa
O 5 de Maio foi oficialmente estabelecido em 2009 pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa para celebrar a língua portuguesa e as culturas "lusófonas”. Em 2019, a 40ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO decidiu proclamar a data como "Dia Mundial da Língua Portuguesa”.
A CPLP é uma organização intergovernamental, parceira oficial da UNESCO desde 2000, que reúne os povos que têm a língua portuguesa como um dos fundamentos da sua identidade específica. A língua portuguesa é não só uma das línguas mais difundidas no mundo, com mais de 265 milhões de falantes espalhados por todos os continentes, como é também a língua mais falada no hemisfério Sul. O português continua a ser, hoje, uma das principais línguas de comunicação internacional e uma língua com uma forte extensão geográfica, com tendência a aumentar.
(Fonte UNESCO)
Ezequiel Bernardo
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginComeçou em Lisboa a grande anferência sobre os oceanos. Tem muita gente. Tem a herança macabra que gerações e gerações de políticos deixaram acontecer a benefício de inventário para as gerações futuras que arriscam assistir à subida dos oceanos, o aquecimento maior e quase o fim da vida.
Faltam a partir de hoje 55 dias para os angolanos exercerem o seu direito de voto. No dia 24 de Agosto, todos os caminhos dos cidadãos maiores de 18 anos vão parar à mesa de escrutínio. As listas iniciais dos candidatos, segundo uma fonte ligada ao processo, estão colocadas “ab aeterno” e, em princípio, até dia 5 de Julho, os partidos concorrentes devem suprir as insuficiências, caso haja.
O pagamento do Imposto sobre os Veículos Motorizados (IVM) foi prorrogado até o dia 8 de Julho do corrente, sendo a data limite para o pagamento sem multa, anunciou, sexta-feira, a Administração Geral Tributária (AGT).
Os passageiros de voos com destino ou escala em Portugal deixam de ter de apresentar o certificado digital ou teste negativo à Covid, informou esta sexta-feira a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).
Dois meses depois de ter sido internada, no Hospital Josina Machel, Eva Faria Lourenço, uma adolescente que tinha vários nódulos cruzados nos seios, já foi operada, quarta-feira(30), numa intervenção que durou cerca de cinco horas.
A CASA-CE apresenta, publicamente, o seu manifesto eleitoral e programa de governo apenas no dia 9 de Julho, durante um acto político de massas a ter lugar em Luanda, refere uma nota da coligação enviada ao Jornal de Angola.
O Governo prevê realizar um censo piloto em 2023, um ano antes do Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH) a ser realizado em 2024, informou quarta-feira(30), em Luanda, o secretário de Estado para o Planeamento, Milton Reis.