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Nyusi rejeita posição da Junta da Renamo

O Presidente moçambicano rejeitou, ontem, a imposição de “pré-condições” pela Junta Militar da Renamo para a adesão ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), assumindo que as acções do grupo são um empecilho à paz no país.

23/05/2021  Última atualização 10H09
© Fotografia por: DR
"Reiteramos o nosso apelo aos compatriotas que insistem na violência armada como modo de vida a abandonar esses actos e à liderança da Renamo a continuar a persuadir os seus membros a aderir ao Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) sem manobras nem pré-condições”, declarou Filipe Nyusi.

O Chefe de Estado moçambicano falava na abertura da IV sessão do Comité Central (CC) da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder no país, do qual Filipe Nyusi é também presidente.
O Presidente moçambicano acusou a Junta Militar da Renamo de desestabilizar a região Centro do país, com as  acções armadas, assinalando que a actuação do grupo contribuiu para o agravamento da situação de segurança no país, a par dos grupos armados que violentam o Norte.

Apesar dos obstáculos criados pela Junta Militar, o processo de paz assinado entre o Governo e a Renano tem conhecido vários progressos, dando sinais de que vai conduzir ao desmantelamento efectivo de toda a guerrilha do principal partido da oposição.
"O ano de 2020 foi caracterizado por importantes avanços na implementação do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração”, destacou.

Como resultado, prosseguiu, 10 bases do braço armado da Renamo foram desactivas e 2.307 combatentes entregaram as armas, o equivalente a 44 por cento do número total de guerrilheiros a desarmar no âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado em Agosto de 2019.
O Chefe de Estado moçambicano destacou ainda que 60 membros da Junta Militar da Renamo "desertaram” do grupo, alimentando as expectativas do fim das acções armadas da dissidência do principal partido da oposição.
A Junta Militar da Renamo é apontada pelas autoridades moçambicanas como responsável por ataques armados que já provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas desde 2019 em estradas e povoações das províncias de Manica e Sofala, Centro de Moçambique.

O grupo, liderado por Mariano Nhongo, rejeita o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado entre o Governo e a Renamo em Agosto de 2019 e acusa o líder do principal partido da oposição, Ossufo Momade, de ter traído os ideais do seu antecessor Afonso Dhlakama, assumindo com o Executivo compromissos supostamente lesivos aos interesses da organização.

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