O também analista político e especialista em Relações Internacionais justificou o encontro entre os Chefes de Estado angolano e norte-americano com o facto de o Presidente João Lourenço ser um "actor indispensável” no sistema internacional, sobretudo em matéria de resolução de conflitos na região, onde tem usado a diplomacia preventiva.

"Olhando para a política externa americana, (os EUA) vêm Angola como um actor importante na região, de forma que consigam influenciar a agenda em matéria de segurança e económica em África”, referiu.

Na óptica de Damárcio dos Santos, o encontro servirá para os dois países trabalharem numa parceria estratégica, de modo a conseguirem lidar com os desafios globais, com realce para a cooperação bilateral nos domínios diplomático, económico, investimento e em matéria de segurança.

Para o jurista Atanásio Bande, a visita do Presidente da República aos Estados Unidos, resume-se numa diplomacia mais activa, sendo que a pretensão dos dois Chefes de Estado é que abordem questões de interesse comum, relacionadas à consolidação da democracia.

Atanásio Bande destacou que a visita vai servir para alavancar a economia angolana, sendo que os Chefes de Estado poderão aprofundar a cooperação bilateral em matéria de comércio, investimento, clima e energia.

"A visita servirá também para fazer avançar o projecto de parceria para infra-estruturas e investimentos globais do Presidente Biden no Corredor do Lobito, que ligará Angola à República Democrática do Congo (RDC), à Zâmbia e aos mercados globais, através do Porto do Lobito”, salientou.

O jurista e professor universitário Mário Aragão prevê que na conversa entre os Presidentes Joe Biden e João Lourenço estejam sobre a mesa questões económicas.

"Os Estados Unidos têm grandes investimentos e Angola quer ser uma das potências em África”, observou Mário Aragão, para quem toda a relação salutar é sempre bem-vinda. No caso particular de Angola e EUA, disse acreditar que os dois países aproveitarão mais esta oportunidade.

O académico realçou que a visita do Presidente João Lourenço acontece num momento importante, visto que, no mesmo dia do encontro entre os dois Presidentes Angola e os Estados Unidos comemoram 30 anos de relações bilaterais. "É uma visita que vai ficar na história”, disse.

Mário Aragão disse, igualmente, que Angola tem estado a trilhar caminhos para o desenvolvimento, além de contribuir na busca da paz nos países vizinhos, entre os quais a RDC.