Os traços histórico-culturais de Angola desde as ancestralidades civilizacionais, às lutas pela conquista da independência, à paz e aos elementos caracterizadores dos novos tempos de desenvolvimento do país vão ganhar, doravante, maior impulso e representatividade no Museu das Civilizações Negras, em Dakar, Senegal.
Os artistas renomados do "music hall" nacional estiveram em grande no último dia do Festival Nacional de Música do FestiCuanza-Sul, realizado sexta-feira e sábado na Marginal do Sumbe.
O certame, que encerrou com a kudurista Noite e Dia, foi dedicado aos 106 anos de existência da província do Cuanza-Sul.
Foram dois dias de festa e emoção, em que os artistas consagrados, e não só, procuraram presentear ao público com as melhores canções, e estiveram à altura das expectativas geradas durante os dias do festival.
Matias Damásio, Eduardo Paim, Gerilson Instrael, Noite e Dia, Preto Show, Justino Handanga, Grupo Killa Hill, Anderson Mario, Dupla Cage One e Elizabeth Ventura, foram as principais atracções do último dia desta primeira edição do FestiCuanza-Sul, além dos artistas locais, que também não deixaram os seus créditos em mãos alheias.
Em ambiente de ansiedade, tudo pronto, e com o público já expectante, era chegado o momento para o início do espectáculo em momentos de danças deram outra atmosfera á noite cultural. Por volta das 20h14, entrava em cena o artista local Mister Dembo, que interpretou o tema "Minha mulher”, seguido-sedo artista Tio Cardoso, mais conhecido por "Rei do Katambe”, que, entre outros temas, fez vibrar o público com a música "Kyassabalo”.
O show não mais parou, aqueceu e as músicas corriam sem interrupção tal como no alinhamento dos artistas. Milili, do estilo kuduro, também da casa, inundou os espectadores de muita adrenalina, por volta das 20h22, quando interpretou os temas "Delinquência e Sanguessuga”.
Para fechar o bloco de actuação de artistas locais, Papy Kavera, o representante da província ao Top dos Mais Queridos, edição 2023, fê-lo com chave de ouro, ao interpretar a música promocional intitulada "Devagar”, tendo sido ovacionado não só pela qualidade da música, mas também pela performance em palco.
O Festival de Música Internacional do Cuanza-Sul” FestiCuanza-Sul” atingiu o momento alto quando eram 20h45, com a entrada em palco do músico gospel Bambila.
Era chegado o momento de alimentar as almas, Bambila fez do palco um espaço de pregação da palavra divina ao interpretar "Entrego a minha vida", "De Joelhos", "Uma cidade" e "Osana”, teve fortes aplausos do público.
Às 21h16 foi anunciada a actuação de Eduardo Paim, o General Kambuengo, como é conhecido nas lides musicais, e no seu jeito peculiar chamou a si a responsabilidade de reavivar os sucessos de várias décadas. Temas como "Rosa Baila, "Tempo me levou” e "Cuidado com esse muadié” aqueceram o ambiente na marginal do Sumbe, as pessoas ficaram mais atentas, houve quem tenha desatado em lágrimas ao ouvir as músicas que marcaram um contexto revolucionário da música angolana. A sua despedida do palco constituiu nostalgia por parte de muitos fãs, sobretudo daspessoas nascidas entre as décadas de 1980 e 1990.
Anderson Mário entrou em palco por volta das 21h43, e correspondeu às expectativas do público ao interpretar os temas "Micuia bwé”, "Eu posso”, "Não confia a ninguém”, "Estragou e um love”, acompanhado pelo público, do princípio ao fim.
Justino Handanga, vindo das terras do planalto central, subiu ao palco por volta das 22h07, começando com a canção "Carlitos”, um tema que personifica as mulheres, seguido de "Minga” e "Ndatekateka”.
O grupo TRX, sem delongas, sacou do reportório as melhores músicas, como "Café da manhã”, "Não vai dar em nada”, "Está a doer”, "Coração Vazio” e "Vou bazar”, e o público demonstrou que conhecia as músicas do grupo, por isso, acompanhou, na íntegra, em coro.
Na mesma senda, o Grupo Killa Hill ficou surpreendido pela forma como o público acompanhou a sua actuação. O grupo foi ovacionado pelos fãs quando interpretou "Tiro no gatilho”, "Dá só mais um toque”, "Tipo de amante” e "Minha tropa”.
Por volta das 23h04, Matias Damásio tomou conta do palco acompanhado pela sua Banda, soltou um grito que despertou o público. Assumiu, fez-se o senhorio da noite, naquele momento, ao interpretar "Só liguei”, "Beby love”, "Não vai embora”, "Angola”, "Direcção à Lua”, "Até ontem” e” Te amo”. Mas, o momento mais emociante da actuação de Matias Damásio foi quando interpretou o tema "Magui”, com o qual disputa o Top dos Mais Queridos, concurso organizado pela Rádio Nacional de Angola, que levou o público a acompanhar o artista do princípio ao fim, cuja despedida deixou o público em delírio.
No fim da actuação, Matias Damásio disse, ao Jornal de Angola, ter gostado da actuação e da empatia do público. "Fiquei mais de três anos sem actuar na Marginal do Sumbe, e o que ví foi impressionante. Gostei da empatia demonstrada pelo público, por isso, espero por mais convites para voltar a cantar aqui no Cuanza-Sul”, rematou.
Johnny Berry entrou em cena, quando o relógio marcava 23h46, e com o ambiente já aquecido pelos músicos que o antecederam, ainda assim, não deixou os seus créditos em mãos alheias. Fez vibrar o público, sobretudo os fãs, quando interpretou "Viver de aparência”, "Vmos se por” e outros temas.
A dupla Cage One e Elizabeth Ventura entrou em palco às 23h57, e sem perca de tempo mostrou o que sabe para delírio do público, sobretudo quando cantou os temas "Estás a pensar o quê”, "Manda mais boca”, "Me tira o sono”, "Caiste do céu”, "Está lá” e "Manter o love”.
Gerilson Insrael, que mesmo sendo filho do Cuanza-Sul actuou pela primeira vez na Marginal do Sumbe, aproveitou a oportunidade para "matar” a saudade a uma legião de fãs. Era meia-noite, o público despertou novamente e, êxtase total, quando interpretou os temas "Estou paiado”, "Kila-Kila”, "Zungueira”, "Quero sentir-te”, "Acredita” e "Você me maçou”. Engana-se quem continue a pensar que santo não é glorificado na terra onde nasceu, pois, Gerilson Insrael teve um acolhimento acima da média pelo público.
No final da actuação, manifestou a alegria por ter sido convidado para interagir com o público da terra que o viu nascer. "Estou satisfeito pela forma como fui recebido pelo público, e espero ser convidado em próximas ocasiões para interagir com os meus fãs”, disse.
DJ Loló entrou em palco a seguir tendo apresentado "Aleluia”, "Vida Dura”, "Saí pra trabalhar”, mas os convivas demonstraram euforia quando interpretou o tema "É lyamba”, uma música que se transformou hino nos últimos tempos no país.
Quando faltavam quatro minutos para uma hora da manhã entrou Preto Show, cantando os melhores temas do seu reportório. O público vibrou ao interpretar "Dança do poporó”, "Mata só mamã”, "Tá correr”, "Um dia vou voltar”, "Não inveja meu sucesso”, entre outras.
O momento mais esperado, levou a raínha do estilo kuduro, Noite e Dia e suas muchachas, que no seu jeito contagiaram o público, que aguardava tanto pela sua actuação. Os espectadores vibraram tanto quando a artista interpretou "Cuca”, "Vai te buscar”, "Totoló”, "Avança”, "Vai dar na cara”, "Noite”, "Tá maluca” e "Ela é gatuna”.
Foi um encerramento com chave de ouro, e o público vibrou ao som das músicas dos seus ídolos, com a promessa de outras ocasiões.
A unanimidade dos artistas deu nota positiva à organização do espectáculo, vibração do público e a actuação exemplar das forças da ordem, a decoração do espaço, e outros cenários que proporcionaram um ambiente festivo à altura. A Marginal do Sumbe ficou pequena, pois, para além do ambiente de música, estiveram montadas barracas de comes e bebes, proporcionando um ambiente festivo, para muitos, sem igual.
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