Num comunicado divulgado no Twitter, a SOS Mediterranée, a organização não-governamental (ONG) que opera o navio humanitário Ocean Viking, contou que os migrantes navegavam a bordo de uma embarcação de borracha, "imprópria” para as perigosas águas do Mediterrâneo Central.

"A SOS Mediterranée e a Federação Internacional da Cruz Vermelha estão a cuidar dos sobreviventes, que estão a sofrer de queimaduras de combustível e intoxicação”, disse a ONG, sem especificar que incidente provocou os problemas de combustível na embarcação.

A organização – cuja porta-voz, Laurence Bondard, falou ao Notícias ao Minuto sobre o balanço das operações humanitárias em 2022 – acrescentou que os refugiados foram vistos com recurso a binóculos, durante o amanhecer de ontem.

O resgate surge depois de várias ONG terem criticado as novas regras do Governo italiano sobre o salvamento de refugiados no Mediterrâneo e de uma criança de um ano e um adulto terem sido encontrados mortos ao largo da ilha de Lampedusa.

Estima-se que, em 2022, mais de duas mil pessoas tenham morrido no Mar Mediterrâneo, tentando a travessia entre a costa africana e o Médio Oriente, em direcção à Europa.

A rota mencionada no comunicado, entre a Líbia e a Itália, é das que assiste a uma maior movimentação de pessoas, sendo também a mais mortífera do mundo. Segundo os dados da Organização Internacional para as Migrações, tentaram atravessar o Mar Mediterrâneo mais de 197 mil pessoas em 2022 – dessas cerca de 124 mil passaram pelo Mediterrâneo Central.