A construção de um Centro Intercultural de Artes Plásticas, no município de Cacuaco, em Luanda, é o grande desafio do artista plástico António Tomás Ana “Etona”, no âmbito das novas políticas culturais do seu projecto social e artístico.
A 12º edição do projecto “Muzonguê do Ngoló” reuniu, na tarde de domingo, no bairro Golfe, no município do Kilamba Kiaxi, em Luanda, duas referências da música angolana: Voto Gonçalves e Robertinho.
Os músico foram acompanhados pelo conjunto Os Kiezos, que durante três horas de música ao vivo levaram emoções e alegria aos farristas.
A celebração do primeiro ano do projecto "Muzonguê do Ngoló” levou ao espaço Kinenu Club vários muzonguistas, que vivenciaram de perto as raízes da nossa africanidade, no 60º aniversário da fundação da Organização da Unidade Africana (OUA), assinalado a 25 deste mês.
Para abrilhantar o convívio, "Os Kiezos”, o conjunto musical mais antigo em actividade, fizeram jus à longevidade, incluindo no alinhamento a canção "Obrigado meu amigo”, uma música habitual nas suas exibições. Também estiveram em destaque no primeiro momento musical os temas "Monami Uejia”, "Monami kituxi”, "Óh Kiezos”, "Mbako Kavalé”, "Ua Vala oh Mona”, "Ngana Zambi” e "Ché ché Mãe”.
O conjunto aqueceu o espectáculo ao som de "Rosa Rosé”, "Gingoloco”, "Semba Popular” e "Comboio”, com os convivas a levantarem-se para o pé de dança da ordem.
Durante espectáculo foram homenageados dois muzonguistas reconhecidos pelas participações activas no "Muzonguê do Ngoló”, desde a 1ª edição do projecto. Trata-se de Honorato Mutunda e Vladimiro Agostinho, que receberam 12 mil kwanzas cada.
Voto Gonçalves, na sua primeira actuação, fez dueto com Solanje Cadinho, interpretando "N’Ga tibe Malemba”, uma música escrita pelo pai da artista, em memória.
"Esses são momentos que sonho todos os dias quando escrevo uma música. Creio que o meu progenitor
está feliz pela iniciativa no mundo da música”, disse Solange Candinho.
O artista viajou ao lembrar canções como "Esperança do amanhã” e "Pão com chouriço”, tema em que voltou a fazer um dueto com Didi Murras.
Voto Gonçalves disse que está sempre presente com a música no coração e que não pode deixar de cantar. "Já não estou muito activo nos últimos tempos, por falta de convites dos promotores de actividades e sem patrocínio ficámos sem aparecer”, queixou-se.
Os Kiezos, lembrou, é um grupo com quem trabalha há mais de 50 anos, acrescentando que se sente grato por mais uma vez poder cantar com o conjunto.
Hildebrando Cunha, Gegé Faria, Manuel Claudino, Zé Manico, Habana Mayor, Tony Samba, Sabino Batera e Reginaldo acompanharam os músicos Robertinho e Voto Gonçalves no concerto.
Um dos momentos mais aguardados foi a exibição de Robertinho, que desde a chegada ao espaço Kinenu Club até a subida ao palco foi agraciado pelos fãs, que aproveitaram o momento para demostrarem o apreço pelo artista.
Robertinho encantou o público explorando quatro temas do seu repertório, nomeadamente "Kala-maxinde”, "Desespero”, "Kaquinhento” e, por último, "N’Guala”. Desde o início da sua actuação, o cantor, ao estilo de um bom sembista, deixou a casa nostálgica com sucessos que marcaram várias gerações.
O terceiro e último momento musical ficou sob a responsabilidade da Banda Kinenu, que tomou as rédeas do convívio, interpretando "Filho Doente”, "Samba Samba”, "Milela”, "Maka Mami”, "Avó Teté”, "Nguidia Nguinua”, "Tia Cessá”, "Sandra”, "Kalanga”, "Giminina”, "Velha Kahombo”, "Didi Ngolé”, "Peixinha” e "Engrácia”, de Prado Paim.
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