Cultura

Músicos promissores reinventam a trova

Analtino Santos

Jornalista

A Casa de Cultura Nzinga Mbandi acolheu, na tarde de sexta-feira, a primeira edição do Festival de Trova Cidade de Luanda, marcada pela homenagem aos Irmãos Moisés e José Kafala.

23/01/2023  Última atualização 10H58
Os jovens músicos promissores subiram ao palco para homenagear os Irmãos Kafala © Fotografia por: Luis Damião | Edições Novembro

O concerto foi um casamento entre música, humor e declamação com um roteiro centrado numa radiografia social da capital do país, que celebra na quarta-feira, 447 anos de existência.

Com a direcção artística de Obadias Correia, a produção executiva de Eme Ngo dos Santos, que aceitaram o desafio da Comissão Administrativa do Município de Luanda para realizar e proporcionar um espectáculo de bom nível. Brilharam no palco os artistas Obadias Correia, Sália Dádiva, Adilson Kibonda, Cock Silva, Arsénio Bunga, Arman Gerson, Manuel Q, Solange, Joel e Bruno de Sousa, acompanhados pela dupla de guitarrista Pepelo e Nelo da Kmabanza e o percussionista Pericle.

A parte final foi em apoteose marcada pelo momento da homenagem aos Irmãos Kafala, com Obadias Correia ao interpretar "Crucifixo” e depois puxou os outros colegas em "Nguxi”. Foi em clima de festas que depois continuaram com outros temas que marcam musicalmente a capital do país.

A jovem actriz, declamadora e cantora Sália abriu o evento com uma intervenção poética dedicada à cidade da Kianda e voltou noutro mo-mento contando histórias e vivências de Luanda.

Dádiva foi a primeira a cantar e brindou com "É Luanda”, tema em que André Mingas compara a Bahia a cidade, e "Suzana” de Belita Palma e marcou bem o seu momento.

Adilson Kikonda começou com uma composição própria, "Luanda de Todos nós” e fez uma incursão a um dos icones da música da capital Tony do Fumo. Partilhou na parte final de "Kikola”, com Cock Silva que mexeu em "Mbiri Mbiri” e "Wanga” de Angela Ferrão acompanhado pela plateia.

A criatividade dos intervenientes voltou em "Luanda Maravilha” com Arsénio Bunga e "Luanda Sentada de Domingo” de Arman Gerson. Ambos também interpretaram clássicos uma música sentimental de Bonga e "Choffer de Praça”. No alinhamento foi introduzida "Luanda terra de abraços abertos”,  uma composição inspirada de Matias Damásio.

Os humoristas Manuel Q e Bruno Sousa levaram a alegria com risadas e introdução de temas inspirados na capital. O relato de um cobrador de taxis, "Kobelé de Luanda”, com uma performance de Manuel Q que tirou uns trocados na plateia. Bruno Sousa falou de lugares e figuras que marcaram Luanda realçando os avanços e retrocessos.

Solange mostrou que é filha de peixe e ganhou os aplausos da assistência em "Luanda Terra do Encanto” e tirou a plateia dos assentos em "Kizomba”, o convite para uma ida aos lugares de festas feitas pelas Gingas do Maculusso. Joel trouxe a alma da trova pura em "Velha Chica” e "Minha Terra” para acompanhar o seu dedilhar, Nelo da Cambanza o jovem guitarrista proprocionou um dos momentos mais inspirados.

Eme Ngo dos Santos, produtor do evento, pretende levar este concerto noutros palcos, marcado pela falta de público e pouca divulgação do evento. Também anunciou o Festival de Dança agendado para a tarde de amanhã, no Centro Recreativo e Cultural Kilamba, numa organização Comissão Administrativa da Cidade de Luanda.

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