Cultura

Músico Eduardo Paím coroado “rei” da Kizomba em Angola

Analtino Santos

Jornalista

O músico Eduardo Paím foi homenageado, ontem, em Luanda, como Rei da Kizomba, durante a Conferência Internacional da Kizomba, realizada no Hotel Intercontinental, numa iniciativa da Associação Original Kizomba.

25/05/2024  Última atualização 12H40
General Kambuengo promete continuar a fazer o seu melhor © Fotografia por: Maria Augusta | edições novembro

Ao som de "Foi aqui”, o embaixador Sita José foi chamado para entregar o manto e coroa real, ao Eduardo Paím, num momento marcado por emoção. "Prometo continuar a fazer o meu melhor”, disse General Kambuengo em jeito de agradecimento.

Eduardo Paím além da coroação esteve entre os primeiros homenageados pela organização, a par de Alice Beirão (pelo Ministério da Cultura), Cecília Gourgel (directora nacional do Património), João Reis e Walter Ananás (música). Guilherme Mampuya (artista plástico), João Mayembe (escultor) e Luyana Almeida (fotógrafa) também mereceram distinção.

O evento foi dividido em duas partes, a primeira aconteceu no período da manhã. "A kizomba enquanto performance: Marcas geracionais e os estilos, desde o arrasta-pé do século passado às acrobacias do século XXI” apresentado por Tomás Pedro "Mestre Pitchú” foi o painel de abertura. O orador fez uma incursão cronológica de estilos e protagonistas que marcam as danças angolanas.

Rosa Roque, mentora das Gingas do Maculusso, Cecília Gourgel e António Rosas partilharam as experiências. A primeira como compositora, a segunda como directora do Património Nacional e o terceiro como passista.

O segundo painel teve como tema "Rotas da Kizomba, preservação e construção de pontes interculturais. O antropólogo português, André Soares falou da experiência do projecto Kizomba Nation e a dançarina e produtora, Inês Pinto do África Dançar duas iniciativas pioneiras na realização de eventos dedicados ao kizomba, que de Lisboa atacou outras cidades europeias e no mundo.

A cidadã sueco-finlandesa, Kirsi VanSol, professora de Dança e entusiasta da cultura angolana, falou das diferenças entre a kizomba dançada aqui e no exterior, assim de como a primeira viagem em Angola em 2017 a fez mudar completamente a forma de encarar o estilo. Também partilhou o interesse em estreitar as culturas angolana, sueca e finlandesa. "Angola é o país da criatividade onde tudo vira moda”.

Em jeito de contribuição a historiadora, Alexandra Aparício enfatizou a importância da sociedade civil e do surgimento de iniciativas como a Associação Original Kizomba para pressionarem o executivo para organizarem estudos sistematizados para um melhor conhecimento. António Silva falou do impacto económico do movimento da kizomba.

Na segunda parte Dom Caetano, Ana Clara Guerra Marques, Roldão Ferreira, Alberto Gustavo participaram no painel "Semba e Kizomba um diálogo permanente”. João Reis, DJ Luís Rafael, Ilídio Brás, Eddy Compper (antilhano) e Simmons Mansini ficaram com "O papel dos DJ: influências musicais, fusão dos ritmos e das novas tecnologias”.

Arrasta-pé e Kizomba na Rua

"Rosa Baila”, "Chiquitita”, "Saudades” e outros marcos da kizomba produzidos por Eduardo Paím são hoje executados em concerto no Miami Beach, das 18h às 24h, na Festa de Celebração da Kizomba.

Amanhã, a Associação Original Kizomba tem agendada, na Baía de Luanda, um momento com grupos de dança e bailarinos no Projecto "Kizomba na Rua”, um movimento de dança de rua, animação cultural, confraternização e troca de experiências.

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