Os escritores Agostinho Neto e António Jacinto são, hoje, às 10h, homenageados como “Poetas da Liberdade”, no Festival de Música e Poesia, que acontece no auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, em Lisboa, Portugal.
A exposição fotográfica do artista angolano Pedro Yaba, intitulada "Simbiose" lança luz sobre a importância histórica da indústria mineira na economia nacional afirmou, segunda-feira, o secretário de Estado para Sector dos Recursos Minerais, Jânio Victor.
“O ritmo da música tradicional, que hoje é exibido nas diversas actividades culturais no Huambo, ainda carrega o timbre da originalidade, que era exibido antigamente pelos antepassados, cujos instrumentos usados na época são bem conhecidos e tocados com perfeição pela nova geração de cantores”. A constatação é da secretária-adjunta da Associação da Música Folclórica local, Isabel Jepele.
Apesar da insuficiência de instrumentos musicais na praça local, a também cantora clama por mais apoio para que os artistas deste estilo se sintam valorizados e preservem as tradições da região.
"Além da riqueza rítmica, esta música carrega muitas mensagens positivas, porque antigamente os mais velhos reuniam com os jovens nos ondjangos e ali eram contadas histórias sobre a vida dos nossos ancestrais, bem como dançavam e cantavam músicas com recados educativos muito profundos. Aprendiam como respeitar os mais velhos e ter a família unida e solidária entre si e com a comunidade”, justificou.
Na conversa com o Jornal de Angola, Isabel Jepele adiantou que cantar a música tradicional vai muito além de pegar num microfone e entoar alguns acordes musicais. Nessas canções transmite-se todo o ser, estar e sentir de um povo. São, na verdade, os sentimentos profundos da alma de todo um povo que se transmitem às pessoas. É preciso conhecer o historial de cada letra e o momento em que a canção deve ser exibida para entender todo o manancial que o folclore traz ao enriquecimento cultural do país.
Isabel Jepele diz ainda que a música e as danças folclóricas do Planalto Central trazem ensinamentos filosóficos que em nada perdem com os grandes filósofos da história da humanidade. Em cada canção e em cada dança há sempre um ensinamento, uma chamada de atenção para indicar a necessidade da preservação dos bons hábitos e costumes no seio da família e da comunidade.
"Existem, por outro lado, técnicas próprias para tocar e dançar a música tradicional. Há uma cadência própria e em muitos casos não é necessário mexer-se muito e cada estilo é exibido em ocasiões especiais, transmitindo às pessoas o porquê das coisas”, acrescentou.
A interlocutora fez saber ainda que a música tradicional deve ser exibida com perfeição, requer uma combinação com a indumentária, não pode ser dançada com a roupa habitual, conforme os jovens deste tempo procuram fazer.
Isabel Jepele reiterou que o folclore carrega inúmeros significados e valores culturais de toda uma região e que quando é tocado ouve-se ao mesmo tempo e com a cadência apropriada os ritmos dos diversos instrumentos musicais usados no acto, como é o caso do batuque, "ombulumbumba”, "mussa”, "otchingunfu”, "olosangu”, "olumbendo”, para citar apenas alguns. Por isso é que às vezes, para se encontrar o ritmo a que corresponde determinado estilo tradicional, para não ocorrerem erros, a banda leva os instrumentos musicais ao estúdio para gravar o som original desta ou daquela música folclórica. O que se procura é modernizar "sem perder a alma da nossa música tradicional”.
Canções antigas
Isabel Jepele conta que a Associação dos Músicos do Estilo Folclórico no Huambo foi criada para resgatar alguns traços culturais importantes da antiguidade, para que sejam dados a conhecer às novas gerações. "Por isso, os jovens precisam de aprender muito sobre o passado, porque existem muitas canções e danças que aos poucos se estão a perder. É necessário e urgente que sejam resgatadas, porque carregam sabedoria que pode mudar o comportamento da juventude, em particular, e da sociedade, de uma forma geral”, sublinhou.
A cantora adiantou que os mais velhos antigamente não usavam simplesmente o canto como um foco de divertimento, mas sim de transmissão de muito conhecimento.
Entende que os mais velhos através da música e da dança transmitiam valores sociais, educavam, evocavam a bênção da ancestralidade, bem como pediam bênçãos para que as chuvas fossem regulares, para proporcionar boa colheita.
"Por isso, o nosso foco é garantir o ressurgimento das músicas antigas e, para tal, é necessário que os artistas tradicionais estejam nas agendas dos promotores culturais, uma forma de exaltar cada vez mais a cultura nacional”, completou.
Agentes culturais devem promover as tradições
A cantora disse estar igualmente preocupada porque raramente os realizadores de actividades culturais promovem as tradições, estão mais preocupados em ir buscar fusões musicais de outras geografias do que elevar as nossas ricas danças e musicais, como fazem, e bem, artistas renomados dos vizinhos Congos, do Mali e da Nigéria.
"Dificilmente convidam artistas deste estilo em actividades culturais e a nossa associação pretende reverter a situação, para que os tradicionais possam também aparecer nos palcos”, assegurou Isabel Jepele, que entende ainda ser através das manifestações culturais que a música tradicional vai ser divulgada na região e as novas gerações vão ter a possibilidade de aprender a história sobre os antepassados. "Porque em cada música, em cada dança há sempre uma história, uma lição de vida”, reforçou.
A cantora reafirmou que a dança moderna deve ser promovida sim, mas sem colocar de parte os estilos antigos. Por outro lado, entende que não se concebe um cantor tradicional em palco vestido como um kudurista.
"Eu quando entro em palco fico logo identificada com a africanidade, daí já não será preciso alguém me perguntar que estilo vou cantar, porque a minha postura já vai identificar como tradicional”, disse em jeito de exemplo.
A Associação Provincial da Música Folclórica foi criada em 2019 e tem registado mais de 38 cantores.
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