O ministro da Cultura e Turismo enalteceu, esta segunda-feira, "o relevante trabalho desenvolvido por alguns dos nossos grupos teatrais", que do pouco continuam a fazer muito, em prol do teatro no país.
Augusto Cahacaya e António Paulino, acompanhados pelo Conjunto Os Kiezos, animam, amanhã, mais uma edição do projecto “Almoço em Família”, na Praça da Unidade Africana, no bairro Miramar, em Luanda.
O utensílio “Terrina”, principal atracção do projecto “A Peça do Mês” do Museu Nacional de Antropologia, em Luanda, já recebeu a visita de muitos estudantes angolanos e estrangeiros interessados em explorar mais os aspectos culturais das várias etnias nacionais.
Este mês, o objecto escolhido é de origem dos Imbangala, subgrupo etnolinguístico Ambundo. A peça é uma terrina feita em madeira maciça tingida de preto de corte oval com uma tampa encimada com duas aves. A mesma tem a função de conservar os alimentos, principalmente, o funge.
Segundo o texto de apoio, ao se observar o utensílio, com a representação de duas aves, remete os visitantes a reflectir se não estão na presença de um símbolo zoolátrico, relacionado com a crença religiosa desse povo.
A origem da peça é controversa e um tanto quanto complexa. Actualmente podemos encontrar esse povo localizado ao sul da província de Malanje, no nordeste e sudoeste da província de Luanda-Norte e a sudoeste da província da Lunda -Sul.
A sua história está intrinsecamente ligada aos jagas, inicialmente, título que se dava aos chefes que nunca eram escolhidos por sucessão ou hereditariedade, mas por serem homens guerreiros muito valentes ou mais ferozes.
Historiadores e antropólogos sugerem que os Im-bangala ou jagas terão invadido a região de Cassange nos séculos. XVI e XVII, sendo comandados por Cinguri, um dos príncipes do Reino Lunda, depois da sua dispersão por causa dos conflitos que surgem naquele reino, dando assim, lugar à formação do estado Imbangala.
No entretanto, refere o texto, os Imbangala ou Jagas contribuíram bastante para a luta de resistência nacional contra o colonialismo com um regista da coligação por meio do casamento de um Jaga com a rainha Ginga. Por outro lado, também contribuíram bastante para o tráfico negreiro, porquanto, alguns fizeram aliança com os portugueses para capturar escravos nos quilombos e posteriormente, venderem aos portugueses que os embarcavam para as Américas e Europa.
Outrossim, esse processo, revela o texto, contribuiu para o despovoamento do território, porque nessa acção eram capturados a força motriz das sociedades locais que eram homens e mulheres jovens. Os Imbangala, além do estatuto de guerreiros, também, apresentavam várias manifestações artísticas.
Este subgrupo etnolinguístico Ambundo, fabricam peças de olaria, Têm a arte do trabalho com a madeira, com que produzem vários instrumentos como caixas de rapé, porrinhos, espingardas, almofarizes, canoas, bancos, terrinas e outros utensílios de uso doméstico. Os Imbangala são, igualmente, praticantes da agricultura, pesca e caça.
Projecto promove o acervo museológico
O chefe de departamento de Educação e Animação Cultural (DEAC), da instituição museológica, José Pedro "Jack Tchindje”, afirmou, em declarações, on-tem, ao Jornal de Angola, que o programa "Peça do Mês” pretende promover a divulgação do acervo cultural para fins educativos, fundamentalmente, para as gerações vindouras.
O projecto, disse, tem recebido a visita de muitos estudantes e estrangeiros interessados em explorar mais os aspectos culturais das mais variadas etnias do povo angolano.
Nesta perspectiva, ressaltou, é importante proceder-se cada vez mais ao estudo aprofundado das colecções antropológicas. Com a exposição, frisou, a instituição pretende levar ao conhecimento público, alguns dos aspectos históricos e culturais dos Imbangala. "O museu quer asse-
gurar a divulgação do acervo cultural para fins de pesquisas e promover também o turismo cultural. Temos um acervo rico e diversificado que precisa ser partilhado e do conhecimento de todos”.
Visita da Primeira-Dama da Zâmbia
A Primeira Dama da Zâmbia, Mutinta Hichilema, efectuou, na quinta-feira passada, uma visita de cortesia ao Museu Nacional de An-tropologia, onde constatou "in loco”, a diversidade do mosaico cultural angolano, no âmbito da visita de Estado de 72 horas a Angola, do Presidente da Zâmbia, Haka-inde Hichilema.
De acordo com Jack Tchindje, a ilustre visitante teve contacto com a história do surgimento do museu que possui, desde Novembro de 2016, um depósito central, adjacente ao edifício principal, com o objectivo de conservar o acervo em melhores condições.
Fundado a 13 de Novembro de 1976, a instituição foi a primeira criada após a Independência no país ocorrida um ano antes. Mutinta Hichilema, segundo o antropólogo, recebeu explicações do carácter científico, cultural e educativo do museu vocacionado para a recolha, investigação e conservação das peças.
Dos vários acordos e compromissos para o reforço da cooperação entre os dois países, destacam-se o alargamento dos laços de amizade e de cooperação económica, com destaque para a Educação, Cultura, Ciência, Agropecuária, Indústrias Extractivas e Transformadoras das Matérias Primas.
Projecção de vídeos narra
tradição dos povos
O museu tem estado a criar novos factos culturais ao longo dos tempos para garantir e assegurar a divulgação do acervo cultural para quem se deslocar fins de pesquisas e melhor conhecer o rico e diversificado acervo da instituição.
Em algumas das salas de exposição foram colocadas telas, onde são projectados vídeos gravados por especialistas das mais variadas disciplinas artísticas que vão contando as histórias funerárias, de alguns instrumentos musicais ainda em uso, máscaras, os tronos, quissange, marimba, a rainha Lweji e Cibinda Ilunga.
Segundo o responsável, a ideia é continuar a preservar a oralidade como uma das formas de transmissão de conhecimento da ancestralidade africana. "Vários especialistas participam deste projecto que tem conseguido alcançar os objectivos com a parceria do Goethe-Institut”, destacou.
Projecção de vídeos narra
tradição dos povos
Jack Tchindje disse que durante o ano passado, o museu recebeu um total de 5.479 visitantes entre angolanos e estrangeiros, sendo as crianças, adolescentes e jovens os que mais procuraram os serviços museológicos, fruto dos programas curriculares nas escolas do ensino de base, do médio e universitárias.
De acordo com o mapa estatístico anual apresentado pelo o chefe de departamento de Educação e Animação Cultural (DEAC), dos adultos angolanos, visitaram o museu 328 senhores e 236 senhoras, perfazendo um total de 564. Entretanto, no grupo infanto-juvenil, visitaram o museu um total de 4.253 pessoas, sendo que 2.989 foram crianças, 494 adolescentes e 770 jovens. Quanto aos estrangeiros, os dados estatísticos apontam para um total de 567 adultos, dos quais, 327 foram homens e 240 mulheres. Já no grupo infanto-juvenil, procuraram os serviços da instituição 15 crianças acompanhadas pelos encarregados de educação e 80 jovens, perfazendo um total de 95 turistas estrangeiros. Os turistas de nacionalidades estrangeiras que mais visitam o Museu Nacional de Antropologia ao longos dos últimos cinco anos são os brasileiros, portugueses, chineses, franceses, alemães e botsuanenses.
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