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Municípios valorizam a festa do país no Lubango

Gaudêncio Hamelay |Lubango

Jornalista

Os 164 municípios, que estão reunidos desde quinta-feira até hoje, nas tendas do Complexo de Nossa Senhora do Monte, no Lubango, província da Huíla, mantêm-se focados na amostra do potencial local e valorização da diversidade do que cada um pode oferecer para o desenvolvimento nacional.

13/08/2023  Última atualização 07H38
Director municipal de Promoção do Desenvolvimento Económico Integrado de Namacunde, Walter Tulikefo disse que a Feira ultrapassou expectativas © Fotografia por: Edições Novembro

Situado a 39 quilómetros a Sul de Ondjiva, capital da província do Cunene, o município de Namacunde exibe as potencialidades na gastronomia, agricultura, turismo e cultura.

Para a Feira dos Municípios e Cidades de Angola, Namacunde fez uma simbiose, com a exposição de tudo um pouco das potencialidades locais, a fim de atrair investidores.

O director municipal de Promoção do Desenvolvimento Económico Integrado de Namacunde, Walter António Hiluvali Tulikefo, fez saber que trouxeram muitas novidades, sobretudo a gastronomia do município, casos da odjove, omahongo, macunde (feijão frade) este último que dá o nome ao próprio município, especialidades da pesca artesanal, omavanda, omafuma (pratos típicos da província).

Há ainda a variedade de frutos silvestres, que servem a dieta alimentar dos povos khoisan (camussequeles) e também a comunidade que vive no meio rural. "Em suma, temos aqui uma gama de opções que trouxemos para esta Feira dos Municípios e Cidades de Angola. Tudo o que faz parte dos hábitos e costumes do município, em particular, e da província do Cunene, no geral, encontram-se expostos em parte”, afirmou.

Walter Tulikefo explicou que o município de Namacunde foi agraciado com o canal do Kafu. Fruto disso, embora ainda numa fase embrionária, a agricultura feita ao longo do referido canal já produz hortícolas e outros. Daí, disse, terem trazido para expor na feira tomate, cebola e outros bens colhidos no espaço. Em relação a quantidades, especificou que o município, trouxe 200 quilogramas de massango, 50 de nombe (fruto silvestre), 50 de feijão macunde (feijão frade), zagaias (instrumento de caça) e outros. Em termos dos frutos silvestres, explicou o director, trouxeram apenas para exposição a fim de mostrar aquilo que são as potencialidades do município.

Sobre o que mais foi procurado nestes dias, referenciou o omahongo (bebida típica feita de ogongo, uma fruta silvestre) e usada também para transformar-se em amarula; o ebe, outro fruto silvestre utilizado para a fabricação de aguardente, bem como o próprio macunde (feijão frade), além de fuba de massango e odjove.

Com a realização da IV edição da Feira dos Municipios e Cidades de Angola, segundo Walter Tulikefo, o desenvolvimento económico do país está a ser relançado para contribuir para o bem-estar social das populações.

"Essa simbiose traduz o relançamento pretendido pelo Executivo. Com a troca de experiências entre os municípios, a economia vai crescer mais rapidamente. Por isso, creio que através das plataformas digitais, quem estiver noutras províncias ou localidades, consegue identificar que o município X produz em maior quantidade o fruto Y ou Z, o que pode fazer nascer uma troca ou compra e venda normal entre produtores”, assegurou.

A adesão dos visitantes na procura de produtos expostos pelo município de Namacunde, desde a abertura da feira pelo Presidente João Lourenço, ultrapassou as expectativas.

"O nosso stand está a ser muito frequentado. Por isso, estamos a gostar, porque os visitantes não param de questionar as novidades que trouxemos”, enalteceu.

No sector do Turismo, disse Walter Tulikefo, o município conta com o Complexo Turístico do Rei Mandume Ya Ndemufayo.

A delegação do município de Namacunde foi composta por 16 pessoas, incluindo um grupo cultural denominado Ovatekulovoyamba (netos do rei Mandume).

Intercâmbio económico e comercial

O administrador municipal de Cabinda, Guilherme Pereira, destacou, ontem, no Lubango, a importância da realização da Feira dos Municípios e Cidades de Angola, por permitir um intercâmbio económico e comercial, além da troca de experiências entre as várias regiões do país.

Guilherme Pereira fundamentou que, na verdade, "a vida hoje faz-se nos municípios”.

Por isso, disse, é preciso conhecer as potencialidades dos outros municípios para se poder também transformar os produtos e ter uma qualidade melhor.

Na opinião do administrador municipal de Cabinda, o Governo central, através do Ministério da Administração do Território (MAT), foi assertivo naquilo que é a realização da feira, para mostrar as potencialidades dos 164 municípios do país.

Desta forma, defendeu, os agentes económicos podem fazer negócios e mitigar o actual contexto de crise.

Segundo Guilherme Pereira, o município de Cabinda trouxe para IV edição da Feira dos Municípios e Cidades de Angola o seu potencial na pecuária. Realçou ainda que estão a publicitar a cultura de cacau, fileira na qual já são um grande produtor e inclusive já se avançou na experimentação da fabricação de chocolate. Também produz café e possui variedades de banana de mesa e outros tipos, num total de cinco.

O município trouxe ainda à feira uma amostra de petróleo bruto e refinado para a população perceber, exactamente, de onde vêm e como se explora e refinam a gasolina, gasóleo, petróleo iluminante e o LPG.

"O petróleo é a grande fonte da nossa economia nacional. Somos o maior produtor nacional, além de possuirmos outras riquezas como ouro e vários minerais”, afirmou.

Guilherme Pereira deu a conhecer que levaram também o bambu e as vestimentas, onde destacam os muito procurados panos de Cabinda.

"Trouxemos a nossa cultura, as estátuas, os bakamas, nosso património nacional”, explicou, tendo ressaltado que com a participação na feira, se pretende um município mais conhecido não só pelo pau de Cabinda, mas pela verdadeira riqueza que são as pessoas, sua cultura e abertura ao investimento de nacionais e estrangeiros.

O administrador municipal de Cabinda valorizou a floresta do Mayombe, que diz ser uma sequência da Amazónia.

Clarificou que, na floresta do Mayombe, com uma grande variedade de madeira, decidiram expor também este importante recurso. Todavia, acentuam o processo imposto pelo qual cada árvore abatida obriga o explorador a reflorestar com a plantação de novas 10 espécies.

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