Explicou que o projecto, já em curso, faz parte de um reforço financeiro conjunto entre o Ministério da Energia e Águas, Banco Mundial e o Sindicato Bancário Internacional, avaliado em mais de mil milhões de dólares.

O sistema de tratamento e adução do Bita vai dispor de uma capacidade nominal de 250 mil metros cúbicos de água por dia, devendo contar com uma estação de tratamento, redes adutoras e de distribuição.

A captação da água vai ser feita a partir do rio Kwanza, com a construção de uma conduta de 1.600 milímetros, com seis quilómetros de extensão.

Uma vez concluído, a previsão é para atendimento a um universo de 2,5 milhões de habitantes.

O administrador municipal de Belas garantiu que "o projecto foi criado com alguma solidez, por isso, tem todas as condições para resolver o problema da água” naquela parcela da província de Luanda.

Além do projecto de água, Miguel Silva de Almeida avançou que estão, ainda, previstas outras acções, no quadro do Programa de Combate à Pobreza, tendo realçado actividades direccionadas para as vias de comunicação, melhoria do sector da Saúde, iluminação pública e requalificação dos bairros.

No que diz respeito ao Combate à Pobreza, o administrador explicou que as famílias, cujos hábitos têm a ver com a criação de animais e actividade pesqueira vão merecer maior atenção. Essas vão beneficiar de incentivos, para produzirem cada vez mais, melhorarem a renda e alcançarem maior qualidade de vida.

Quanto às vias rodoviárias, avançou que a Administração de Belas está empenhada, e com ajuda do Governo Provincial, na melhoria da circulação. Aliás, Miguel Silva de Almeida referiu que "as estradas são das principais prioridades da instituição”.

O gestor principal do Belas disse que é necessário construir novas estruturas rodoviárias na região. No entanto, Miguel Silva de Almeida enumerou, por exemplo, as estradas 23 de Março e Uahenga Xitu, nos distritos do Morro dos Veados e de Cabolombo, respectivamente, que vão ligar a Via Expressa ao interior do município.

O administrador salientou que a Administração está virada a atenção nas questões que ajudem no crescimento do município, na sustentabilidade das famílias e melhorar o sector económico.

Por isso, um conjunto de actividades vão ser desenvolvidas a partir deste ano, no quadro do Plano de Acção da Administração, e contribuir na melhoria da qualidade de vida dos cerca de 700 mil habitantes da região, considerada a quarta mais populosa da capital do país, depois de Luanda, Viana e Cacuaco.

Miguel Silva de Almeida disse que o referido plano está à espera da aprovação do Orçamento Geral do Estado (OGE) para este ano, que se encontra em discussão na Assembleia Nacional.

  Obras do PIIM dão novo ar à região

No capítulo dos projectos do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), o administrador anunciou que se pretende, para este ano, remodelar, nomeadamente, as administrações distritais e apostar na construção de mais estradas.

O Plano contempla, igualmente, a construção de um centro de saúde de referência no Distrito Urbano do Kilamba, tendo em conta que o actual está sem capacidade para suportar as necessidades de toda a população.

Miguel Silva de Almeida sublinhou que se vai criar um centro integrado, no distrito do Morro dos Veados, com vista a possibilitar o desenvolvimento de actividades culturais, desde o teatro, arte, pintura, exposição variada de artes e apresentações musicais.

O administrador realçou que essas acções fazem parte de 20 projectos do PIIM, destinados ao Belas, dos quais 19 já concluídos. Em falta, disse, consta a asfaltagem da Rua do Sossego, uma obra que vai ser retomada em breve.

Além disso, foram concluídas outras 14 escolas, sendo sete erguidas de raiz e outras reabilitadas e ampliadas. Esses estabelecimentos permitiram a inserção de dez mil crianças no sistema de ensino.

Na lista de obras concluídas, o administrador enumerou, também, a edificação de seis centros de referência, que estão a atender mais de 150 pessoas por dia a nível da comuna da Barra do Kwanza, Quenguele e do Distrito do Morro dos Veados.

Outro projecto concluído, referiu, foi a construção da estrada da rua Eduardo Costa Gabriel, na zona do Mundial, que melhorou a mobilidade dos munícipes. Por isso, defendeu a criação de malhas rodoviárias com a qualidade que se precisa.

Noutro capítulo, o administrador municipal esclareceu que vão, também, por  via dos recursos próprios, criar mecanismo de identificar políticas de empreendedorismo que permitam à juventude produzir a sua renda familiar. 

  Kilamba, o cartão de visita do Belas

O município de Belas acolhe o maior projecto habitacional do Estado, construído no país depois da Independência Nacional, em 1975. Trata-se da Cidade do Kilamba, localizada a cerca de 40 quilómetros da sede da província de Luanda.

Inaugurada a 11 de Julho de 2011, pelo ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, Kilamba é o distrito que acolhe, através da urbanização KK-5000, as instalações da actual sede administrativa do município de Belas.

A Cidade do Kilamba tem uma população estimada em mais de 120 mil habitantes, alojada em 20 mil apartamentos de 710 edifícios de quatro, oito e 12 andares, com tipologias T3, T3+1 e T5.

Integrada no desenvolvimento urbanístico da Cidade do Kilamba, como referimos, está o KK-5000, com cinco mil apartamentos e uma população estimada em 30 mil habitantes.

O KK-5000 tem fogos habitacionais com a tipologia T3, em edifícios de quatro andares, com 20 e 30 apartamentos cada.

 

 Praça das Nações

A Administração está a prever edificar, nos próximos tempos, uma Praça das Nações, na Cidade do Kilamba. Trata-se de um projecto social inovador, onde estarão representados, em forma de bandeiras, todos os países dos cinco continentes do mundo.

A Praça das Nações é um projecto para ser realizado, com vista a atrair determinados turistas nacionais e internacionais para a cidade.

Com isto, a Administração pretende que o Distrito Urbano do Kilamba se transforme numa das maiores e melhores referências ao nível de urbanização em África.

 

  Um município dominado pela agricultura e pesca

Belas, criado a 31 Março de 2011, é um dos sete municípios que constituem a província de Luanda e situa-se na parte Sudeste da capital do país. Faz fronteira a Norte com o Talatona, a Sul com Quissama, a Este com Viana e Oeste com Mussulo.

A região é composta por seis distritos urbanos: Morro dos Veados, Cabolombo, Kilamba, Quenguela, Vila Verde e Ramiros, sendo que, no total comporta 55 bairros, entre os quais urbanos, rurais e suburbanos.

O município de Belas caracteriza-se, ao mesmo tempo, como uma zona urbana e rural, onde as actividades mais predominantes são o comércio, pesca e agricultura, ambas de subsistência.

Como pontos atractivos, o município de Belas conta com o Miradouro da Lua, a foz do rio Kwanza, o Museu da Escravatura e o Campo de Golf/Mangais.

Belas tem uma grande extensão de áreas verdes de cultivo de tipo savana, nas zonas da Barra do Kwanza, intercaladas com áreas de pequenas florestas de arbustos. Uma grande parte da área adjacente ao Distrito Urbano de Ramiros encontra-se rodeada da vasta superfície de pântanos nos bairros Kididi e Buraco, respectivamente.

No rio Kwanza é possível encontrar uma variedade de peixe, bagres, répteis como crocodilos e mesmo hipopótamos.

 

  Ocupação ilegal de terreno reduziu de forma significativa 

A ocupação ilegal de terrenos é uma das grandes preocupações da Administração de Belas. Mas, Miguel Silva de Almeida garantiu que esses grupos organizados têm diminuído de forma considerável.

Em face disso, o administrador avançou que as autoridades estão a fazer um trabalho, no âmbito da transgressão administrativa. "Há casos em que se deve ter a ‘mão pesada’ da Justiça, para que as pessoas sejam responsabilizadas criminalmente”, disse.

Miguel Silva de Almeida reconheceu que houve uma redução considerável do número de invasores de terrenos no município, mas disse que existe, ainda, certos indivíduos que precisam de ser desmantelados.

O administrador admitiu que, nalguns casos, a invasão de terras acontece quando, depois de solicitarem parcelas de terrenos à Administração e a resposta demora, os cidadãos optam por adquirir os espaços por via do mercado informal.

Embora haja esses cenários, o responsável administrativo afirmou que os casos de criminalidade estão sob controlo. "A nossa aposta é trabalhar na prevenção de crimes e não no combate”.

Na entrevista ao Jornal de Angola, o administrador acrescentou que os efectivos da Polícia têm recebido colaboração dos moradores que interagem directamente com o Comando Municipal e as esquadras locais.

Porém, Miguel Silva de Almeida apelou aos munícipes para serem os principais fiscais de actos que perigam o desenvolvimento da região, denunciando os prevaricadores. "Precisamos de uma maior colaboração da população, para vencermos este mal”.