Economia

Multitel e TV Cabo são privatizadas em Bolsa

O Estado aliena as participações nas empresas do sector das telecomunicações Multitel e TV Cabo Angola por dispersão bolsista, entre Maio e Junho, quando também cede o capital na Net One por concurso público limitado por qualificação prévia, revelou ontem, em Luanda, o chefe de Departamento de Privatizações do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE).

29/01/2021  Última atualização 15H25
Com negócios de 21 mil milhões de kwanzas por ano, TV Cabo é detida em 50%
José Tavares, que falava numa sessão de auscultação realizada na plataforma Zoom, sobre a  privatização de participações do Estado nas empresas do sector de telecomunicações, explicou a dispersão do capital das duas empresas na Bolsa da Dívida e Valores de Angola (BODIVA), com o facto de serem processos avançados e já em fase de conclusão, iniciada no final do ano passado.
Segundo o responsável, o Estado detém 90 por cento do capital da Multitel, cerca de 50 por cento da TV Cabo e 51 por cento da Net One, sendo todas parte da lista de activos que o Estado vai privatizar no presente ano. As três empresas, sediadas em Luanda, terão o capital do Estado privatizado por alienação, num prazo que vai dos quatro aos 12 meses, de acordo com declarações de José Tavares naquela sessão, na qual as três empresas foram apresentadas para permitir aos investidores um contacto com o potencial de cada uma delas. 

Na apresentação da Multitel, o engenheiro António Geirinhas revelou que a empresa tem mais de 20 anos de experiência no sector das telecomunicações, bem como uma carteira de 850 clientes no segmento "corporate” e empresarial e um volume de negócios de quase três mil milhões de kwanzas por ano.A estrutura de accionistas é constituída pela PT Ventures, com 40 por cento, Angola Telecom (30 por cento) e Banco de Comércio e Indústria (20 por cento), sendo os restantes 10 por cento detidos por particulares.

No mercado angolano desde 2002, a TV Cabo tem um volume de negócio de quase 21 mil milhões de kwanzas, resultante da prestação de serviço de voz, acesso à Internet e serviço de televisão em cinco províncias do país, sendo detida em partes iguais de 50 por cento pela Visabeira Global, SGPS, SA e a Angola Telecom, segundo Francisco Ferreira, representante da companhia.O representante da Net One, Manuel Pedro, afirmou que a empresa tem como principal actividade o serviço de Internet, tendo iniciado a actividade em 2010. A estrutura de accionista é controlada pela MS Telecom, com 51 por cento, e o Grupo Mitreli, com 46 por cento, com os restantes 3,0 por cento repartidos por outras empresas.

Dados disponibilizados na sessão de auscultação apontam que 83, 3 por cento dos consumidores  que vivem na zona urbana têm acesso ao telemóvel, enquanto, na zona rural, este número cai para 24,10 por cento.O acesso ao telefone fixo, na zona urbana, é 2,80 por cento, e de apenas 0,50 por cento na zona rural, sendo o acesso à Internet de 7, 20 por cento na zona urbana e de 0,10 por cento na zona rural.

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