Economia

Mulheres processadoras querem barco próprio

A associação de mulheres, que chegou a ter 180 membros, mas muitas desistiram por encontrarem emprego nas empresas do município, começou a produzir há quatro anos e queixa-se de dificuldades na obtenção de matéria-prima, porque não tem um fornecedor permanente.

01/04/2023  Última atualização 11H40
A presença de mulheres no sector pesqueiro deixou de ser também apenas de compradora © Fotografia por: Eduardo Pedro | Edições Novembro

"Temos de ir à pesca artesanal, nas chatas, nas bóias de algumas empresas. Somos a maior estrutura de salga e seca, com um universo hoje de 35 mulheres”, refere   a presidente da associação.

A Associação é de acesso livre e já beneficiou de um crédito pelo Fundo de Apoio à Pesca Artesanal (FADEPA), para um período de seis meses e sem juros de mora.

A produção das  cooperativistas, em 2014, rondou (só num semestre) as 14 toneladas de produto acabado (peixe pronto para entrega ao consumidor).

Já no ano seguinte, foi insignificante. Baixou, consideravelmente. Foram apenas nove toneladas, por escassez de matéria-prima.

"A nossa maior dificuldade é mesmo a aquisição da matéria-prima”, sublinhou Ernestina Chipita, há mais de 20 anos no sector pesqueiro.

A responsável acrescenta que a solução será adquirir uma embarcação própria.

"Fora disso, não conseguiremos,  porque cada um dos fornecedores tem o seu compromisso”, referiu, tendo assegurado, em seguida, que se tivessem a matéria-prima a tempo e hora, conseguiriam atingir as metas definidas.

"Podemos planificar, mas enquanto não resolvermos isso, nada feito. A associação tem uma capacidade para receber 12 toneladas/dia para as seis cooperativas, mas às vezes, só conseguimos uma tonelada/mês”, reforça.

Por exemplo, para a associação produzir 14 toneladas de produto acabado são necessárias 42 toneladas de peixe (matéria-prima).

O grupo tem uma contribuição mensal de dois mil kwanzas. No entanto, actualmente, tem no banco um fundo no valor de 350 mil kwanzas, considerado pouco pela responsável.

"Neste momento, a matéria-prima está muito cara. Estamos a comprar 500 quilogramas de cavala a quase 100 mil kwanzas e para uma produção, no mínimo, de três toneladas, são necessárias nove toneladas de matéria-prima, que custam hoje 810 mil”, explica.


Yola do Carmo e Hélder Jeremias

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