Reza a história que Cacuaco é uma das comunidades mais antigas da província de Luanda. Ascendeu à categoria de vila no dia 24 de Junho de 1940, período em que foi instalada a Administração, segundo dados fornecidos por algumas entidades tradicionais locais.
Em Junho de 1976, sete meses volvidos sobre a proclamação da Independência Nacional, o Conselho da Revolução põe fim à crise na empresa, promulgando a Lei n.º 51/76, que nacionaliza, em favor do Estado angolano, a antiga empresa privada portuguesa e, em seu lugar, cria a Edições Novembro - EP, proprietária e editora do “Jornal de Angola”
Mulheres camponesas na Huíla estão a ser incentivadas a apostar em actividades como o artesanato, para a geração de rendimentos, como alternativa à actividade agrícola, afectada pela seca que assola a província nos últimos anos. A iniciativa é da cooperativa agrícola “Henkay na Vakwavo”
A arte ancestral da cestaria é um dos ofícios usados pela cooperativa "Henkay na Vakwavo” para despertar as mulheres de alguns municípios da província da Huíla, que dependiam somente da agricultur
É o caso de Dionísia Domingas, 23 anos, residente no Km 14, arredores do Lubango, que aprendeu, há um ano, com a sogra Rosalina Nihova, o ofício da cestaria. Os fracos resultados da actividade agrícola, por falta de chuva, motivaram Dionísia Domingas a aderir ao chamado da sogra para aprender e aperfeiçoar as habilidades.
Com recurso a um tipo de capim específico, ela usa agulha e linhas de sacos para dar forma ao material artesanal, cujos desenhos coloridos saltam à vista nas kimbalas (um tipo de cesto com formato de tigela), balaios e cestos. Dionísia usa linhas de sacos reciclados de fuba, arroz ou açúcar como matérias-primas para desenvolver o artesanato.
Dionísia Domingas explica que o capim usado para a elaboração destes artefactos é criteriosamente seleccionado da mata para obter o melhor resultado possível. Refere que o segredo para a produção de cestos, balaios ou kimbalas passa pela escolha do capim Swiko, recolhido entre arbustos nas zonas altas ou nas bermas dos riachos.
"Não é qualquer capim. Este capim para encontrar não é fácil. É preciso analisar e seleccionar bem o capim. Não é só apanhar qualquer. Este capim é próprio para isso, porque quando dobramos, mesmo seco, obedece. Há outro capim que parte e não dá”, argumenta, depois de concluir a base de uma kimbala.
Mestre de mãos cheias
Rosalina Nihova pouco ou nada sabe sobre a sua própria data de nascimento e a idade. Mas, o conhecimento que dispõe para a elaboração de artefactos de capim faz dela perita do artesanato na zona do Km 14. A senhora, que aparenta 50 anos, aprendeu a arte enquanto adolescente, impulsionada pela mãe, já falecida.
Ao longo da vida, Rosalina Nihova tem conciliado a actividade agrícola com o ofício de cestaria. Nos últimos tempos, devido à seca severa que impede a prática da agricultura, aproveita o incentivo da cooperativa "Henkay na Vakwavo” para concentrar as atenções no artesanato.
Mãe de quatro filhos, Nihova é especialista na produção de cestos, balaios e kimbala. Ela partilha o conhecimento com a nora e outras pessoas interessadas. "Ensino quem tem vontade de aprender. Quem estiver interessado a aprender pode vir. É fácil. É só ter vontade”, conta, ao mesmo tempo que introduz a linha vermelha na agulha para finalizar o enfeite da kimbala.
A artesã explica que por mês pode produzir três kimbalas pequenas ou dois balaios. Os adornos, feitos em formato de figuras geométricas ou letras, dependem das exigências dos clientes. Há cestos, kimbalas ou balaios para todos os bolsos e gostos, mas os preços variam entre 500 e dois mil kwanzas, dependendo do tamanho. "Até nome podemos escrever. Eu não sei ler nem escrever, mas posso imitar as letras”, explica em Nhaneka-Humbe, acrescentando que a personalização é feita com cores diferenciadas para destacar e agradar aos clientes.
Uso doméstico
Os artefactos confeccionados servem para uso doméstico porque muitas donas de casa fazem recurso a balaios e cestos para preparar, transportar ou secar alimentos. Dionísia Domingas sublinha que aprendeu com a família que estes utensílios sempre foram usados pelos ancestrais para conservar, servir e preparar mantimentos.
A sogra Rosalina Nihova explica que, por falta de loiça, kimbalas, cestos e balaios são ainda usados como loiça ou recipientes para vários fins. Referiu que, actualmente, continuam a ter a mesma utilidade, sobretudo nas aldeias, por famílias sem condições para comprar loiça industrializada.
Além do uso doméstico, o design criativo e chamativo desperta a atenção de donas de casa para a decoração de residências e também para decoradoras profissionais, que usam os artefactos para a ornamentação de escritórios e eventos.
"Este é um dos grandes desafios das senhoras para agradar aos compradores mais exigentes. Além de que os efeitos chamativos levam muitos a usar na decoração. Muitos usam para enfeitar a parede, festas de aniversário, baptizados e casamentos”, explica, Dionísia Domingas.
Decoração de eventos
Oyola Xavier, empresária do ramo da promoção e decoração de eventos, faz recurso constante a produtos artesanais para ornamentar festas de aniversário, casamentos, baptismos e outras. Oyola Xavier dispõe de kimbalas, balaios, cestos e outros artefactos no leque de material decorativo.A proprietária de um dos salões de eventos mais antigos do bairro da Mapunda explica que é quase obrigatório usar matéria artesanal em toda a decoração de eventos. Disse que isso acontece por exigência dos clientes, como um imperativo, para criar requinte e reavivar memórias da família.
Conta que no serviço de decoração de eventos, principalmente noivados e casamentos, a mesa de material artesanal é muito solicitada pelos clientes, pois serve para mostrar a diversidade cultural das famílias.
"É uma exigência que não falta. Uso para ornamentar e expor quitutes da terra, para que os convidados possam degustar e conhecer hábitos e costumes de ambos. É muito importante conhecer a cultura de cada um para assim aprendermos a conviver e respeitar as diferenças”, argumenta.
Suporte possívelA coordenadora do conselho directivo da Cooperativa Agrícola "Henkay na Vakwavo”, Otília Noloty Vianey, disse que o projecto de incentivo ao artesanato consta da estratégia de busca de alternativas para diversificar as fontes de renda das famílias camponesas.
Otília Noloty Vianey referiu que o projecto abrange mulheres das zonas rurais com habilidades e conhecimento ancestral para criar material artesanal nesta fase de falta de produção agrícola. Referiu que a iniciativa, além de artesanato, apoia também 37 mulheres da Chibia, Humpata e Quipungo, para desenvolvimento de pequenos negócios. "Estamos a ensaiar outras dinâmicas no seio das mulheres de zonas rurais com alguma actividade artesanal e outras actividades comerciais sustentáveis, enquanto não há resultados satisfatórios na agricultura. Queremos dar outras luzes às mulheres que continuam aqui para encontrarem outras alternativas de sobrevivência”, disse.
Alerta que "por falta de chuvas muitas mulheres não têm reserva alimentar e financeira para este ano agrícola”. Por esta razão, referiu, o projecto trabalha na componente do género para promover o desenvolvimento inclusivo. "A cooperativa precisa de sementes, alfaias e sistema de captação de água subterrânea e de rega para aproveitamento do espaço arável de 40 hectares da cooperativa”, disse.
A coordenadora sublinha que as mulheres envolvidas no ofício do artesanato precisam de apoio para ampliar o negócio. Frisou que a associação tem ajudado na divulgação do material nas feiras e exposições realizadas em datas especiais na província da Huíla.
A líder da cooperativa sugere a mudança de política do Kwenda para apoiar mulheres e homens organizados em cooperativas e com potencial de desenvolvimento de negócios sustentáveis.
"Os nossos membros gostariam que o Kwenda fosse abrangente para um apoio básico para a compra de sementes e inputes agrícolas e para o reforço de actividades comerciais. Acreditamos que é possível, pois a situação destas famílias é igual à dos beneficiários do Kwenda”, disse.
A Cooperativa Agrícola "Henkay na Vakwavo” ("As Mulheres e os Outros”, na tradução livre em português) foi fundada em 1997 para promover a integração social das famílias refugiadas de guerra dos municípios de Caconda, Kuvango, Chibia e Jamba.
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