Cultura

Mulher angolana tem contribuído para o crescimento das artes no país

Maria Hengo

Jornalista

A mulher angolana tem contribuído significativamente para o crescimento das artes no país, existindo, actualmente, muitas com formação artística a emprestar o saber na gestão de projectos culturais e produção de peças artesanais, no quadro do Programa Integrado de Desenvolvimento Local de Combate à Pobreza (PIDLCP) do Executivo.

05/04/2024  Última atualização 14H40
O evento chama a atenção para o engenho criativo das empreendedoras na produção de peças e outras iniciativas inovadoras © Fotografia por: DR

O artesanato, por exemplo, já tem um número considerável de jovens que olham para esse segmento artístico como uma oportunidade para mostrar as valências e o potencial no domínio das artes.  Uma dessas jovens que tem contribuído para o crescimento das artes na capital do país é a artesã Nilmara Artes, mulher de múltiplos ofícios, que carrega consigo uma carreira artística de quatro anos.

À reportagem do Jornal de Angola, a jovem conta que aprendeu a profissão por curiosidade  e aperfeiçoou com formações presenciais e online. Confessou que o incentivo dos familiares e amigos  a motivou a não desistir. Hoje, comentou, produzir chapéus, colares de missangas, pulseiras, chinelas de borracha, bonecas de garrafa, canecas de lata  e outros materiais já se tornou rotina. A odisseia começou quando se predispôs a fazer alguma coisa, uma vez que sempre teve uma queda pelas artes. "Acompanhava muitos vídeos e colegas mais experimentados na matéria e ganhei o gosto pela produção de peças artesanais. Se no aproveitar está o ganho, Nilmara Artes soube aproveitar a oportunidade.

A história de Domingas Paulo, outra artesã, assemelha-se a da Nilmara, com quem decidiu  formar sociedade. Domingas Paulo sempre sonhou ser uma artista famosa e reconhecida pela sua arte a nível nacional e internacional. Para isso, realçou, precisa  de continuar a apostar na formação artística. "A feira está a ser uma oportunidade para dar a conhecer o potencial dos jovens e ser um espaço de troca de experiências no domínio das artes”.

A diversidade de produtos expostos quer no seu stand e dos demais colegas, adiantou, tem sido um dos factores de atracção de turistas brasileiros, chineses e angolanos. "A interacção com o público está a ser boa, as peças mais solicitadas até ao momento são as bonecas de garrafa, os colares e as sementes de abóbora”, assegurou.

Uma aposta na prata da casa

 Durante quatro dias, a feira, que termina no domingo, está aberta ao público das 10h00 às 18h00, de acordo com a organização, e vai promover a criação artística entre as mais diferentes artes e ofícios num   intercâmbio cultural, estando inserida nas comemorações dos 22 anos de Paz e Reconciliação Nacional que se assinala hoje.

O evento chama particular atenção para o engenho criativo das empreendedoras na produção de vários artigos de enfeite com material reciclado e cosméticos naturais e outras iniciativas inovadoras. A feira conta com a participação de 30 expositores que expõem os mais diversos produtos que vão desde vestuário, bijuterias, plantas naturais, perfumaria, alimentação a produtos de beleza, percorrendo pelas  exposições de artesanato e de livros.

Logo à entrada do portão principal, os visitantes têm contacto com uma gama de produtos manufacturados como cestarias, vasos decorativos, porta-moedas, pastas, cestos, quindas, bases, balaios e fruteiras, uma iniciativa dos gestores do Palácio de Ferro e do Ministério da Cultura.

Cultura retratada em várias peças

Em declarações ao Jornal de Angola, a estilista Belmira Campos explicou que nos últimos tempos têm aproveitado feiras temáticas como forma de poder mostrar as suas criações, por ser uma oportunidade para a divulgação da cultura do país, através da produção de peças de roupas que retratam o modo de vida dos povos.

Belmira Campos apresentou a sua colecção de roupas africanas multicor para o feminino e masculino. Explicou que pretende mostrar, com as peças, os verdadeiros trajes do continente africano e definir um conceito inovador sobre moda. As suas roupas africanas têm um toque de tradição tanto nos  seus modelos quanto nas estampas. Os tecidos são uma das maiores expressões da cultura local dos angolanos e de identidade. "As vestimentas angolanas têm estado a ganhar cada vez mais espaço no mercado interno com a produção de modelos personalizados que realçam a expressão pessoal de quem os encomenda.

Obras mais acessíveis na semana do Dia Internacional do Livro Infantil

João Malunga, representante da Editora Acácias, explicou que está exposta no seu stand    uma gama de livros entre contos infantis, romances, ensaios e livros científicos, atraindo para o seu espaço vários leitores. No local, além dos livros de diversos géneros literários, o agente comercial referiu que a feira é uma boa oportunidade dos encarregados de educação comprarem livros mais baratos para oferecer aos filhos, justamente na semana das comemorações do Dia Internacional do Livro Infantil, que se assinalou na terça-feira, 2 de Abril. 

A vendedora de cosméticos naturais, Mariana Lima, levou para a feira um conjunto de produtos que despertam a curiosidade pelos pequenos detalhes e o aroma agradável dos cosméticos. Disse que pretende incentivar as mulheres angolanas a valorizar produtos naturais para desencorajar a frequência de produtos químicos. "Estes produtos são completamente naturais e dão um outro brilho às utilizadoras”.

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