O movimento “Kizomba na Rua” leva centenas de pessoas, provenientes de várias partes do país e não só, à Baía de Luanda, todos os domingos, das 18h00 às 21h00, para ensinar a dançar ao som de estilos musicais Semba e Kizomba.
A iniciativa, que surgiu há mais de 12 anos, foi criada por jovens dançarinos participantes no Concurso Nacional de Kizomba e Semba 2011/2012, que emprestaram o seu saber para ensinar, a custo zero, quem esteja interessado em aprender ou aperfeiçoar a dança.
Délcio Miguel, membro fundador do movimento, disse que o Kizomba de Rua surgiu depois da realização do primeiro concurso nacional de Semba e Kizomba.
O formador afirmou que, na altura, os participantes, amantes da dança, tinham grandes dificuldades de se encontrar para partilhar experiências, excepto em fase de castings. Para mudar a situação, adiantou, alguns jovens, incluindo os vencedores do concurso, decidiram criar o movimento "Kizomba de Rua”.
"O grupo é constituído maioritariamente por bailarinos que hoje são bons profissionais”, disse, acrescentando que o movimento incentivou as pessoas a dançarem estes estilos musicais além-fronteiras.
Actualmente, mais de 20 professores de diferentes estilos e escolas de dança estão à disposição do movimento, que procura levar o Kizomba de Rua a outras partes do país.
De forma a massificar o movimento, disse Délcio Miguel, o grupo deslocou-se, em 2020, à província de Malanje, mas devido à pandemia da Covid-19, o projecto não seguiu adiante. "Mas está em carteira a ideia de massificar o projecto a nível nacional, porque ele já é muito conhecido em outros países”, realçou.
De acordo com o membro fundador do projecto, a intenção de massificar o projecto não é ainda uma realidade por dificuldades materiais por que passa o movimento.
Para melhorar a situação, Délcio Miguel mencionou a necessidade de aquisição de materiais como lâmpadas para permitir melhor iluminação do espaço, colunas de som, computador e outros meios para melhorar a grande experiência de levar a dança Kizomba e Semba a todos os lugares.
Na ocasião, o professor de dança do estilo "afro tribal” Armando Nunes disse que centenas de pessoas acorrem à Baía de Luanda todos os domingos à noite para divertir-se, relaxar e desanuviar a mente através da dança. Por isso, apelou ao apoio das autoridades para uma maior divulgação do projecto.
Participantes satisfeitos
Os cidadãos asseguram que graças ao movimento aprenderam a dançar e já não se sentem inibidos em festas, porque era emocionalmente muito difícil ir a uma festa e não poder dançar.
Aida Nzimbo disse que aperfeiçoou a dança com o movimento Kizomba de Rua. Participante assídua do projecto, contou que frequenta o local há mais de um ano. Visivelmente satisfeita, a jovem saudou a iniciativa por ajudar muitas pessoas a aprender a dançar e a ter momentos inolvidáveis de recreação.
"Não percam tempo. Todos os domingos eles estão aqui, a partir das 15 horas, bem dispostos, para ensinar”, recomendou.
Há três anos que Eva Fernandes frequenta o local. A jovem disse ao Jornal de Angola que aprendeu a dançar através do projecto e hoje já consegue transmitir para outras pessoas esta forma alegre de levar a vida.
Eva aconselha a todos os que gostam de dançar e aqueles que não sabem a dirigirem-se à Baía de Luanda aos domingos à noite para aprenderem a divertir-se.
Valdemiro Ngonga, que desde 2015 frequenta o projecto, disse que também aprendeu ali a dançar e hoje já se considera um bom bailarino.
Para Kessiane Campos, a iniciativa é louvável, porque muitas pessoas aprendem a dançar e perder aquela vergonha de chegar a uma festa e não poder divertir-se. "Eu quando vim para cá nem sabia dançar, hoje já consigo e posso inclusive ensinar outras pessoas”, disse visivelmente satisfeita.
Graça Estonga foi à Marginal dançar pela segunda fez e afirmou que gostou muito. Recebeu o convite de um amigo que pertence ao grupo. "Gosto da iniciativa, porque contribui para o engrandecimento da cultura e também atrai muitos turistas”, manifestou.
Domingos Paulino diz que aproveita o momento para aliviar o estresse da semana de trabalho. "Há dias que venho estressado para cá, mas depois de dançar sinto-me aliviado”, disse.
Na companhia da esposa, João Baptista visita regularmente o espaço, mas por vergonha de não saber dançar nunca chegou a praticar. "Eu gosto da iniciativa, porque ajuda a tirar muitos jovens do mundo do crime e ocupar-se com boas coisas. E gostaria que o projecto se espalhasse para outros pontos da cidade e do país”, defendeu. Os géneros de dança e música Kizomba e Semba foram, este ano, elevados a Património Imaterial Nacional.
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