Angola manifestou, esta quarta-feira, em Nova Iorque, profundamente preocupação com a persistente instabilidade na Região dos Grandes Lagos, particularmente, a contínua deterioração da situação de segurança e humanitária no Leste da República Democrática do Congo (RDC), desde Dezembro de 2023.
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Especialistas ouvidos pelo Jornal de Angola são unânimes a criticar a segurança do Presidente Idriss Déby, morto nesta terça-feira (20), por rebeldes.
O especialista angolano em geopolítica Osvaldo Isata disse que a morte do Presidente do Chade, Idriss Déby, durante uma visita, nesta segunda-feira, aos soldados que lutam na linha da frente contra os rebeldes, representa uma falha técnica da sua segurança.
Reagindo ao Jornal de Angola sobre a morte do Presidente chadiano, o cientista político ressaltou que a imagem pode dilacerar toda e qualquer iniciativa de maior aproximação, colaboração e cooperação com Chefes de Estado não africanos.
"O Presidente deve ser, sempre, considerado uma instituição de grande respeito e que merece toda a segurança necessária”, realçou Osvaldo Isata, para quem África precisa melhorar, de forma rápida, prática e objectiva as questões ligadas à sua geopolítica e segurança.
Osvaldo Isata referiu que as circunstancias em que Idriss Déby foi morto pode dar lugar a um susto político, "sobretudo numa altura em que graça a pandemia da Covid-19”.
Por se estar a viver na era da comunicação e informação, acrescentou que os Estados estão condenados a conviver juntos, através da construção estratégica, para se fazer face aos problemas de segurança. "Desde os primórdios que a segurança foi preocupação constante. Basta fazer um radar sobre o antigo Egipto, Babilónia até à sua queda, no ano 539, e tantas outras civilizações”, destacou.
O especialista em relações internacionais Belarmino Van-Dúnem considerou "estranhas” as circunstâncias da morte do Presidente chadiano. No entender do académico, ainda que se tratasse de uma visita, para levantar o moral das tropas na frente de combate, este não devia estar exposto à linha de fogo do inimigo. "Os serviços de Segurança interna e guarda presidencial falharam muito. Houve falha na comunicação. O Presidente e o Comandante em Chefe deveriam ficar no posto de comando, assim dita o protocolo militar”, frisou.
Belarmino Van-Dúnem acredita que o inquérito e as investigações a serem feitas podem esclarecer melhor as circunstâncias da morte. "É realmente lamentável que esse tipo se situações ainda ocorram em África”, lamentou.
O especialista em relações internacionais lembrou que Idriss Déby tinha se tornado num pivô importante na luta contra o radicalismo islâmico no Sahel. O Exército do Chade, prosseguiu, tem desempenhado um papel importante no auxílio aos países vizinhos na luta contra o terrorismo.
Berlamino Van-Dunem disse que o Presidente Idriss Déby chegou a enviar o seu Exército à Nigéria, para ajudar no combate contra o Boko Haran e também esteve na República Centro Africana e noutros países. "A sua morte é um grande revés para região”, lamentou.
Idris Deby esteve sexta-feira última em Brazzaville, capital da República do Congo, onde testemunhou a investidura de Dennis Nguesso.
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