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Moradores solicitam abertura de centros e jardins-de-infância

Domiana N'jila| Huambo

Os moradores da Centralidade Fernando Faustino Muteka, no município da Caála, no Huambo, estão preocupados pelo facto de os centros e jardins-de-infância não terem sido ainda inaugurados, depois da promessa, cerca de dois anos depois, constatou a reportagem do Jornal de Angola.

08/03/2023  Última atualização 08H45
© Fotografia por: DR

Laura de Carvalho, que reside na Centralidade Fernando Faustino Muteka desde a sua abertura, descreveu ao Jornal de Angola que, como ela, mais moradores aguardam com ansiedade o dia em que os três centros e os dois jardins-de-infância vão ser abertos. 

"Nós precisamos desses centros a funcionar o mais rápido possível, porque sempre que saimos para  fazermos determinadas actividades não temos ninguém com quem deixar as nossas crianças. No Huambo, os nossos filhos frequentavam os centros infantis e tínhamos com quem deixá-los”, desabafou durante a reportagem.

A moradora lamenta o facto e disse ser uma situação inadmissível para ela e para outros encarregados de educação. Reitera, por outro lado, que os centros infantis da Caála são a solução paliativa para ver minimizada a situação de cuidado dos seus filhos. 

"Há vizinhos que tiveram que reinscrever os filhos nas creches do Huambo e outros colocaram-nos na Caála. São transtornos, não nos sentimos seguros em ter de deixar as crianças tão distantes de casa para receberem cuidados que podem ser dados aqui na Centralidade”, lamentou a interlocutora do jornal.  

Sofia Virgílio é outra encarregada de educação que vê a sua vida a andar para trás por causa dos centros e jardins-de-infância da Centralidade Fernando Faustino Muteka, que até ao ano em curso não estão abertos ao público. 

É moradora da quadra 23, muito próxima a um dos três centros infantis, mas tem de levar o filho às costas ao ir à praça por não ter com quem deixá-lo e não tem condições financeiras para pôr o bebé numa creche no Huambo ou na Caála, como alega. 

"Tive de deixar de trabalhar para poder cuidar do meu bebé. Se abrissem as creches ia nos facilitar muito a vida e voltaria a trabalhar”, reiterou. 

Djalma Gomes disse que quando foi morar na Centralidade da Caála teve dificuldades por não ter uma creche ou centro onde deixar o seu filho. Por isso, teve de arranjar uma ‘babá’ para ter esse cuidado.   A jovem mãe contou que os gastos eram avultados. Agora, a criança já vai à escola, mas ainda sente por alguns vizinhos que não têm condições para acudir a falta de local onde deixar os filhos. "Nem todos têm condições financeiras estáveis, tirar uma criança da Caála ao Huambo todos os dias, ida e volta é muito dispendioso. Há quem tenha duas ou mais crianças menores de cinco anos”, replicou à nossa reportagem. 

A moradora chamou ainda, a atenção para a questão da degradação dos centros bem como o material lá instalado. "Uma infra-estrutura quando fica parada por muito tempo a tendência é de degradar-se, tenho visto constantemente senhores a pintarem as paredes deste centro que está em frente à minha casa. Por isso, pedimos que abram os centros, vai dar emprego aos jovens e a economia nacional vai sair a ganhar”, rogou.

Dos 12 equipamentos sociais existentes na Centralidade da Caála cinco estão reservados à população infantil, numa altura em que os pais e encarregados de educação se mostram agastados com a situação e pedem a quem de direito para a solução do problema. 

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