Cultura

Miragens Teatro exibe mitos e tradições dos angolanos

“Diálogo com os Mortos” é o título do espectáculo dramático sobre os mitos e as tradições dos povos angolanos a ser exibido no dia 18 de Fevereiro, no espaço Royal Plaza Hotel, em Luanda.

31/01/2023  Última atualização 07H30
© Fotografia por: DR
Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, o encenador e dramaturgo, José Teixeira "Chetas”, disse que o drama narra a história do personagem pelo grupo Miragens Teatro, no Nguvulo que depois de sonhar com os ancestrais, decide fazer uma viagem ao mundo dos mortos para dialogar com Rei Ngola Kiluanje, Njinga Mbande, Lueji, Kimpa Vita, Mandume, Ekuiki II e Agostinho Neto, com objectivo de encontrar respostas sobre qual é o mal que o povo cometeu para tanto sofrimento.

O encenador explicou que, Nguvulo, sem respostas para contrapor as desgraças, que têm passado tantos anos de luta, guerra, na perspectiva da obtenção da paz, não se consegue alcançar a tão desejada estabilidade e a convivência entre os povos, independentemente da condição social.

O espectáculo, ressaltou o encenador Chetas, é no final uma viagem ao mundo dos mortos, que artisticamente e humanamente se traduz no encontro com a história, cultura, espiritualidade, um apelo aos ideias do colectivo, a recuperação dos valores culturais, sociais, políticos e éticos. "A peça é um grito de valorização dos costumes, educação, cultura e das artes, para o bem-estar social de qualquer sociedade.”

Fazem parte do espectáculo os personagens "Nguvulo” interpretado por Ize de Belém, "Nguvula” Marlene Dala, "Ngola Kiluanje” Alberto Cabuta, "Njinga Mbandi” Mariana Lourenço, "Lueji” Celma Santos, "KimpaVita” Isolete Rosa,

 "Mandume” Nuno Barreto, "Ekuikui II” por Edmilton e "Agostinho Neto” nas veste do actor Elísio Santos.

A ficha técnica conta com a dramaturgia e encenação de José Teixeira "Chetas”, cenografia, Virgílio Pinheiro, iluminação, Cali Tozo, figurinista, Mariana Lourenço e maquilhagem por Celma Santos.

 

Historial do grupo

No dia 7 de Junho de 1995, realizava-se no âmbito do Dia Mundial de Luta Contra a Droga, uma palestra sob "As Redes” liderada pelo próprio Walter Cristóvão, então responsável da Comissão de Informação do grupo juvenil "Aurora Divina”, na paróquia São Luís, adstrito a Igreja da Nossa Senhora de Fátima, no Rangel.

Com base neste evento, o encenador Walter Cristóvão incentiva alguns jovens a representar o espectáculo "A Família e a Droga”. A plateia recebeu com extraordinário entusiasmo a encenação que devido ao êxito foi repetida no mesmo dia. Nasceu e foi assim lançado na arena cultural o Miragens Teatro. Nesta época, decidiu fazer do teatro um instrumento útil de educação social no meio dos mais variados grupos sociais.

Foi assim que apareceu pela primeira vez em palco convencional com cerca de uma dezena de actores, a 25 de Agosto de 1995, no salão nobre da Paróquia São Luís. É nesta data onde considerou-se o ano da divulgação e promoção do colectivo. Em 22 de Setembro do mesmo ano, estreou a peça "O Padre Colbe até a Morte”, que foi recebido com bastante entusiasmo em muitos espaços cénicos e salões da cidade capital.

Em 1996, estreia no espaço Elinga Teatro, na baixa de Luanda,  a peça "Revolução Feminina”.  No dia 4 de Agosto, estreia a obra "Irmãs Filhas de Jesus Infância Marcada”. Em 22 de Setembro traçou-se um projecto ambicioso denominado "Projecto Fraternidade” com vista a obter meios financeiros, vestuários, alimentação, donativos que foram entregues ao Lar da Terceira Idade do Beiral, com a colaboração de vários grupos em alusão ao Dia Nacional do Idoso, que se assinala a 30 de Novembro .

Em 19 de Dezembro 1996 foi convidado pela Direcção Provincial da Cultura de Luanda, a participar no projecto "Noites de Teatro a Quinta-Feira”. A sua maior aposta foi em 1997, onde agendou o projecto "Março-Mulher” com o objectivo de realizar um festival músico cultural em solidariedade à mulher que foi feito com êxito mesmo sem apoio de instituições.

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