Economia

Ministro solicita cultivo de algodão para a Satec

Hélder Jeremias

Jornalista

O ministro da Economia e Planeamento, Sérgio Santos, solicitou, ontem, em Ndalatando, que os produtores de algodão do Cuanza-Norte se organizem em cooperativas para atingirem escalas de produção que viabilizem os fornecimentos à companhia têxtil Satec, reabilitada no Dondo, em 2015, depois de investimentos avaliados em 680 milhões de dólares.

25/03/2021  Última atualização 18H43
Ministro da Economia e Planeamento, Sérgio Santos © Fotografia por: DR
Sérgio Santos, que falava na abertura de um encontro de auscultação sobre os principais constrangimentos enfrentados pelos produtores locais, informou que o pelouro da Economia e Planeamento esteve reunido com a gestão da unidade fabril, da qual recebeu garantias sobre estudos de viabilidade que confirmam excelentes condições climáticas e qualidade de solos naquele território para o cultivo da espécie egípcia de algodão, actualmente importada da República da Zâmbia.

O ministro considera imprescindível a abertura para o diálogo entre os produtores e industriais  locais, de modo a que a venda das colheitas seja viabilizada, o que passa pela realização de encontros de negócios periódicos, em que se possa estabelecer os mecanismos para ultrapassar os obstáculos inerentes ao desconhecimento das características do mercado interno.

"O cultivo do algodão pode ser feito com rotação de cereais num período de três meses. Os gestores da empresa têxtil já fizeram um estudo de viabilidade que permitiu aferir a existência de excelentes condições aqui na província. Não existem dúvidas de que a produção será de extraordinária rentabilidade, em função da grande necessidade da empresa”, insistiu Sérgio Santos.

A realização de feiras de produção nacional, de acordo com Sérgio Santos, constitui uma importante forma de apresentar o potencial de cada uma das unidades produtivas no circuito económico, de forma a que o Executivo, na qualidade de facilitador do acesso ao crédito, possa identificar os potenciais compradores e incentivar operações que vão da troca de bens e serviços, à hotelaria e cultura, além de outros sectores não negligenciáveis.

"Só com diálogo entre os produtores se pode criar uma cadeia produtiva, de forma a evitar cenários em que determinado produtor do Cuanza-Norte tenha que se deslocar para Luanda ou outro mercado para comprar algo que é produzido cá, o que implica o encarecimento do produto.

Julgamos que a organização de feiras regulares, além de ajudar a identificar parceiros com habilidades, permite-nos facilitar os acessos às linhas de financiamento”, disse o ministro.
Sérgio Santos reconheceu que os produtores nacionais ainda se deparam com a escassez de sementes produzidas no país e uma forte dependência na importação de fertilizantes, tendo apelado à criação de consórcios que se dedicam pela exportação destas importantes matérias-primas, na perspectiva do fomento da produção interna das respectivas matérias-primas.

A Expo Cuanza-Norte, marcada para o período de 25 a 28 de Maio abre o ciclo de oito exposições provinciais que a província vai acolher até Setembro do presente ano, segundo apurou a nossa Redacção.

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