Cultura

Ministério da Cultura pretende criar Museu Etnográfico dos Povos do Sul

Filipe Zau

Jornalista

O Ministério da Cultura e Turismo está a desenvolver estudos para a requalificação e transformar o Cine Estúdio-Moçamedes, na província do Namibe, num museu Etnográfico dos Povos do Sul de Angola.

19/05/2023  Última atualização 10H00
© Fotografia por: Garcia Maya Toko | Edições Novembro

A informação consta do comunicado de imprensa, saído da 1ª Sessão Ordinária da Comissão Nacional Multissectorial para a Salvaguarda do Património Cultural Nacional, que decorreu, na terça-feira, na histórica cidade de Mbanza Kongo (Zaire), sob a orientação da Vice-Presidente da República, Esperança da Costa.

Durante o encontro, a referida comissão analisou, também, o estado actual dos museus do país, tendo, igualmente, se referido sobre as propostas de construção dos memoriais, com destaque para os de escravatura transatlântica, no âmbito de uma parceria entre a Ilha de Santa Helena (Reino Unido) e o Governo de Angola, bem como os de Teka Dya Kinda e de Mukula A Ngola (memorial dos Ngolas).

À margem do encontro e a propósito do dia internacional dos museus, que ontem se assinalou, o Jornal de Angola interagiu com o responsável do Museu dos Reis do Kongo, Kediamosiko Toko, que falou sobre a exiguidade do espaço daquela instituição museológica, que acolhe artefactos diversos, utilizados pelos antigos soberanos.

Na ocasião, Kediamosiko Toko referiu que, o actual museu tem, também, limitações nas áreas de tratamento e depósito das peças, razão pela qual, frisou, a construção de um novo museu seria solução para o problema.

"A efectivação do projecto de construção do Museu do Reino do Kongo vai permitir a exposição de peças representativas de todas as regiões que faziam parte da antiga monarquia Kongo. O novo museu vai oferecer uma área administrativa, sala de tratamento das novas peças, sala de quarentena, de observação e depósito, onde são colocadas noventa por cento das peças de um museu, porque a exposição deve representar, apenas, dez por cento do acervo. Deste modo, fica fácil trocar as peças da exposição para melhor atrair os visitantes. Algo que neste momento não é possível”, frisou.

O responsável avançou que, a ser construído o novo museu de Mbanza Kongo, denominar-se-á "Museu do Reino do Kongo”e deverá albergar o acervo histórico dos países que integravam a antiga monarquia.

"O projecto é aguardado com bastante expectativa, porque vai aumentar a área de exposição, permitindo aos turistas apreciar, tanto o acervo histórico encalhado na República Democrática do Congo, Congo Brazzaville e Gabão, como as mais de quatro mil peças arqueológicas encontradas durante o processo de escavações, no âmbito do projecto "Mbanza Kongo – Cidade a desenterrar para preservar”, que culminou com a sua elevação a Património Mundial da Humanidade, em 2017”, frisou.

Fernando Neto e Victor Mayala | Mbanza Kongo

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Cultura