Sociedade

Ministério da Acção Social e da Família reforça aposta nas medidas de prevenção

Celeste de Melo

Jornalista

A redução dos casos de violência contra a mulher passam pelo aumento das campanhas de prevenção, defendeu, sexta-feira, em Luanda, o chefe do Departamento de Igualdade e Equidade de Género do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU), para quem a diminuição dos números registados é um dos desafios para os próximos anos.

25/11/2023  Última atualização 17H28
Campanha em defesa das mulheres começa segunda-feira © Fotografia por: DR
Octávio Pinto adiantou que um dos objectivos do MASFAMU é reduzir significativamente os números, direccionando as acções de sensibilização para áreas específicas. "Se olharmos para aquilo que tem sido os nossos registos, podemos ver que os casos de violência têm várias portas de entrada, dependendo da forma como o mal é praticado e da lesão causada, ou seja os números chegam a partir de queixas em hospitais, esquadras de polícia e centros de aconselhamento familiar”, esclareceu.

Para contrapor tal situação, realçou, o MASFAMU tem, a nível das 18 províncias, Gabinete de Acção Social, uma área específica para atender aos casos de violência doméstica no geral, onde os cidadãos devem se dirigir no caso de sofrerem um abuso.

A maioria das vítimas de violência, disse, são as mulheres e as crianças. "Hoje é o dia da eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher e a menina, portanto, a altura que, geralmente, começam os 16 dias de activismo pelo fim da violência contra estas camadas sociais. O término dessa jornada é a 10 de Dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos”.

A campanha dos 16 dias de activismo, referiu, é um acto global, que serve para reflectir, com diversas actividades, a problemática da violência.

Conferência nacional

No caso de Angola, disse o também chefe do Departamento de Prevenção e Protecção à Vítima de Violência Doméstica do MASFAMU, a campanha abre nesta segunda-feira, dia 27, com a realização da VI Conferência sobre a Mulher e a Violência, no hotel Epic Sana, em Luanda.

O encontro, avançou, é aberto ao público e vai ocorrer, também, no formato virtual. "Queremos criar um espaço para discutir diversos temas na profundidade, como forma de encontrar propostas e soluções para prevenir e proteger as vítimas de violência”, destacou.

A campanha e a conferência, continuou, vão decorrer, este ano, sob o lema "Prevenir a violência contra a mulher e a menina para fortalecer as famílias”. A ideia, destacou, é debater, a todos os níveis, com a população a violência contra mulher, cuja gravidade e o número de casos a coloca como um problema de saúde pública.

Números elevados

Em 2022, referiu, que a nível da violência contra a mulher, o ministério registou oito mil casos, todos  atendidos nos postos de aconselhamento familiar. Destes oito mil, disse, mais de seis mil foram de violência contra a mulher.

A diferença entre a violência contra o homem, esclareceu, é abismal, se comparada aos casos relacionados às mulheres, ou às crianças. "O que confirma que existem grupos mais frágeis”, disse, acrescentando que este ano foram registados 1.155 casos de agressões contra as mulheres nos Centros de Aconselhamento da Acção Social.

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