Política

Militares da SADC aprimoram técnicas para operações de intervenção

António Gaspar |

Jornalista

Militares da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral realizam, desde segunda-feira, em Luanda, exercícios visando contribuir para o fortalecimento, consolidação, unidade e coesão dos países da região a nível táctico para operações de intervenção.

26/09/2023  Última atualização 08H10
Inspector-geral da Defesa Nacional, Gouveia de Sá Miranda © Fotografia por: Raimundo Mbiya |Edições Novembro

Ao intervir na cerimónia de abertura do Exercício Nguizani Logex/2023, que decorre sob o lema "África Pela Paz e Prosperidade”, o inspector-geral da Defesa Nacional, general Gouveia de Sá Miranda, disse esperar que durante as manobras sejam aperfeiçoados os métodos logísticos das Forças Armadas da SADC, para responder aos complexos desafios presentes e futuros na conjuntura internacional e, em particular, na região.

Na cerimónia, que contou com a presença de generais, almirantes, comissários e oficiais superiores, Gouveia João de Sá Miranda lembrou que o evento militar acontece poucos dias após o Chefe de Estado, João Lourenço, Presidente em exercício da Comunidade da África Austral, ter estado em Nova Iorque, onde participou na 78ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Apoio à paz

O representante do Secretariado da SADC, Raymond Ndwandwe, reconheceu que os exercícios desta dimensão "não acontecem facilmente” e, por isso, a estrutura de comando da SADC tem empenhado esforços de planeamento, desenvolvimento, preparação e execução do mesmo, para garantir que este responda às necessidades da região.

Raymond Ndwandwe explicou que, em termos gerais, a execução destes exercícios militares assenta na preparação dos comandantes das Forças Armadas para as operações, particularmente, actividades de apoio à paz, crises e conflitos.

"Exercícios como o da Logex asseguram que as forças de aliança podem trabalhar em conjunto de forma aberta sempre que necessário. Eventos como estes permitem que as forças aliadas da Comunidade e as organizações parceiras possam juntar-se para treinar, exercitar e aprender umas com as outras. Portanto, ao fazê-lo, o papel de capacidade de desdobramento será rápido, pelo menos, a nível continental para operações de apoio à paz, previstas na declaração do Comité Técnico Especial da União Africana sobre Defesa, Segurança e Protecção”, afirmou.

O também chefe de Estado Maior para o Planeamento da Força em Estado de Alerta da SADC acrescentou ainda que essas actividades, que decorrem na capital do país, devem basear-se nas lições aprendidas durante operações como a SAMIM, que junta as tropas do Rwanda no apoio a Moçambique para combater a rebelião em Cabo Delgado, permitindo que os países da comunidade treinem segundo os mesmos padrões e se juntem facilmente às campanhas internacionais contra o terrorismo e outros desafios globais.

Exercício deve garantir capacidade de planificação

O representante do Secretariado da SADC, Raymond Ndwandwe, reiterou que, para além dos outros objectivos, a Logex deve garantir que a região tenha capacidade de planificar, preparar, destacar e sustentar as forças, utilizando o sistema "empurra e puxa” durante as operações.

"As actividades do género permitem preparar a Força em Estado de Alerta da SADC, para fazer face aos acontecimentos sobre os efeitos da subversão e do terrorismo até às manobras militares em grande escala, desde as condições de uma guerra química até aos meandros das rivalidades tribais”, sublinhou.

Da mesma forma, frisou, à medida que os países envidam esforços para melhorar a capacidade operacional completa da Força em Estado de Alerta da SADC, neste caso, através da realização sucedida do Exercício Nguizani, espera-se, igualmente, que o efeito dos ganhos obtidos contribua para uma maior capacidade de resolução de conflitos na região e, por conseguinte, em todo o continente africano.

Por último, lembrou que a paz e a segurança continuam a ser um dos ingredientes indispensáveis para o desenvolvimento socioeconómico sustentável da região e que, a este respeito, de acordo com Raymond Ndwandwe, um mecanismo credível de resolução de conflitos sob forma de uma força de reserva da SADC eficaz e profissional é uma mais-valia para a prosperidade da África Austral.

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