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Milhares de agregados familiares beneficiam do Projecto Kwenda

Milhares de famílias da província do Cuanza-Sul e do Zaire estão a beneficiar de transferências monetárias, no âmbito do Programa de Fortalecimento da Segurança Social (Kwenda).

18/09/2023  Última atualização 12H54
Cidadã, na cidade do Sumbe, exibe, satisfeita, uma transferência monetária do Projecto Kwenda © Fotografia por: DR

No  Cuanza-Sul, segundo a directora do Instituto de Desenvolvimento Local, Carolina Sanito, nos próximos tempos vão ser beneficiadas mais de 40 mil famílias dos municípios do Mussende, Quibala e Conda.

O anúncio foi feito, sexta-feira, na Vila do Mussende, sede do município com o mesmo nome, durante a abertura da III fase do Kwenda. 

"A apresentação da III fase do programa Kwenda marca o primeiro passo, para depois seleccionarmos as famílias e os bairros, com o apoio dos Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário (Adecos), e no final dar início ao cadastramento” disse.

Fazendo o balanço das acções desenvolvidas até ao momento, Carolina Sanito adiantou que já receberem transferências sociais monetários 65.564 famílias, das 117.402 cadastradas, tendo sido desembolsados mais de seis mil milhões de kwanzas, nos municípios do Seles, Ebo, Quilenda e Cassongue.

O Kwenda, explicou, é um programa do Executivo angolano que visa apoiar famílias em situação de vulnerabilidade e está avaliado em 420 milhões de dólares, financiados pelo Banco Mundial (USD 320 milhões) e pelo Executivo (100 milhões).

Segundo o administrador municipal do Mussende, José Eduardo, com o Kwenda a situação de vida das famílias em situação de vulnerabilidade vai melhorar. "Com a implementação do Kwenda no Mussende, a Administração Municipal ganha mais um instrumento que vai ajudar no reforço de acções que visam melhorar a situação  de vida das famílias em situação de vulnerabilidade”.

José Eduardo deu a conhecer que o município controla mais de 70 mil agregados familiares em situação de vulnerabilidade.  

Por sua vez, o soba grande do Mussende, Segunda António, reconheceu a importância do Programa de Fortalecimento da Protecção Social, que visa reduzir os efeitos da pobreza nas comunidades. "Ficámos à espera da chegada do Kwenda desde o seu lançamento, em 2020, graças a Deus,  chegou a vez do Mussende e, com a explicação que recebemos sobre as modalidades de implementação, estamos convictos de que, se todos colaborarem com as autoridades, o processo vai decorrer sem sobressaltos. Aproveito para apelar à população a aderir ao cadastramento e esperar pela selecção”.


População do Soyo aguarda com expectativa

OPrograma de Fortalecimento da Protecção Social, vulgo Kwenda, chegou, na semana finda, ao município do Soyo, província do Zaire, onde se prevê beneficiar, com transferências sociais monetárias directas, mais de nove mil agregados familiares em situação de vulnerabilidade. 

De acordo com o director provincial do Fundo de Apoio Social (FAS), Maurício da Costa, que orientou o acto de lançamento no auditório da administração local, foram seleccionadas quatro das cinco comunas do município do Soyo (Mangue Grande, Sumba, Quêlo e Pedra de Feitiço), excepto a sede, num universo de 77 aldeias. 

Maurício da Costa fez saber, ainda, que o processo de cadastramento das famílias terá início no próximo dia 20, com o envolvimento de 45 Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário (ADECOS), que trabalharão, durante 15 dias, nas localidades mencionadas. 

"O cadastramento vai decorrer casa-a-casa e serão abrangidos chefes dos agregados familiares em situação de vulnerabilidade. Para esta empreitada, vamos contar com a participação de 45 ADECOS”, disse, lembrando que o Kwenda tem outras componentes que deverão ser, igualmente, implementadas na região, designadamente a Inclusão Produtiva, Fortalecimento do Cadastro Único e Municipalização da Acção Social, através da criação de Centros de Acção Social Integrados (CASI).

O responsável esclareceu, na ocasião, que, desde o lançamento do Kwenda, em 2020, na província do Zaire, foram contemplados, inicialmente, os municípios do Nzeto, Tomboco, Nóqui e Cuimba, onde foram cadastrados mais de 30 mil agregados familiares, 27 mil dos quais já beneficiaram de transferências sociais monetárias, cujo montante global é de um mil milhão e 594 milhões de kwanzas. 

As reacções em torno do lançamento do Kwenda no município do Soyo não se fizeram esperar, tendo em conta o impacto positivo que vai trazer na vida das famílias vulneráveis da região. 

A administradora comunal adjunta de Mangue Grande, Elisa Fernando Mavango, referiu que as famílias locais há muito aguardavam por esta oportunidade, para, através das transferências monetárias, verem as suas dificuldades minimizadas. "Esperamos que o programa seja implementado o mais rápido possível, porque as famílias estão com ansiedade”, disse, adiantando que a Administração Comunal de Mangue Grande identificou já um total de 1.604 agregados familiares, que, na devida altura, deverão ser registados pelos ADECOS. 

Isabel Muabi, administradora comunal adjunta do Sumba, louvou, igualmente, a chegada do Kwenda à sua zona de jurisdição, onde, como referiu, 90 por cento dos habitantes vive em situação de vulnerabilidade social. 

"Com o lançamento do programa, vamos, agora, trabalhar com as autoridades tradicionais, para o cadastramento das famílias que mais necessitam de apoio”, pontualizou. 

Victor Pedro | Sumbe e Victor Mayala | Soyo

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