Sociedade

Menos mulheres aderem aos postos de imunização

Rodrigues Cambala

Jornalista

Angola regista menos mulheres no gráfico de vacinação contra a Covid-19, totalizando apenas 37 por cento, uma vez que 63 por cento são do sexo masculino.

17/04/2021  Última atualização 06H15
© Fotografia por: Edições Novembro
A discrepância, segundo a directora nacional de Saúde Pública, Helga Freitas, é preocupante, mas supõe que esteja ligado a razões de ordem cultural.  A médica, que falava no Café de Ideias com jornalistas sobre a vacinação contra a Covid-19, disse que, até quinta-feira, tinham sido vacinadas 351.733 pessoas, em 62 postos de vacinação, instalados no país. 

Desde o diagnóstico do primeiro caso de Covid-19, em Março do ano passado, 925 profissionais de Saúde foram infectados, dos quais 22 terminaram em óbito.  No mês de Março, foram identificados 20 casos da variante sul-africana e 120 da inglesa, em 640 amostras recolhidas.

"A vacina tem benefícios pela sua eficácia, uma vez que também previne doença grave e óbito”, avançou.  O objectivo da vacinação, frisou, é reduzir a mortalidade e a morbilidade por Covid-19, para a retoma das actividades económicas e sociais e bem-estar da população.
A pretensão do Ministério da Saúde é vacinar 52 por cento da população contra a Covid-19, em duas doses. Em relação às etapas de vacinação, nesta primeira fase prevê-se vacinar 20 por cento da população, que deverá totalizar 6.419.534.  Na segunda etapa, a intenção é imunizar 29 por cento da população, que vai totalizar 9.184.200.  

"Vacinas são seguras,
eficazes e de qualidade”
Em representação da Organização Mundial de Saúde (OMS), José Chivale  garantiu que "as vacinas são seguras, eficazes e de qualidade”, devendo ser combinadas com outras intervenções de saúde pública, tais como a higienização das mãos, distanciamento físico e o uso de máscara.

"Os jornalistas desempenham um papel primordial na informação e encorajamento da população, para adoptar as medidas preventivas que garantam a protecção e salvem vidas”, afirmou, para assegurar que, com a introdução de várias vacinas da Covid-19, "é crucial a produção e divulgação de informação atempada e perceptível que promova comportamentos positivos”.

José Chivale admitiu que as vacinas contra a Covid-19 podem causar alguns efeitos secundários. "A grande maioria destes é suave, temporária e não necessitará de cuidados médicos”, disse.

O director Nacional da Comunicação Social, que fez o discurso de encerramento, reconheceu que o relaxamento das medidas de prevenção por parte da população e o afrouxamento das regras dos Estados está a criar um aumento de casos e em Angola não é diferente. 

António de Sousa frisou que a comunicação social joga um importante papel para o cumprimento das medidas de biossegurança e incentivo à vacinação.

Processo Rigoroso

Ao considerar que existe um processo rigoroso e robusto de controlo de segurança, para garantir que as vacinas da Covid-19 sejam seguras e eficazes, José Chivale avançou que os imunizantes são avaliados através de processos rigorosos de testes em várias fases. 

No mundo, 272 vacinas estão em desenvolvimento, sendo 88 em fase de ensaios clínicos. Já foram administradas 840 milhões de doses, das quais pouco menos de 2% foram aplicadas em África. No continente, Marrocos administrou quase 70% das doses.
 
Até agora, três vacinas receberam a certificação da OMS, designadamente a Pfizer/BioNTech; Oxford-AstraZeneca e Johnson & Johnson. A decisão sobre a certificação das vacinas Moderna, Sinopharm e Sinovac está prevista para este mês ou em Maio. 

Até 15 de Abril, 47 países receberam mais de 32,7 milhões de vacinas, através da Covax e 45 países iniciaram a vacinação, tendo sido administradas 13,7 milhões de doses. Um total de 38 países africanos recebeu 17,9 milhões de doses da Covax. 

A OMS está a apoiar o desenvolvimento de um plano nacional de formação de profissionais de Saúde e criação de sistemas de monitorização.


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