O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, dá posse, hoje, ao XXIV Governo Constitucional, numa cerimónia marcada para as 18h00 (mesma hora em Angola), no Palácio da Ajuda, menos de um mês depois das legislativas de 10 de Março, que deram a vitória à AD (coligação pré-eleitoral formada por PSD, CDS-PP e PPM).
Hoje, no discurso de posse, que se seguirá ao do Presidente da República, é de esperar que o Primeiro-Ministro indigitado, Luís Montenegro, que vai governar com uma curta maioria parlamentar (80 deputados PSD/CDS contra 78 do PS e com uma bancada de 50 parlamentares do Chega), possa abordar os principais desafios do seu executivo em matéria de governabilidade e as prioridades que apontou durante a campanha e logo na noite eleitoral.
Na madrugada de 11 de Março, Montenegro lembrou que "sempre disse” que "vencer eleições era ter mais um voto” e que os eleitores deram um sinal às forças políticas que "devem privilegiar mais o diálogo e a concertação entre lideres e partidos”.
"A todos é exigido que dêem ao país condições de estabilidade e de governabilidade. Não me eximo à principal responsabilidade, que será minha, mas é preciso também exigir aos outros que cumpram aquilo que foi a palavra do povo português”, declarou então.
Nessa noite, o presidente do PSD disse esperar que PS e Chega "não constituam uma aliança negativa para impedir o Governo que os portugueses quiseram” e voltou a recusar entendimentos com o partido de André Ventura, mas sem excluir o diálogo.
"Estamos cientes que, em muitas ocasiões, a execução do programa de Governo terá de passar pelo diálogo na Assembleia da República. É natural e é nossa expectativa que todos os partidos possam assumir a sua responsabilidade, a começar pelo principal partido da oposição”, disse.
Sobre o programa da AD, o presidente do PSD repetiu, na noite eleitoral, alguns dos principais compromissos da coligação, entre os quais "diminuir a carga fiscal” e colocar a economia portuguesa a "crescer mais”, "implementar um programa de emergência na área da saúde nos primeiros 60 dias do Governo”, "dar estabilidade à escola pública”, com "mais exigência e qualidade”, travar o aumento de preços na habitação e melhorar o acesso com "mais oferta, do lado público e privado”.
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