Sociedade

Médicos alertam para o aumento de casos de malária em Luanda

Engrácia Francisco

Jornalista

A malária continua a preocupar as equipas médicas do Hospital Geral de Luanda, que registou um aumento significativo, na semana finda, tendo causado 18 mortes, mais dez em relação ao balanço anterior, informou, ontem, o director clínico da instituição.

01/06/2023  Última atualização 09H20
Balanço semanal de hospitais da capital do país © Fotografia por: Edições Novembro
Magalhães Sobrinho referiu que de um total de 9.480 pacientes atendidos, 1.251 foram diagnosticados com malária. Os números, criticou, são muito altos e mostram, ainda, o descuido da população quanto ao respeito pelas medidas de prevenção. "É de lamentar que, apesar das recomendações, ainda temos situações de doentes que chegam em estado muito grave, inclusive de malária, uma doença que pode ser prevenida ou medicada, caso as pessoas tragam o paciente mais cedo ao hospital”.

Durante a semana finda, sublinhou, a síndrome febril teve um aumento, tendo  registado 726 casos. A instituição, disse, atendeu também 364 pacientes com doenças respiratórias agudas e 180 com doenças diarreicas agudas. "São quadros muito comuns nesta época. Porém, é preciso reduzir os casos, através de campanhas de prevenção”, frisou.

O médico Magalhães Sobrinho avançou, também, que recepcionaram 828 vítimas de traumas, por acidente de viação e quedas. "Os acidentes provocados por quedas continuam a registar números muito altos, 379 no total. É preciso que as pessoas estejam sempre em alerta e redobrem os cuidados para se evitar certas situações, algumas com consequências mortais”, alertou.

Urgências no Cazenga

Um total de 1.496 pacientes, com diversas patologias, foi  atendido no Banco de Urgência do Hospital Municipal do Cazenga, na semana passada.

A directora-geral da instituição, Nilsa Sousa, explicou que as áreas de pediatria, medicina, cirurgia e a maternidade do hospital foram as que registaram grande afluência de utentes. "Quanto mais pacientes recebemos, mais preocupante é. Por isso, devemos prevenir-nos das doenças, tanto as crianças, como os adultos”, recomendou.

As crianças, continuou, são as mais vulneráveis às patologias do Cacimbo, como as doenças respiratórias agudas, febres e gripes. "Devemos proteger mais as crianças. Agasalhá-las nas horas exactas, para não estarem muito expostas a essas doenças”, orientou. "Na semana passada, atendemos um total de 1.043 crianças”, sublinhou.

Paludismo nos Cajueiros

O Hospital Geral dos Cajueiros continua, igualmente, a registar um aumento significativo dos casos de paludismo. Na semana passada, um total de 1.604 pacientes foi atendido, informou, ontem, o director clínico.

Bernardo Teixeira avançou que o número é preocupante, por isso, é importante que as famílias participem activamente nas campanhas de sensibilização desenvolvidas pelos hospitais. Por outro lado, a síndrome febril, explicou, com um registo de 1.217 casos, também é preocupante.

"Nesta época de Cacimbo, principalmente, qualquer sinal de febre é porque alguma coisa no organismo não está bem e aconselha-se a procurar um médico o mais rápido possível”,.

O Hospital, disse, atendeu, igualmente, 940 casos de  síndrome gripal, 394 de hipertensão arterial, 284 de doenças diarreicas agudas e 200 respiratórias. "Tivemos um registo de 110 acidentes de viação”, adiantou.

Hipertensão em Cacuaco

O aumento de casos de hipertensão arterial tem preocupado as equipas médicas do Hospital Municipal de Cacuaco, afirmou a directora da instituição. Anizeth Kutatela avançou que na semana finda, o hospital socorreu 109 pacientes com hipertensão arterial. "Actualmente, a hipertensão tem sido uma das principais causas de morte. Por isso, recomenda-se a ter mais cuidados com esses pacientes e seguir rigorosamente a indicação médica".

A par da hipertensão, sublinhou, de um total de 4.748 pacientes atendidos, 630 foram diagnosticados com malária, 97 com febre e 82 com gripe. "Nesta época de Cacimbo é importante usar agasalhos convenientes para evitar as constantes gripes, principalmente em crianças”, referiu, acrescentando que socorreram 65 vítimas de acidentes de viação.

Crianças no Kilamba Kiaxi

O Banco de Urgência do Hospital Geral Especializado do Kilamba Kiaxi socorreu, na semana passada, 839 crianças, de um total de 4.380 pacientes. A directora clínica, Rosa André, referiu que 217 mulheres deram à luz durante esse período e lamenta a afluência de crianças com várias patologias à procura de cuidados médicos.

A médica salientou que do total de partos realizados, 16 foi por cesariana. No mesmo período, referiu, tiveram o registo de 39 abortos. "A fase da gestação é muito delicada e merece todo o cuidado e atenção, a fim de se evitar o pior”, aconselhou.

O hospital, realçou, atendeu, igualmente,  253 pacientes com doenças respiratórias agudas, 229 com malária, 223 com febre e 184 com doenças diarreicas agudas.

  Emergências Médicas socorrem 555 cidadãos

O Instituto Nacional  de Emergências Médicas de Angola (INEMA) socorreu, na semana finda, 555 cidadãos com diversas patologias, informou, ontem, o director da instituição.

Azevedo Ekumba esclareceu que socorreram, ainda, 159 casos de traumas, resultantes de acidentes de viação, agressão física e quedas. O INEMA, adiantou, ajudou, igualmente, 235 pacientes  que foram prontamente levados  aos hospitais mais próximos. As  equipas em serviço realizaram 141 transferências inter-hospitalares e 17 provinciais. O director do INEMA sublinhou que do total de 613 chamadas recebidas, 63 eram falsas.

O INEMA continua a desencorajar atitudes do género. "As pessoas devem evitar ocupar as linhas telefónicas sem qualquer necessidade”, aconselhou. O Instituto Nacional de Emergências Médicas de Angola  foi criado aos 21 de Agosto de 2009, com Estatuto Orgânico aprovado por Decreto Presidencial aos 23 de Setembro de 2014.

  Neves Bendinha regista  aumento nas urgências

O Hospital Geral Especializado Neves Bendinha atendeu, em 72 horas, no banco de urgência, 27 pacientes, dos quais nove ficaram internados, informou, ontem, o responsável da aérea de comunicação institucional.

Alberto Luzembo esclareceu que foram assistidos 24 pacientes por casos de queimaduras, um dos quais provocado por acidente de trabalho. A maioria das queimaduras, explicou, ocorreu por líquidos quentes, com 16 registos, gás butano, um caso, produtos químicos, três ocorrências, e choque eléctrico, um caso. Nos serviços ambulatórios, acrescentou, foram atendidos 116 pacientes.

  Hospital Municipal do Zango deixa alertas para a malária

A malária continua a ser  a doença com maior registo de casos  no Hospital Municipal do Zango, com um total de  253 pacientes, informou, ontem, a directora clínica, Elsa Ambrósio, durante o balanço do fim-de-semana.

Elsa Ambrósio acrescentou que foram assistidos, em 72 horas, 712 utentes, dos quais 619 no banco de urgência, 210 em pediatria, 168 na maternidade, onde foram realizados 48 partos e 76 em ortotraumatologia. "Há a lamentar um óbito”, disse.  Na aérea de consulta externa, foram atendidos 39 pacientes, dos quais 44 em psicologia, 49 em fisioterapia e dez em hemoterapia.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Sociedade