Sociedade

Mbanza Kongo: Autoridades sanitárias desaconselham tratamento caseiro da conjuntivite

Fernando Neto | Mbanza Kongo

Jornalista

O tratamento caseiro em casos de conjuntivite hemorrágica, no município de Mbanza Kongo, onde o número de pessoas afectadas pela doença aumenta consideravelmente a cada dia, preocupa as autoridades sanitárias da província do Zaire, apurou, domingo, o Jornal de Angola.

25/03/2024  Última atualização 08H20
Tratamento da doença é feito apenas com prescrição médica © Fotografia por: DR

Na ronda efectuada às principais unidades sanitárias da cidade de Mbanza Kongo, nomeadamente, os Hospitais Provincial do Zaire e o Municipal, apurou-se que, até ao momento, foram registados 29 casos de conjuntivite hemorrágica.

O director de enfermagem do Hospital Municipal de Mbanza Kongo, Eduardo Maziku, manifestou-se preocupado devido ao facto de poucos casos chegarem às unidades hospitalares, quando a doença se alastra pelas comunidades, onde se dá primazia ao tratamento caseiro.

"Até o dia 21 de Março, registamos, no Hospital Municipal, apenas, nove casos de conjuntivite hemorrágica, cuja faixa-etária varia entre um e 51 anos. A nossa preocupação reside no facto de que os índices de conjuntivite hemorrágica estarem a aumentar no seio das comunidades, mas poucos chegam às unidades sanitárias, porque os pacientes estão habituados a fazer tratamento caseiro”, disse.

O profissional de Saúde aconselhou os munícipes de Mbanza Kongo a recorrerem às unidades sanitárias caso registem sinais de conjuntivite, para receberem a medicação adequada.

"Acontece que os membros das comunidades recorrem constantemente ao tratamento tradicional, em que são utilizados suplementos de raízes e folhas, cujo cálculo da dosagem é deficitário e, posteriormente, pode acarretar algumas consequências de fórum ocular, como a cegueira”, lamentou.

Eduardo Maziku disse que para o tratamento destes casos, o Hospital Municipal tem indicado um antibiótico apropriado. "São casos que não carecem de isolamento, nem internamento, por isso, fazem tratamento em regime ambulatório. Em função do aumento de casos, aconselho as pessoas a lavar as mãos com água e sabão de forma frequente, evitar tocar nos olhos com as mãos sujas e monitorar as crianças”, disse. O jovem Manuel Eduardo, 22 anos, residente no bairro Álvaro Buta, arredores da cidade de Mbanza Kongo, acredita que o uso da urina pode ajudar no tratamento da conjuntivite.

"Utilizo a urina no tratamento da conjuntivite, porque constitui um costume local e tem curado muitas pessoas da comunidade onde vivo, por isso também o faço, pois acredito que pode resultar”, explicou.

Por sua vez, Eduardo Carlos, 32 anos, residente no bairro Bela Vista, falou dos ensinamentos que adquiriu da sua mãe para o tratamento caseiro da conjuntivite. "A minha mãe ensinou-me a usar folhas de gajajeira para tratar a conjuntivite. As folhas devem ser fervidas, ensopar um pano com a água desta solução, deixar esfriar um pouco e depois colocar nos olhos, este procedimento ajuda”, disse.

De salientar que o município do Soyo regista, também, elevados casos de conjuntivite já há algum tempo.

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