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Matérias-primas para a fábrica serão importadas do Zimbabwe

As matérias-primas utilizadas na África Têxtil serão importadas, numa primeira fase, do Zimbabwe, explicou ontem, em Benguela, Lawrence Miles, representante do novo gestor da fábrica, o Baobab Cotton Group (BCG).

21/02/2021  Última atualização 10H48
Matérias-primas utilizadas na África Têxtil © Fotografia por: DR
Nos próximos 12 meses, a empresa pretende implementar um programa de fomento agrícola familiar com o objectivo de atingir os 1500 produtores. "O nosso sucesso vai depender, em larga medida, da agricultura familiar. Esta unidade necessita de mais de 1.300 toneladas métricas de matéria-prima por mês. Por isso, pretendemos desenvolver e implementar um programa de assistência técnica para trabalhar directamente com os pequenos produtores”, disse o gestor do BCG.

Miles anunciou, também, que já foram identificadas três áreas com potencial de desenvolvimento da cultura do algodão, nomeadamente em Malanje, Cuanza-Norte e Cuanza-Sul.
Apesar de lembrar que os "efeitos da Covid-19 limitaram a actividade económica”, Lawrence Miles detalhou que, neste momento, trabalham na fábrica apenas 175 pessoas.

"Nos próximos dias, um grupo de mais 150 candidatos vão começar a receber formação profissional para serem integrados nas linhas de produção. Até ao final de 2021, contamos empregar um total de 750 pessoas”, disse o gestor.
Com o início da produção nacional de algodão, prevista para 2022, poderão ser contratados mais 750 trabalhadores.
Manuel "Nelito” Monteiro, empresário local conhecido como Rei da Banana (que detém investimentos também na indústria e pecuária), espera que a reabertura da África Têxtil represente um "benefício para a província, sobretudo ao nível da criação de postos de trabalho e de melhoria da actividade económica”.

"O algodão tem várias aplicações e pode tornar-se uma cultura que se interliga naturalmente com o sector industrial”, frisou Nelito Monteiro.
"Outra vantagem do algodão”, acredita, "está no facto de ser pouco exigente ao nível da irrigação, não precisa de muita água”, factor que se adapta às condições climáticas e pode espevitar os pequenos produtores.

Victor Fernandes, ministro do Comércio e Indústria, recordou que o Governo está empenhado em tomar medidas para "estimular a produção interna e o sector industrial, especialmente com o relançamento da produção de algodão e da indústria têxtil”.
"O sector apresentava rendimentos promissores no início da década de 1970. Entre 1969 e 1973, registou um crescimento de 31 por cento”, recordou o governante.

Depois da falência, no ano 2000, a recuperação da África Têxtil representou um investimento público, com financiamento japonês, de 420 milhões de dólares. A fábrica está vocacionada à produção de vários tipos de fios e tecidos.

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