Os traços histórico-culturais de Angola desde as ancestralidades civilizacionais, às lutas pela conquista da independência, à paz e aos elementos caracterizadores dos novos tempos de desenvolvimento do país vão ganhar, doravante, maior impulso e representatividade no Museu das Civilizações Negras, em Dakar, Senegal.
O primeiro dia do FestiCuanza-Sul, edição 2023, constituiu-se numa festa com adrenalina entre artistas e o público acima da média. Foi sexta-feira, na Marginal do Sumbe, pequena para acolher todos os convivas quer habitantes locais, quer das províncias que limitam o Cuanza-Sul, e não só.
Foi o arranque de uma festa "rija”, com um megaespectáculo musical e dançante, em alusão aos 106 anos de existência da província do Cuanza-Sul, assinalados no dia 15.
Com início às 20 horas, o FestiCuanza-Sul tornou-se rival do FestiSumbe, pelo facto de o primeiro realizar-se em alusão ao dia da fundação da província, e o segundo dedicado à ascensão da cidade do Sumbe à categoria da cidade. Porém, público e cenários são os mesmos.
Como é habitual, a prata da casa teve a primazia de actuar, em que se destacaram Samuel, que abriu o espectáculo, seguido por Gabbarola, Manestro, Betinho Menezes, os Exp, Hermínio Vaz, Caçadeira, Erikson Frak, Stiven Black, Step Galaxia e os Katopeiras, tendo interpretado temas do estilo gospel, zouk, kizomba, rap e tradicional. O abre-apetite do público derivou da exibição do grupo de dança tradicional "Os Katopeiras", uma promessa para outros eventos locais e nacionais.
Às 21h10, entrou em cena Buttom Rose, que interpretou "Viagem", "Cobrador", e "Toda tropa". Algumas músicas foram acompanhadas pelo público. Depois, entrou em palco a dupla Young Double e Smille, que interpretaram "Cair com a cadeira", "Tá doer", "Pecado" e "Amor e paz”.
O público já eufórico, perto das 21h40, foi anunciada a entrada do veterano Bessa Teixeira, proveniente do Planalto Central. Conhecedor do público, puxou da cartola as músicas que roçam corações dos habitantes do Cuanza-Sul, entre as quais "Sangatiti", "Ombembwa", "Mbungi" e "Sunlulã", este último que se tornou hino durante a sua actuação.
Com o ambiente já "aquecido", o momento de alimentar o público com canções religiosas coube aos cantores do estilo gospel, nomeadamente Grace Zola, que entrou em palco às 22h15, interpretando canções que enaltecem o amor a Deus, como "Deus de Promessa" e "Consumado".
O cantor gospel Miguel Buila, fortemente aplaudido pelo público, tomou o palco às 22h30, e ao interpretar as canções "Oração da Mãe", "Coração de Pedra", "Louva Louva" e "Vitória", colheu muita simpatia e admiração dos espectadores.
Consagrados em cena
A actuação dos artistas do "music hall nacional" começou às 22h50, com Rui Orlando, que sacou do reportório os melhores sucessos, "Nada nos Separe", "Peço Perdão", "Choro", "Prometo", "Me Leva Contigo" e "Te Amo”, cuja exibição contagiou o público que acorreu à Marginal do Sumbe.
Seguiu-se Landrick, tendo provocado delírio ao público quando interpretou as canções "Me Agarra Só Um", "Fila da Goda", "Kuyuyu", "Prazer", "Teu Panco", "Clima" e "Jeito Dela”. No fim da actuação, agradeceu a organização e prometeu que, estando em estúdio, vai apresentar futuramente mais um trabalho discográfico.
Pérola entrou em palco às 23h43, recebeu aplausos e sem delongas interpretou "Não Custa”, "Nada", "Forever", "Fénix", "Última Chamada Goddess", "Não Vai Lá", "Sincera” e "Omboio”, acompanhada do princípio ao fim. A artista reconheceu o papel da organização, realçando a postura dos músicos locais, e considerou a empatia do público como elemento indispensável para um contacto sadio permanente.
"Temos de criar mais empatia com o público que aprecia as nossas músicas, por isso, sempre que for convidada não hesitarei em estar presente nos festivais do Sumbe, e do Cuanza-Sul”, disse Pérola.
Rap e kuduro na festa
Eram 35 minutos depois da meia-noite, quebraram-se os estilos semba e kizomba para dar lugar ao kuduro. Pai Diesel abriu, deixando os fãs perplexos com os temas "Cambodja", "Mais velho", "O bocado é meu" e "Cuidado com a boca”, tendo seguido "Drogadinho", que cantou "Cavalo de 2030" e "Carro de Mão”, bastante aplaudido pelos amantes do estilo kuduro.
A euforia subiu no seio do público, quando faltavam 20 minutos para uma da madrugada. Em palco, a cantora conceituada Eva Rap Diva encantou os presentes com "Eu Não Danço", "Um Assobio Meu", "Final Feliz", "Tudo de Novo”, e no fim manifestou a sua satisfação pelo carinho recebido do público, além do da organização que segundo ela "não pecou em nada”.
Sem horizonte temporal definido, Eva Rap Diva promete surpreender o público com mais um trabalho discográfico.
Com a madrugada já adentro, entrava em cena Yannich Afroman, que interpretou "Minha luz", "Pim-Pam-Pum", "Uma mão louca", "Até lá", "Gosto dessa vida" e "Coisa mínima", levando o público ao delírio.
Prodígio, considerado mestre do estilo hip-hop e rap, subiu ao palco e cantou os temas "Urna", "Peculato", "Estraga", "Player Player", "All Star”, entre outros, e procurou satisfazer os fãs.
Quando o relógio apontava 1h40, entraram em palco o grupo Os Santiagos, que também demonstrou a popularidade no seio dos jovens e interpretou "Ta Quase", "Meu DJ Sim" e "Tira”, acompanhados pelo DJ Cuba Mix proporcionando um encerramento em apoteose cheio de aplausos.
Ontem, segundo e último dia do FestiCuanza-Sul, actuaram Matias Damásio, Gerilson Insrael, Cage One, Elizabeth Ventura, Bessa Teixeira, Bambila, Anderson Mário, TRX, Cef Tanzy, John Berry, Eduardo Paim, Killa Hill, Noite e Dia e John Trouble. O momento final esteve a cargo do DJ Flávio N´gola.
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